19/08/2017 10h12

“O Brasil está na iminência de uma insolvência”, afirmou Ciro Gomes em debate na Assembleia

Ribamar Santana / Agência Assembleia

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“O Brasil está na iminência de uma insolvência”, afirmou Ciro Gomes em debate na Assembleia

“O Brasil está na iminência de uma insolvência”, declarou o pré-candidato à Presidência da República e ex-ministro Ciro Gomes (PDT), na noite desta sexta-feira (18), no auditório Fernando Falcão, da Assembleia Legislativa, em Mesa Redonda que contou com a participação do governador Flávio Dino (PC do B). A Crise Política e Econômica do Brasil: a necessidade de um projeto nacional de desenvolvimento foi o tema do debate, que marcou o encerramento da Semana do Economista promovida pelo Conselho Regional de Economia (CORECON).

O auditório Fernando Falcão ficou pequeno para um público atento ao debate entre Ciro Gomes e o governador Flávio Dino que, segundo o presidenciável, é uma exceção rara na vida pública do Brasil. “O governador Flávio Dino é uma exceção absolutamente notável e vocês precisam protege-lo porque tem uma grande missão a cumprir, como já está cumprindo no Governo do Maranhão, mas tem responsabilidades crescentes com a vida do Brasil”, acentuou Ciro.

FALTA UM PROJETO NACIONAL DESENVOLVIMENTO

Segundo Ciro Gomes, o processo de redemocratização, no Brasil, produziu uma extraordinária vitalidade na sociedade civil brasileira, mas isso aconteceu de um jeito muito fragmentário, sem um projeto nacional de desenvolvimento e desde então estamos enfrentando momentos tormentosos. “Precisamos adiar esse debate, na medida em que, para redemocratizar o País, foi necessário unir forças de esquerda e de centro. De lá para cá, isto produziu um monstro visualizado, hoje, em 14 milhões de desempregados e quase 10 milhões na informalidade”, esclareceu.

SENTIMENTO DE DESCRENÇA DA POPULAÇÃO

“A complexidade da sociedade brasileira não poder ser reduzida a essa coisa medíocre de repartir os brasileiros em “coxinhas e mortadelas”. O Brasil na sua extraordinária problemática não cabe nesse reducionismo, que está introduzindo o ódio entre nós e a incapacidade de conversarmos. Isto tem levado a se disseminar, na sociedade brasileira, um sentimento de descrença no processo político e revolta. Temos que transformar esse sentimento de revolta num exercício lúcido de luta”, defendeu Ciro.

De acordo com o ex-ministro, os governos de FHC e Lula foram momentos excepcionais que se assentaram em ciclos insustentáveis de consumo, puxados por condições internacionais que não se repetem. “Precisamos, no marco da economia brasileira, construir uma âncora de acesso da população que seja sustentável para sempre. E não ilusoriamente como aconteceu, sem produção local para manter”, sugeriu.

“É preciso buscarmos entender porque que tudo vinha bem até as denominadas “jornadas de junho”, momento em atingimos a menor taxa de juros das últimas três décadas, e tudo passa a dar errado. Logicamente que há explicações econômicas e políticas para tal. Politicamente, acho que caímos na armadilha teórica de cindir a burguesia nacional em nacionalista e entreguista. Ficou provado que os industrialistas não eram tão menos rentistas que os rentistas propriamente ditos. Grande parte que se pensou que seria investido em produção, essencial para garantir o crescimento do país, virou especulação. E ao encontro disso veio a crise política, e aí nós entramos no caos que estamos”, analisou Flávio Dino.

ALTERNATIVAS À CRISE

Ao final, Flávio Dino e Ciro Gomes apontaram caminhos a seguir que podem levar a se encontrar alternativas para a crise. Para o governador, é preciso evitar que o Brasil se transforme num Rio de Janeiro;  evitar o desencanto geral, que considera muito perigoso, e transformar essa desesperança em energia cívica; abrir o debate com setores mais amplos da sociedade, ou seja, os segmentos não organizados; entender a corrupção não como um mal apenas dos políticos , mas também do mercado; assegurar as garantias democráticas, no sentido de que a Justiça não pode ser instrumento de luta partidária e um projeto de desenvolvimento econômico alicerçado nos conceitos de nação, educação e produção.

Já Ciro Gomes coloca como primeira tarefa decidir crescer e optar por um crescimento que desconsidere os vetores câmbio flutuante, superávit primário e meta de inflação que, no seu entendimento, são os eixos da política econômica em vigor que levou o Brasil à iminência de entrar em insolvência.

Entre outras medidas, o ex ministro propõe a formação de capital doméstico, retomada da carreira industrial, imposto sobre lucro e dividendos, e reinserção do Brasil no bloco econômico denominado BRICS (Brasil, Rússia, Índia e China e África do Sul).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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