Opinião
18/01/2016 11h01

Conselho Tutelar

Gregório Dantas Jornalista da TV Assembleia

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Conselheiros Tutelares são pessoas que têm o papel de porta-voz das suas

respectivas comunidades, atuando junto a órgãos e entidades para assegurar 

os direitos das crianças e adolescentes.

A definição semântica de Conselheiro Tutelar é linda e carregada de 

simbolismos, entretanto, o processo eleitoral realizado ainda em 2015, para a 

definição dos novos porta-vozes das comunidades foi marcado pelo caos.

Em uma escola da zona rural de São Luís, a ousadia foi sem precedentes, 

bandidos roubaram celulares dos eleitores e intimidaram os mesários e as 

pessoas que esperavam a abertura do portão para votar. 

Para quem não lembra, após os tumultos, o Ministério Público recomendou a 

anulação da eleição, houve então, outro pleito no final de novembro. Esta sem 

relatos caóticos. 

Aqui na Assembleia, Deputados também denunciaram a realização descarada 

de “boca de urna”. O voto custava R$ 20,00, descaracterizando a autonomia do 

processo eleitoral. Um crime que de tão antigo, já é banalizado no país.

O tema volta a pauta, pois o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do 

Adolescente já deu posse aos novos Conselheiros. Pessoas eleitas para um 

mandato de quatro anos em um processo totalmente corrompido.

Uma eleição viciada, marcado pela violência, sem nenhuma segurança jurídica, 

absurdamente desvirtuado pela compra de votos e pelo cerceamento da 

liberdade de escolha pelos eleitores.

Se em uma eleição para conselheiro tutelar, em uma capital de estado, 

acontecem tantas atrocidades, não precisa ser muito criativo para imaginar os 

absurdos e irregularidades que ocorrem nos processos eleitorais maiores.

O processo de escolha dos Conselheiros está manchado e por estarmos em 

ano de eleições municipais esse desastre tem que servir de exemplo do que 

não deve ser feito. 

A Justiça Eleitoral precisa agir para impedir que práticas criminosas interfiram 

na legitimidade de um processo eleitoral. Não podemos correr o risco de em 

janeiro de 2017 vermos empossados, como nossos representantes, pessoas 

que não são porta-vozes de comunidades. São sim, representantes de 

interesses particulares, da violência e do dinheiro.



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