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O SENHOR DEPUTADO BIRA DO PINDARÉ (sem revisão do orador) - Senhor Presidente, colegas parlamentares, imprensa, galeria, servidores, povo do Maranhão. Senhor Presidente, mais uma vez quero trazer aqui as minhas preocupações com o momento presente em nosso país. Ontem o presidente eleito Jair Bolsonaro já começa a apresentar suas primeiras medidas, e uma delas já demonstra claramente o tipo de irresponsabilidade que deve marcar a gestão que assumirá a partir de primeiro de janeiro. Ele decidiu fazer uma fusão entre o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Agricultura. É a raposa cuidando do galinheiro. É impossível isso dar certo. É impossível isso se sustentar. E vai trazer prejuízos, inclusive, para o agronegócio. Vai trazer prejuízos, porque o mercado internacional não vai aceitar os produtos brasileiros em razão da mácula de não ter o respeito aos princípios básicos de preservação do meio ambiente. Isso já é de conhecimento. Os próprios empresários do setor deveriam reagir contra isso, porque é uma medida que causa um retrocesso monstruoso em relação à política ambiental em nosso país. De maneira que nós estaremos vigilantes. Várias pessoas já se manifestaram alertando para gravidade dessa decisão. Mas eu, particularmente, confesso a vocês que não esperava outra coisa que não fosse esse tipo de situação. Isso é só o começo. Isso é só a pontinha do iceberg. O que vem por aí é muito mais grave. E essa maioria que votou a favor do senhor Jair Bolsonaro, muito antes do que a gente imagina, vai morrer de arrependimento, porque é um projeto que nasce morto, que não tem perspectiva e que não oferece nem uma garantia de solução para os problemas que mais afetam a nossa população. A nossa população está carente é de empregos, de trabalho, de educação pública, gratuita, de qualidade, de saúde que atenda o nosso povo. Mas eles vão marchar na contramão de tudo isso. Se depender deles, a educação pública vai ser toda privatizada, não vai ter mais FIES, não vai ter mais PROUNI, não vai ter mais cotas para a população menos favorecida. Vão desmontar tudo que se conquistou de direito ao longo desse tempo. É andar para trás. É pior do que caranguejo, porque caranguejo anda de banda, e no caso do Governo que vai assumir, eles vão andar para trás. A agenda é a mesma do Governo Temer com uma intensidade maior, mas é a mesma. É a agenda que tirou direitos do Trabalhador. É agenda que quer acabar com o direito previdenciário, aposentadoria do povo. Se depender deles, quem quiser se aposentar vai comprar um Fundo de Previdência no Bradesco ou no Itaú, porque se depender deles não vai ter Caixa Econômica, não vai ter Banco do Brasil, não vai ter Banco do Nordeste, não vai ter Banco da Amazônia. Então, se você quiser aposentadoria vai ter que ter dinheiro para comprar um Fundo de Previdência em um Banco privado. A mesma coisa na saúde. Eles não estão preocupados com o SUS porque o SUS serve aos pobres, a quem não tem dinheiro. A preocupação deles não é essa. A preocupação deles é quem quiser saúde vai ter que comprar um plano de saúde no Bradesco ou no Itaú. Esse é o projeto que venceu a eleição no Brasil. É um projeto fadado ao insucesso, é a crônica da tragédia anunciada e nós vamos acompanhar cada passo, Senhor Presidente, agora na condição de Deputado Federal, se Deus quiser, assumiremos, a partir do dia 1º de fevereiro, e já disse e repito, por uma questão de coerência com a nossa história, com a nossa posição política, porque não votamos com o senhor Jair Bolsonaro, minha posição foi clara e pública, desde o 1º turno, votei no Fernando Haddad porque não concordava com o projeto representado por este senhor e por essa razão, nós seguiremos firmes, democraticamente, responsavelmente, na oposição, cobrando dele e do seu governo que faça aquilo que o povo precise. Ele se dispôs a resolver os problemas do Brasil, agora a batata quente está na mão deles. Quem pariu Mateus que embale, a nossa luta continua. Muito obrigado, Senhor Presidente.