02/04/2019 - Pequeno Expediente Yglésio Moyses

Yglésio Moyses

Aniversário: 19/09
Profissão: Médico

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O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) – Bom dia a todos. Normalmente, nós, temos, enquanto praticantes da Medicina, a dificuldade de muitas vezes de acompanhar o que acontece depois do consultório, a dificuldade dos pacientes. E como político, hoje, a gente tem esta oportunidade de receber os representantes das associações que, realmente, representam os interesses e as dificuldades dessas pessoas no dia a dia. Na sexta-feira, tivemos a oportunidade de receber representantes da Associação Maranhense dos Pacientes Portadores de Doenças Inflamatórias Intestinais – AMADII. Pude receber a Dra. Alícia, a Sandra, Luciana, a Dênia e a Glória, dentro do gabinete. E o que elas nos passaram foi uma extrema dificuldade, hoje, no sistema público de saúde de realizar esses exames. E por que isso acontece? Acontece porque a procura do SUS é crescente. Com o esgotamento da medicina de plano de saúde, no contexto de crise econômica, a gente perdeu muitos pacientes, perdeu. Só, em São Luís, por exemplo, 60 mil pessoas perderam o seu plano de saúde, aqui. Então, todas essas pessoas terminaram indo para o SUS, também, criando uma pressão adicional. Posteriormente, nós temos aqui a dificuldade para fazer um exame que é simples, é o exame de colonoscopia. Antigamente, a recomendação da Sociedade Americana de Câncer era que esse exame fosse realizado a cada cinco anos, após os 50 anos, e, em algumas situações, antecipava para 40 anos no caso que as pessoas têm parentes com câncer de intestino grosso. Hoje, a recomendação de realização de colonoscopia é que se realize o exame, a cada 10 anos, após os 45 anos. E se coloque alguns exames de tomografia nesse meio. Bem, isso eu falo para ilustrar o paradoxo que se vive. No Maranhão nós temos praticamente seiscentos e quarenta mil pessoas com mais de 45 anos de idade, entre 45 e 84 anos de idade. Esses dados são do censo do IBGE de 2010. E só realizamos aqui no Estado 300 exames por mês. E onde é que esses exames são realizados aqui? Principalmente em São Luís, no hospital do câncer, no hospital Dutra, no hospital Aldenora Bello, no hospital Pan Diamante. Trezentos exames por mês não resolvem a demanda. Então, nessa reunião, nós pudemos fazer um apanhado geral do atendimento desse exame de colonoscopia e da chamada entero-ressonância, que é um exame que é importantíssimo para falar da doença de Crohn extracólon do intestino grosso, que é uma das mais frequentes que existem. Então o que que se faz aqui no Maranhão? Só tem um lugar no SUS que faz a entero-ressonância, que é no Hospital Universitário Presidente Dutra. Então um exame desse, para vocês terem noção, chega a demorar seis meses a um ano para a pessoa fazê-lo. Quando consegue um exame como a colonoscopia, que é um exame que custa aí um total de uns R$ 350,00 a R$ 500,00 para a rede pública, que é um exame que a gente pode considerar como barato, ele demora de seis meses a um ano também. Então para essas pacientes, por exemplo, que tem doença inflamatória intestinal, doença de Crohn e retocolite, que são duas doenças extremamente incapacitantes no Estado, essas pessoas aguardarem tanto isso aí que é uma tortura para elas. E tortura por quê? Porque não conseguem fazer ajuste de medicação. E aí quando não faz ajuste de medicação, você não trata corretamente as pessoas. Então é óbvio que fica o papel do Poder Público como culpado nesse problema como gestor do SUS. Para se ter ideia, outro problema importante é o acesso à medicação no tratamento dessas pessoas. Como é que acontece? Hoje tem um cadastro na FEME que tem 119 pacientes cadastrados com doença de Crohn e 461 com retocolite para receber a medicação. E eu estou falando aqui de uma medicação que, de modo geral, custa cem reais, setenta, cem reais, mesalazina e azatioprina. Quando você vai pensar em um longo tratamento, um tratamento, por exemplo, para a doença de Crohn, que ela tem uma apresentação mais grave, a medicação principal é infliximabe. E esse é caro. Cinco ampolas de infliximabe custam até vinte mil reais. Isso é um tratamento curto para eles. Então é um tratamento de vinte mil reais, mas felizmente para isso nós temos ai uma linha federal para fornecimento dessa medicação. Então esses pacientes fazem esse tratamento crônico, porque retocolite e doença de Crohn são doenças que as pessoas têm para vida toda. Uma doença que leva um período longo de tratamento. Ela precisa dessa assistência, porque ninguém tem condição, a maioria das pessoas, de arcar com custo da medicação de mil reais, mil e quinhentos reais por mês. E quando precisa da azatioprina. é vinte mil reais. Então o SUS tem que ofertar realmente essa medicação. Na FEME hoje a gente está tendo essa dificuldade. Temos conversado com o Sandro, que é o representante hoje que está à frente da FEME, para que a gente possa melhorar essa gestão dos medicamentos. Um ponto importante que vamos fazer é justamente apresentar a esta Casa uma proposição que cria um cadastro para esses portadores de doenças inflamatórias intestinais. E para que serve esse cadastro? Serve primeiro para fazer o papel realmente de localizar onde estão os pacientes, saber quem são e o perfil dos mesmos. O segundo ponto importante é justamente facilitar a autorização dos exames. Qualquer paciente que esteja cadastrado nessa listagem passa a ter uma prioridade para realizar os exames de colonoscopia e entero-ressonância, para quê? Para que sofra menos. A nossa vivência diária, às vezes, nos afasta do sofrimento alheio e a gente precisa o tempo todo ser lembrado disso. Mas enquanto isso, façamos o nosso papel aqui enquanto políticos que geralmente, que realmente é o quê? Criar as condições para que essas pessoas tenham melhores condições de atendimento e esse cadastro cumpra essa missão. Obrigado.

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