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A SENHORA DEPUTADA DRA. CLEIDE COUTINHO (sem revisão da oradora) – Senhor Presidente, colegas deputadas, Betel, Socorro Waquim, colegas deputados presentes, todas as mulheres que me ouvem e que me assistem, meu cordial abraço. Pensei muito em não vir a esta tribuna falar sobre o nosso Dia da Mulher, mas eu quero contar uma historinha a vocês. Antes, quando eu era somente médica, Deputado Fábio, eu achava que a gente resolvia o problema só dando saúde. Deus e Humberto Coutinho fizeram que eu fosse trabalhar na Secretaria de Ação Social, na Secretaria de Saúde em Caxias, onde eu tive conhecimento dos diversos problemas que aconteciam com as mulheres. Também, como deputada que fui, há dois mandatos anteriores, tive o prazer, a honra e o trabalho de saber o que nós, mulheres, de modo geral, sofremos. Tenho que dizer aqui, Deputada Socorro, que eu pensava antes que a mulher, sozinha, conseguia vencer. Conto sempre uma historinha: quando eu fazia medicina, que eu fiz concurso com o Humberto para obstetrícia, eu fui trabalhar com ele no sexto ano de medicina. Era tempo da Copa do Mundo, aquela música noventa milhões em ação, pra frente Brasil, que o Brasil estava bombando. E eu ia trabalhar no pré-parto, eu ia trabalhar na admissão, e Humberto Coutinho ficava, lá em cima, com os médicos, vendo o jogo. Quando eu indicava uma cesárea, o Humberto Coutinho descia todo faceiro e ia operar. Ele já operava, eu não operava ainda, eu tinha a maternidade para aprender a operar. Eu simplesmente mudei de plantão, tive a coragem de mudar de plantão, porque, se eu ficasse lá, eu não ia aprender nunca a fazer uma cesárea, nem fazer uma ectópica, nem fazer uma histerectomia, então eu mudei de plantão. Isso me levou a pensar por muito tempo que a mulher, quando quer, consegue, mas não é assim. Nós, mulheres, sofremos muito, haja vista agora esse deputado que vai ser cassado, com a graça de Deus e do povo, esse Arthur do Val, eu não sei por que ele fala de “mamãe falei”, apelido dele. Quando ele colocou que as mulheres ucranianas, éramos nós que estávamos ali presentes como se fosse mercadoria de beleza, de luxo e realmente de sexo, somente disso, mas, na verdade, nós mudamos muito. Eu quero aqui, deputados homens presentes, o Antônio que está ali, o Zito, o Carlinhos Florêncio, eu quero dizer, Fábio, Ariston, que vocês, homens, também são importante na nossa conquista, porque, se não fossem vocês, nós, sozinhas, não iríamos conseguir que, no Brasil e aqui no Maranhão, tivesse a Lei Maria da Penha, a Casa da Mulher, o Ministério da Mulher, Lei do Feminicídio, Patrulha Maria da Penha, Juizado Especial. Então, eu acho que tudo isso foi um ajuntamento de forças. Nós, mulheres, na frente e vocês nos ajudando. E para vocês o meu agradecimento de verdade, porque, Deputada Socorro, Deputada Betel, que está aqui presente, sabe que sem vocês também a gente não iria muito longe. E eu quero só encerrar minhas palavras com um verso do Erasmo Carlos quando ele fala: “Dizem que a mulher é um sexo frágil, mas que mentira absurda. Eu, que faço parte da rotina de uma delas, sei que a força está com ela.’’ E essa força é nossa, e unido com vocês, homens, que também vamos ajudar, um beijo e abraço para todos.