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A SENHORA DEPUTADA DR.ª HELENA DUAILIBE (sem revisão da oradora) – Senhor Presidente, senhores deputados, imprensa, galeria, funcionários desta Casa, bom dia a todos. Inicialmente, eu também queria parabenizar a Mesa Diretora que foi eleita ontem e a pessoa do Presidente Deputado Othelino que tão bem vem conduzindo esta Casa e que de uma forma brilhante conduziu sem traumas, sem problemas, uma eleição como a gente gosta, respeitando a democracia e com todos nós, deputados, satisfeitos. Feliz aqui em olhar meu Deputado Paulo Neto nesta Mesa, uma pessoa muito querida, e todos os outros colegas, a Deputada Andreia e todos os outros. Eu queria falar aqui da indicação que eu estou fazendo, que é uma mensagem de congratulações e aplausos, em memória, pelos 100 anos da chegada ao Brasil do empresário Armando Oliveira Gaspar. Nós sabemos que o Armando Oliveira Gaspar é pai dos filhos Maria da Paz, Carlos, Maria de Lourdes, Maria Madalena, Antônio, Raimundo, Maria Regina, Mário, Armando, Francisco, Maria de Jesus, Luís Delfim e José. Um português que nós temos que realmente credenciar uma história aqui no Maranhão. Natural de Silgueiros, na província de Bodiosa, do Conselho de Viseu, Armando Gaspar ficou órfão de pai aos dois anos. Sua mãe, temendo por uma possível convocação para formar fileiras nos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial e percebendo que em terras brasileiras o futuro do filho seria mais promissor, decidiu, em 1918, mandá-lo para a ex-colônia, mas até a data do seu embarque teve que esperar alguns meses na capital Lisboa a fim de fazer os desembaraços para a emigração. Após a longa travessia do oceano a bordo do navio O Manco, numa viagem desconfortável, pois as economias só lhe permitiam viajar de quarta classe, sem conforto para dormir e até se alimentando com dificuldades, Armando Gaspar chegou a Belém onde havia um despachante à sua espera. Da capital paraense viajou para São Luís, de onde seguiu rumo a Cururupu, cidade do litoral norte do estado, onde residiu o tio João Gaspar Picanço, famoso comerciante, farmacêutico e chefe político. Amparado pelo tio, aprendeu a desenvolver os seus pequenos conhecimentos. Já rapaz, entendeu que o seu futuro não seria ali, mas na capital, por isso mudou-se para São Luís onde foi empregado na firma Francisco Freitas e Companhia, localizada na rua da Estrela, na Praia Grande, hoje conhecida como Centro Histórico. Foi neste mesmo prédio que, quase 40 anos depois de sua chegada ao Brasil, Armando montou a sua primeira empresa em São Luís. Antes de se tornar empresário, foi ao encontro de dois irmãos que residiam no Rio de Janeiro, empregou-se na Casa Matias até que recebeu um convite para retornar ao Maranhão. O primo Antônio Gaspar Marques, comerciante bem-sucedido em Viana, na Baixada Maranhense, decidiu mudar para a capital e estava à procura de alguém que pudesse continuar os negócios. Escolhido, Armando aceitou e se estabeleceu em um dos prédios, até hoje, mais famosos da cidade, mais conhecido como Sobrado Amarelo que muitos anos depois foi a capa e título de um livro escrito pelo filho Carlos Gaspar. Em 1945, já casado com Conceição de Maria Pinheiro Gaspar, mais conhecida como dona Zizi, e pai de sete filhos, decidiu que os filhos teriam de viver no lugar onde pudessem estudar e encontrar profissão de nível superior, pois entendia que tudo na vida pode ser passageiro, menos o saber. Juntou a família e rumou para São Luís, onde fixou residência na Praça de Santaninha. A prole não parava de crescer e logo vieram mais seis filhos, já citados anteriormente. Para manter a família com dignidade, Armando trabalhava todos os dias da semana, raras vezes tirava um domingo de folga. Tanto esforço tinha uma razão: a de não permitir que um filho sequer ficasse fora da sala de aula. E a recompensa veio quando viu todos eles formados: advogados, médicos, professores, bioquímico, engenheiro, filósofo. Todos eles, de algum modo, apesar dos diferentes ramos de atividade, são a continuidade dos negócios que Armando frutificou. Algumas das empresas que constituiu ainda estão em atividade. Foram elas: AO Gaspar; a AO Gaspar Indústria e Comércio; Casa Armando Gaspar; Algas Engenharia; Agropecuária Gaspar; Agisa; Armando Gaspar Indústria S.A e Sabina Oliveira, esta em Belém. São ramificações desses empreendimentos, Auvepar, e outras criadas pelos filhos, após seguirem os seus próprios destinos. Passaram-se 29 anos de sua chegada ao Maranhão para retornar à terra natal. Foi ao encontro da mãe que passava por um delicado problema de saúde e aproveitou a sua estada, finalmente, para conhecer Portugal. Armando Oliveira Gaspar por tudo o que viveu, conquistou e construiu, sempre demonstrou ter um profundo amor pelo Brasil. Sem dúvida, um brasileiro de quem o Maranhão se orgulha, por ter feito desta terra sua segunda morada. E a quem eu estendo esta homenagem a todos os seus filhos que hoje continuaram com esse exemplo de vida. Muito obrigada.