Discurso - download do áudio

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO (sem revisão do orador) - Senhor presidente, senhores deputados, senhoras deputadas. Volto à tribuna para comentar com tristeza o fato ocorrido no final da semana passada, na querida cidade de Pinheiro. Fato que me deixou triste pela grosseria do prefeito da cidade de Pinheiro, Luciano Genésio, com a população de Presidente Sarney. Após ser criticado num programa de rádio por um radialista local, em função de esta rádio ter ligação com o ex-deputado Penaldon, hoje superintendente de Articulação Política da Baixada, o prefeito se zangou ao ser criticado e mandou um áudio, vejam só, não foi um texto, foi um áudio dizendo para o radialista que tudo bem, que continuasse criticando a administração dele, mas que, a partir de segunda-feira, no caso hoje, os Hospitais Antenor Abreu e Materno Infantil estariam fechados para a população de Presidente Sarney como uma vingança, deputado Marco Aurélio, à população. Ou seja, coisa de quem não sabe ouvir uma crítica e coisa de gente que não tem equilíbrio para governar uma cidade do tamanho e da importância da cidade de Pinheiro. A crítica nem foi nada demais. Foi uma crítica pontual à gestão e ainda que fosse e se sentisse ultrajado, que representasse judicialmente contra o radialista. Agora querer punir a população da cidade como se fosse um favor os hospitais de Pinheiro atenderem a população dos municípios vizinhos. Está longe de ser um favor. Aqueles hospitais são polos. Eles são remunerados para atender os municípios, a população do município de Pinheiro e de outros municípios da região, incluindo o município de Presidente Sarney. Creio que aquilo foi um rompante de raiva do prefeito, mas ficou muito feio. Porque esse áudio certamente a população de Presidente Sarney ouviu, certamente a população de Pinheiro ouviu e certamente se envergonhou de ver o seu prefeito dizer uma besteira daquela em razão de uma simples crítica feita num veículo de comunicação. Perdeu a oportunidade ficar calado. Deveria se concentrar mais em cuidar da cidade. Inclusive já tenho informações de que tem setores que já estão há três meses com os salários atrasados. Ao invés de ficar dando chilique e mandando áudio para um radialista que o criticou, deve procurar se concentrar em cuidar mais da cidade, afinal de contas foi eleito para esta finalidade. Eleito, a população deu um voto de confiança para que ele faça um bom trabalho, para que promova a mudança na cidade. E não para que fique em confusões e com declarações agressivas com relação à população do município vizinho, e não para que fique atrasando salários. Mas sobre esse tema, especificamente, dos salários atrasados, eu vou deixar para me reportar em outro momento. Eu tinha até dito que ia passar este ano inteiro observando apenas a administração atual do município de Pinheiro, até para ver se ele conseguia desenvolver um bom trabalho. Mas diante deste comportamento inadequado desse áudio infeliz, deselegante, desrespeitoso, tratando um hospital, que é público, como se fosse privado, como se ele pudesse determinar quem é atendido e quem não é num hospital público, fazendo aquela velha confusão do público com o privado. Diante desse fato, eu precisei trazer este assunto para cá, para ficar claro para a sociedade que episódios como esses nós não aceitamos. E para quem não gosta de ser criticado, a crítica está feita novamente, só que agora aqui na Assembleia. E eu farei tantas vezes que eu achar que devo, tantas vezes quanto o prefeito fizer e tomar atitudes como a que tomou no fim de semana. Porque a população de Presidente Sarney merece respeito. E quando os profissionais dos hospitais Antenor e Materno Infantil atendem aquelas pessoas, estão cumprindo com o seu dever, porque são servidores públicos remunerados para essa finalidade, atender bem as pessoas. E o prefeito não é dono do hospital. Ele é apenas o gestor. E, aliás, é bom que pague o salário dos servidores em dia, porque todos merecem e precisam dos seus salários para pagar as suas contas e prover o seu sustento e de seus familiares.