Gregório Dantas Jornalista da TV Assembleia
Definitivamente o Brasil vive um período perigoso e de instabilidades. Ao
mesmo tempo em que a lama da Samarco mata o Rio Doce e provoca a maior
tragédia ambiental do país, um delinquente, atira bombas e balas durante a
marcha das mulheres negras.
15 dias após a queda das barragens da mineradora, ainda não sabemos as
consequências e a extensão do impacto ecológico provado por 62 milhões de
litros de lama residual da mineração. O barro de rejeitos percorrerá mais de
850 km até chegar ao mar, deixando um rastro de destruição à fauna, à flora e
às comunidades que estiverem em seu caminho. Triste e revoltante.
O Ministério do Meio Ambiente já afirmou que a lama chegar ao mar é só
questão de tempo, um processo inevitável. As multas que a Samarco terá que
pagar, se contarmos com o termo de compromisso firmado entre a empresa e o
Ministério Público, já somam quase R$ 1 bilhão e meio.
O valor não é nada se levarmos em conta que 50% da Samarco pertence à
Vale, a mesma que retirou o Rio Doce de seu nome e nele despejou um mar de
lama e de terror. Maior mineradora do mundo e com a geração de caixa da
empresa registrando, em 2014, mais de R$ 31 bilhões.
E enquanto os brasileiros se revoltam e choram com a catástrofe de Mariana,
um policial civil, que já havia sido detido por portar arma de fogo e armas
brancas, foi preso após disparar tiros durante Marcha das Mulheres Negras em
Brasília.
O desvairado participava de um acampamento, em frente ao Congresso, que
pedia a volta da Ditadura Militar. É Muita falta do que fazer. A cara de pau do
tresloucado foi tanta, que ele alegou ter se sentido ameaçado por conta do
protesto. A que ponto chegamos! Em um ato que reivindicava políticas de
combate à violência e à discriminação contra as mulheres negras um insano
atira balas e bombas e pede a volta da repressão.
Sinceramente eu espero que os responsáveis pela tragédia de Mariana sejam
devidamente punidos e tenho fé que a alienação, a intolerância e a violência
não vencerão a cordialidade e o bom senso. Até a próxima.
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