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O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) – Senhor Presidente, eu subo a esta tribuna para trazer a situação que já apresentei algumas vezes aqui: mais uma enxurrada de alunos, hoje, da Universidade CEUMA, do curso de Medicina, especificamente, que chegou ao ponto, por exemplo, da Universidade CEUMA desabilitar os comentários das suas publicações. Não tem, você não pode comentar. Estou olhando justamente a liberdade de expressão de quem quer reclamar de uma situação de ensino inadequado ou descumprimento de cláusulas contratuais. Pois bem, o pronunciamento da estudante é: Eu quero estudar, mas a minha faculdade não deixa. 01 - Demissão de médicos do internato para diminuir a folha de pagamento. Carga horária do internato reduzida por falta de professores. Hoje, o estudante, no CEUMA, ele faz apenas 40 dias de clínica médica, que é a principal área de ensino dentro da Medicina. Ele só tem 40 dias de estágio. A pessoa tem seis anos de curso e fica 40 dias no estágio de clínica médica. Eu, na época em que era estudante da UFMA, quando internato era apenas de um ano e, hoje, ele é de dois anos, nós ficamos três meses, Deputado Carlinhos. O estudante do CEUMA, que fica dois anos, ele fica 40 dias no Hospital Carlos Macieira apenas. E em condições cada vez mais deprimentes: turmas superlotadas, sem infraestrutura para o internato, desorganização com o conteúdo programático. Esses são apenas alguns dos problemas enfrentados. E a instituição não quer dialogar com os alunos. O que reclamam os estudantes? Há mais de um mês estão tentando marcar uma reunião com a direção da instituição, Professor José Márcio, que é uma pessoa de fácil trato. Eu não estou entendendo se alguma obrigação da mantenedora que está sendo imposta ao coordenador do curso. O fato é que não pode ficar da forma que está. Os alunos estão cada vez mais desesperançosos com a formação deles. E olha sabe quanto custa hoje? Nove mil, seiscentos e trinta e cinco reais por mês. Tem faculdade de direito que custa menos de mil reais por mês. É um ano de uma faculdade de direito todo mês. E é claro que não é apenas a questão financeira que está sendo observada. Nós estamos falando de formação médica. Nós não queremos técnicos em medicina terminando a faculdade hoje e aí sem condições de dar um plantão de maneira adequada. A Covid-19 nos mostrou a necessidade de formação médica cada vez melhor. E, hoje, uma universidade, que é a única no Maranhão - porque a gente sabe que manobra politicamente, há anos, lá em cima, para que não tenham outros cursos aqui, dificultando a concorrência, dificultando instituições de novos cursos com qualidade na cidade - está indo ladeira abaixo. Eles agora... Sabem como eles estão fazendo com os professores do curso de Medicina? Estão contratando por pessoa jurídica. Estão pagando R$ 56,00 por hora de ensino, R$ 56,00 para um médico ensinar outro médico, Deputado Arnaldo. É isso que eles acham que o ensino médico vale dentro de uma universidade. E é lamentável. E a gente vai trazer isso aqui sempre para a tribuna, porque é um problema que não é apenas de instituição particular. A gente tem preocupação com o ensino público também, mas o ensino privado dessa forma que está sendo feito é uma excrescência que o Ceuma tem feito com os estudantes, é impublicável a conduta da coordenação com os alunos. Então é tempo de haver alguma conduta dos alunos punidos para, de fato, reivindicarem, se for o caso, suspensão de pagamento de mensalidades, até que resolva a situação. Não dá para tapar o buraco dos outros cursos com a mensalidade do curso de Medicina acabando com o curso, como vem sendo há alguns anos, demissão de professores decanos, com titulação, empobrecimento dos salários dos professores, precarização das relações de trabalho na instituição e absurdos que a gente vai falar sempre aqui no mandato.