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O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO (sem revisão do orador) – Senhor Presidente, senhores deputados, senhoras deputadas. Venho hoje à tribuna também tratar da denúncia oferecida pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, contra o Presidente Michel Temer. Vejam só a que ponto chegou o nosso país. Depois de cassar a Presidente da República eleita, e, aliás, sem até hoje ter tido sequer uma denúncia contra ela; hoje, o resultado disso é um clima de muita tensão nacional, uma deflagração muito grande e agora chegamos ao ponto do Presidente da República, pela primeira vez, na história ser denunciado pelo Ministério Público Federal. Denunciado por corrupção passiva e na iminência de ser denunciado por outros crimes. O Procurador-Geral da República e o Ministério Público têm após a conclusão pela Polícia Federal de que o Presidente cometeu alguns crimes naquela conduta no seu relacionamento com a “JBS”, o Procurador Rodrigo Janot apresentou apenas uma denúncia e pode apresentar ainda outras, no prazo de 5 dias. Então, o país que já enfrenta uma instabilidade econômica, uma instabilidade política tem a tendência de agravar mais ainda, em breve, em poucos dias, essa denúncia. O Supremo Tribunal Federal vai pedir permissão à Câmara dos Deputados para que o Presidente da República vire réu, se ele virar réu, ele será automaticamente afastado da Presidência da República e o Brasil continua sofrendo muito com um  presidente  que carece de legitimidade, hoje carece de respeitabilidade e não tem o reconhecimento da população. Deputado Edivaldo, nós temos um presidente da República que tem apenas  7% de aprovação do povo brasileiro, mesmo meu partido fazendo oposição ao governo federal, eu disse isso quando da delação de um dos donos da Odebrecht que ficava e fico muito triste em ver o Brasil passando por uma situação como essa. Mas não podia ser diferente, um presidente que chega ao poder da forma como o Presidente Michel Temer chegou não poderia ter um desfecho diferente. O Procurador Janot não só faz referência a esta conduta específica do diálogo do presidente com o Joesley Batista, empresário  este que hoje o presidente da República  chama de bandido, mas que gozava de grande intimidade antes da denúncia, a ponto de trocarem favores pessoais, a ponto do presidente falar da boa forma física do empresário, depois de toda essa intimidade, de falarem de valores, do presidente estimular o empresário a pagar pelo silêncio  do ex-presidente da Câmara, aliás, um dos articuladores do impeachment. O presidente Michel Temer depois de estimular compra do silêncio do  Eduardo Cunha cometeu  em um só diálogo uma série de crimes. E o Brasil, infelizmente, está nesta situação vexatória, dificultando cada vez mais a vida dos brasileiros e a imagem do pais lá fora. Todos aqueles que se arvoraram de paladinos da moralidade estão caindo de podre no Brasil envolvidos nessas denúncias, não só essa da JBS como outras. Vejam só! Aqueles que se comportaram na Câmara como defensores da moralidade e que cassaram uma presidente que estava impopular de um Governo que, de fato, não estava bom, mas que, até hoje, não existe uma denúncia ou sequer um indiciamento contra ela, estão agora aí o Brasil todo conhecendo as razões reais pelas quais cassaram a presidente da República e os efeitos disso. E eles fazem uma campanha, deputado Zé Inácio, permanente para tentar desmoralizar o ex-presidente Lula. Até aqueles que se serviram dos Governos Lula e Dilma, até aqueles que foram ministro do Governo Lula ou do Governo Dilma que votaram pela cassação da Presidente da República, agora ficam tentando dizer que a corrupção no Brasil foi culpa exclusiva do PT. Mas apesar desse massacre midiático, a cada pesquisa que se faz se confirma uma verdade, o ex-presidente Lula a quem já fiz críticas, inclusive nesta tribuna pelas alianças excessivamente a direita que fez, continua sendo um grande líder popular, disparado em qualquer pesquisa de opinião, ou seja, toda esta armação para torna-lo inelegível, para ver se conseguem fabricar um candidato seja um sujeito desqualificado como Bolsonaro, seja um prefeito desequilibrado como João Dória, o que quer a grande mídia é fabricar um candidato para combater o ex-presidente Lula e as pesquisas só mostram que o tempo passa e eles não conseguem tirar o carinho que boa parte da população brasileira, em especial no Nordeste e em particular no Maranhão, com relação ao ex-presidente da República.