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A SENHORA DEPUTADA MICAL DAMASCENO (sem revisão da oradora) - A Deus seja a glória! Bom dia a todos, todas, todes, todix, todíssimos, todérrimos. É com essa ironia que inicio minha fala, Senhora Presidente, e assim eu cumprimento todos da Mesa Diretora, aos colegas deputados, funcionários da Casa, porque, ontem, nós recebemos a infeliz notícia de que o deputado Carlos Lula teria pedido vista ao nosso projeto de lei n° 205/2021, que trata sobre as medidas protetivas ao direito dos estudantes do Estado Maranhão ao aprendizado da Língua Portuguesa de acordo com a norma culta. Deputado Carlos Lula, com todo respeito, acho que Vossa Excelência está querendo entrar na onda da lacração. Se o caro colega, de fato, examinar os resultados que esse dialeto irá gerar para a nossa geração, se é que podemos chamar de linguagem neutra, retiraria na mesma hora o pedido de vista. Eu faço aqui algumas perguntas ao Deputado Carlos Lula. Vossa Excelência pensa que, em trazer esse dialeto neutro com a ideia de incluir os não binários, que não corresponde com 1,2 % da população, o caro colega não se atentou também que incluir essa linguagem neutra excluirá os cegos? Ninguém tem pensado sobre isso. E não se atentou também que essa linguagem neutra excluirá também os surdos? Para V. Exa. ver o tanto que essa linguagem neutra não faz inclusão de nada. Então Vossa Excelência e o partido que Vossa Excelência pertence vão criar uma lei que alteram o dialeto dos mudos, dos surdos, na verdade, surdos, cegos, disléxicos, Deputado? Essa é minha pergunta. Ou só querem agradar a militância? Os cegos precisam reconhecer as leituras de softwares, Deputado. E o que Vossa Excelência fará para ajudá-los? E os surdos que precisam fazer a compreensão por meio da linguagem labial? Mas aí eu estou fazendo aqui essa pergunta novamente também para o senhor. Não pensou também na dificuldade que será do surdo entender o “todes”, o “todix”? Não sei nem chamar o “ile”, o “dile”, o “nile”. É tanta coisa. E os disléxicos, Deputado Carlos Lula, que apresentam o funcionamento peculiar dos cérebros para os processamentos linguísticos relacionado à leitura. Pensaram neles? A Língua Portuguesa é uma das línguas mais difícil para o aprendizado e ainda querem vir com essa. E essa tentativa de inclusão, Deputado. Vossa Excelência, acho que não analisou bem. Simplesmente a maioria da população não concorda com isso. A verdade é que o Estado do Maranhão aqui, na minha justificativa desse projeto aqui, vou repetir, 205/2021, diz assim: O Estado Maranhão sempre foi o berço de grandes escritores brasileiros como Aluízio Azevedo, Gonçalves Dias, Graça Aranha, Ferreira Gullar e tantos outros ícones da literatura da Língua Portuguesa. Aliás, por esse motivo, a nossa capital São Luís recebeu o título de Atenas Brasileira, dada a relevância intelectual de seus filhos para a Língua Portuguesa. Então esse projeto meu é simplesmente para manter a norma culta oficial. Simplesmente isso, para que o Estado do Maranhão não entre nessa, nessa vibe aí. E aí fica a minha indignação. A verdade é que esse dialeto binário está totalmente disfarçado, maquiado com o discurso pífio e canalha de inclusão quando, na verdade, não há preocupação nenhuma. Na verdade, nós sabemos que não há preocupação nenhuma com a inclusão, esses partidos aí de esquerda modificam totalmente a forma de falar, depois a forma de pensar e, por fim, querem definir como a gente vai agir. E aqui fica a minha indignação, minha tristeza porque o nobre Deputado Carlos Lula pediu vista, e eu não entendi, até porque, na verdade, todo mundo sabe aqui, ele é conhecedor que isso não inclui ninguém. Agora, depois de tudo que eu falei aqui, eu quero pedir que ele repense sobre isso e deixe que esse projeto tramite na Casa. São essas minhas palavras, senhora presidente. Obrigada.