16/03/2023 - Tempo dos Blocos Carlos Lula Carlos Lula

Carlos Lula

Aniversário: 31/03
Profissão: Advogado, professor e escritor

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O SENHOR DEPUTADO CARLOS LULA (sem revisão do orador) – Senhora Presidente, eu acredito que o Deputado Doutor Yglésio saiu. Ele não vai ficar aqui para escutar. Vou até torcer para ter mais jogo do Moto, que é para ele vir feliz, porque quando ele está triste, parece que vai passando a vitória, ele já fica espantado e começa a falar coisas que não condizem com a realidade. Primeiramente, eu queria ressaltar que é muito infeliz a fala do deputado ao asseverar que o Ministro da Justiça foi ao Complexo da Maré e não tratou de pegar arma de traficante ou de moradores daquela favela. Deputado, queria dizer a Vossa Excelência que o Complexo da Maré não é por ser uma favela, não é por ser uma área pobre que só tem traficantes lá. Muito pelo contrário. As pessoas que moram ali naquela favela, que moram ali naquela situação, como as que moram em periferias das grandes cidades, elas passam muitas dificuldades. Muitas. É muito preconceito, é absurdo até querer asseverar que qualquer ação do estado que se passe em favela, em periferia, seja tão somente repressiva. A gente tem de entender as periferias das cidades, das favelas, dos complexos, como local onde tem pessoas que vivem no dia a dia, que são trabalhadores, que são pais de família e que devem ser escutados, sim. Deve ser escutado, sim, deputada Mical, porque são eles que passam o maior sofrimento. São eles que sofrem todos os dias. Sofrem todos os dias, com a violência mais brutal que há. É um preconceito absurdo achar que o Ministro da Justiça tenha de se dirigir à favela apenas tão somente para aprender a arma, eu repito e digo aqui. O deputado Yglésio não teve coragem de ficar no Plenário. Sabe qual foi o maior, vejo na história, em que mais aprenderam fuzis na história não foi na favela. Não foi na favela, foi em Rio das Pedras, vizinho, vizinho do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi a vez da história no Brasil, onde mais se apreendeu fuzil. A gente tem de deixar de ter esse preconceito, de achar que por ser periferia, a gente tem que entrar com lá só com polícia, a gente tem que entrar com política, políticas públicas e a gente tende ouvir as pessoas. É muito triste ouvir esse tipo de discurso cheio de preconceito, cheio de ódio, cheio de raiva. Deputado Yglésio, eu entendo até V.Exa., que passou pelo PT, que está no PSB, que passou no PDT, a vida toda caminhando pela esquerda, de repente, não mais que de repente, agora se descobriu que a esquerda não presta, não funciona. Eu entendo que as pessoas possam refletir sobre a vida, mas não é bem assim. Eu lamento muito, lamento, profundamente, porque usa de argumentos falsos, de argumentos frágeis para fazer acusações infundadas - infundadas. Digo mais, quem se rende ao crime, quem se rendeu ao crime, é quem é compadre de milícia. É quem é amigo de milícia. É quem vive ao lado da milícia. É quem está lá em Rio das Pedras, e eu digo, com muito orgulho, essa pessoa não é (inaudível) da Justiça e muito menos o presidente, atual Presidente da República. Eu acho que responde por outro nome e V.Exa. conhece bem quem é. Deputada Mical, concedo o aparte a V.Exa.

A SENHORA DEPUTADA MICAL DAMASCENO (aparte) - Deputado Lula. V. Ex.ª falou agorinha que o maior número de apreensão de armas é fora da favela, mas é porque ninguém tem coragem de subir lá, porque só sobe mesmo quem é da comunidade. Eu tenho propriedade para falar porque eu já fui em um dos complexos do Rio de Janeiro com o grupo de evangelismo e, para nós irmos lá, todos os líderes de facção estavam cientes de que nós íamos. Então, ninguém sobe sem que estejam avisados. Lá é arma para todo lado, eu vi com meus próprios olhos mais de 50 homens armados. Então, eu fiquei assim pasma com a ida do ministro da Justiça. Eu fiquei sem entender e acho que toda a população maranhense aqui está sem entender como foi que ele conseguiu subir ali, porque não é fácil. Nós conseguimos subir porque tem irmãos que eram do mundo do crime, que faziam parte desta facção, e aí nós fomos tentar evangelizar essas pessoas. Passei por diversos locais onde estavam homens fortemente armados. Depois, quando nós subimos uma laje, tinha mais de 50 homens armados. Está o maior comentário mesmo na imprensa nacional da direita. Como que o ministro Flávio Dino conseguiu subir ali sem nenhum, por exemplo, só com dois carros e poucos homens?! A gente está sem compreender essa situação.

O SENHOR DEPUTADO CARLOS LULA - Deputada Mical, eu não respondo pelo ministro, mas eu tenho certeza de que não houve nenhum tipo de pactuação com o crime para ele estar ali. Ele estava apenas e tão somente ouvindo a comunidade. Eu acho que esse é o papel do Estado brasileiro, do governo do Brasil.

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