Aniversário: 13/10
Profissão: Professor
O SENHOR DEPUTADO CÉSAR PIRES (sem revisão do orador) - Que Deus abençoe todos nós e derrame copiosamente sem medida suas bênçãos sobre o sonho de todos que estão aqui presentes, os deputados já em exercício, daqueles que vão ter a felicidade de assumirem, as famílias aqui presentes. Deputado Othelino, confesso a todos que, ontem, eu fui beliscado pela mosca da vaidade, do orgulho, de tudo aquilo que a Caixinha de Pandora abriu para deixar sua esperança. Eu não queria fazer, ser remetido a esse tipo de situação, mas saí orgulhoso daqui ontem como um dos raros dias de minha vida aqui nesta Casa. Já tive a felicidade, em tempos outros, de fazer o pronunciamento quando da transmissão da Casa velha para esta Casa moderna, àquela época que eu era Primeiro Secretário. A Casa lotada de ex-governadores, de governador, de vice-governador, de deputados federais, de senadores, para mim também foi um orgulho. Já tive a felicidade de inaugurar uma biblioteca, fruto das minhas mãos aqui nessa Casa, de ser o primeiro presidente da Ouvidoria. De ter a felicidade de fazer a minha maior obra desta Casa sem ter escrito se quer uma vírgula, que foram os livros que construíram ou reconstruíram as histórias deste Parlamento. Tive a felicidade de criar a Fundação, mas criei também o Memorial que, ontem, o meu amigo Othelino Neto me deu o prazer de preencher a lacuna existente em relação a isso. E inaugurou esse Memorial. Mas bateu no meu coração e vou guardar a sete chaves, guardar no meu átrio direito, no meu átrio esquerdo a memória de Othelino e de Sálvio Dino. E jogar as chaves para nunca mais abri-las. Quero agradecer a Sálvio Dino pela grandeza, ainda que sabendo da minha posição política contrária a seu filho não poupou elogios à minha pessoa. Concedeu-me títulos. Concedeu minha homenagem que talvez eu não mereça, mas que, sem sombra de dúvida, vou passar a responsabilidade de tê-las. Sálvio, você como escritor, como um bom pai, como um bom filho, como um bom marido, como um bom político, você me ensinou muita coisa. Primeiro, você me ensinou a humildade que a gente deve ter que, às vezes, em determinados momentos me falta. Você teve a humildade de elogiar um opositor ao seu próprio filho. Você me deu um exemplo de vida. Você, Sálvio, não sabe o bem que me fez naquele momento das suas palavras. O meu silêncio não podia traduzir coisa melhor do que me gratidão que eu passei a ter ainda mais por você. Tudo que fiz na vida ainda é pouco em relação aquilo que você disse de mim. Mas você me ensinou também alguma coisa, Sálvio, que ser oposição também não quer dizer ser contra tudo e contra todos. Você nos deu um exemplo aqui que segurou as baionetas empunhadas contra você e você não negou as suas posições políticas. Você preferiu perder o cargo do que se curvar diante daquelas situações. Quem que não se lembra de Galilei Galileu? Que quando foi para a inquisição em que ele dizia que era a terra que girava em torno do sol e para não morrer ele baixou a cabeça e disse o contrário, mas em silêncio, diz os seus biógrafos, que ele disse: “mas que gira, gira”. Não negou que acreditava na cientificidade dele. Então por que não ser grato a isso? Sálvio tem um exemplo de vida, sabe que sou um opositor, mas reconheceu os meus méritos, se é que assim venho a ter. Sálvio me deu um exemplo de que ser oposição também é dignidade, porque tanto tempo depois esta Casa se rendeu em aplausos a ele lembrando as suas histórias de um dia ter sido oposição e ter sido resistente em alguma coisa. Eu também faço a mesma coisa. Não devemos ser... por ser oposição ser podre, mas na verdade ser digno. E a V. Ex.ª, Othelino Neto, a quem eu assumi um compromisso, digo aqui de público, de votar em V. Ex.ª, assumo de novo se V. Ex.ª for candidato de novo a Presidente desta Casa e se tiveres dois votos, contabilize o meu e o seu. E eu sei por que faço isso, pela sua retidão também de vida pública e pelo reconhecimento de que um memorial foi construído lá atrás por César Pires e dado, eu diria a V. Exas, a materialidade pelas generosas mãos de V. Ex.ª. Fica os meus registros de gratidão aqui a Sálvio Dino. Sálvio, eu vou te ter no coração a vida eterna. A tua voz, o teu andar já cansado não limitaram a tua memória, o teu reconhecimento e tampouco a tua visão. E volto a frisar o que disse antes: você me ensinou humildade, você me ensinou talento, você me ensinou criatividade, mas você me ensinou que a gente deve acreditar no que faz, ainda que nos roubem os cargos. E se um dia o meu destino de ser oposição for tirada a memória, quero que um dia seja lembrado da mesma forma que esta Casa lembrou de você. Paz a todos aqui.
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