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O SENHOR DEPUTADO JÚLIO MENDONÇA (sem revisão do orador) - Senhora presidenta, senhores e senhoras da Mesa, colegas deputados e deputadas, imprensa, internautas, convidados aqui presentes, a minha saudação, bom dia a todos e a todas. Ontem se falou aqui sobre os indicadores do nosso estado. Ontem, vi a vontade de vários deputados irmanados e com o desejo natural e fundamental de reverter os índices dos indicadores do Maranhão. Aqui, o Deputado Arnaldo Melo, com a iniciativa de criar uma frente parlamentar para discutir os indicadores e escutando esse debate aqui agora entre o Deputado Yglésio e o Deputado Lula, com a participação da Deputada Mical, eu fico pensando e um pouco triste com o que está acontecendo no nosso País, Deputado Cláudio Cunha, onde entender que pobre não pode ser escutado, onde nós temos que definir as políticas públicas para os pobres de cima para baixo.. Quando o Ministro vai à uma favela, vai a um Complexo, onde majoritariamente são pobres, para dialogar, construir alternativas, ele é tachado de fazer conluio com o crime. Deputado Carlos Lula, deputado Zé Inácio, essa situação vai para além da narrativa do que a direita, do que a esquerda, essa situação nos leva, nos remete a definir que tipo de país é que nós queremos?

O SENHOR DEPUTADO CLÁUDIO CUNHA - Deputado Júlio? Deputado Cláudio Cunha, um aparte aí?

O SENHOR DEPUTADO JÚLIO MENDONÇA – Pois não, deputado!

O SENHOR DEPUTADO CLÁUDIO CUNHA (aparte) – Bom, eu estou ouvindo isso aqui de camarote. Eu só quero dizer o seguinte: para a gente, que é maranhense, de ser um orgulho, ter Brasília, representando no estado brasileiro, qualquer maranhense, que seja o meu adversário local da cidade de Apicum-Açu, aquele que tem raiva de mim, aquele que quer o meu mal, porque quando um maranhense vai para o Ministério representar o estado brasileiro, para gente é um orgulho! Quem ainda não andou nesse país? Tu és do Maranhão? É! Tu és conterrâneo do Sarney? Queira ou não queira as pessoas dizem isso lá fora! Então, os maranhenses que ocupam aqui as cadeiras, lá em Brasília, no Ministério, em outras coordenações, estão de parabéns, eu quero desejar aqui parabéns, independente de entrar no mérito dessa questão do Flávio Dino, de esquerda ou direita. Muito obrigado.

O SENHOR DEPUTADO JÚLIO MENDONÇA - Pois não, deputado. Então, concluindo aqui, dando prosseguimento ao meu pronunciamento. Me parece que determinadas pessoas têm um afã, de chamar atenção, com acusações falsas, com distorções de fatos, e aí, sinceramente, eu fico me perguntando, deputado Carlos Lula, se vale a pena entrar nesse debate, porque eu não acredito que existam pessoas de bom senso que possam ficar alimentando, e aí eu digo, volto a falar, deputada Mical, vai para além da direita e para além da esquerda, enquanto nós pensarmos que podemos resolver os problemas dos pobres sem discutir, das mulheres sem escutá-las, dos indígenas sem colocar eles dentro do protagonismo necessário, dos quilombolas, sem escutá-los, também, nós vamos ficar achando que temos que ir lá pra matar, pra esfolar, pra punir porque essas pessoas são vítimas da ausência das políticas públicas do estado ao longo de décadas, essas pessoas não tiveram a mesma chance que os deputados, que nós todos tivemos. Então é muito fácil falar.

O SENHOR DEPUTADO LEANDRO BELLO – Deputado, pode me dar um aparte?

O SENHOR DEPUTADO JÚLIO MENDONÇA - Eu não sei como é que tá meu tempo aí, deputado.

O SENHOR DEPUTADO LEANDRO BELLO - Um minutinho pra contribuir com o Senhor.

O SENHOR DEPUTADO JÚLIO MENDONÇA - Pois não.

O SENHOR DEPUTADO LEANDRO BELLO (aparte) - Quando eu pedi um aparte ao Deputado Yglésio, que ele me negou, eu só queria acrescentar, contribuir o discurso dele, já que ele citou o Ministro da Justiça, o Senador Flávio Dino.

A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE – Concedo dois minutos de acréscimo.

O SENHOR DEPUTADO LEANDRO BELLO - E ontem, Presidente, ele fez foi um ato muito, pelo contrário do que ele falou, um ato de cidadania, lançando o PRONACI, entregando 270 viaturas que vão ajudar no combate à violência contra as mulheres. Então, em vez de criticar o Ministro deveria subir à tribula para elogiar um governador que tanto fez pelo Maranhão e que vem fazendo agora pelo Brasil. Era isso que eu queria acrescentar no discurso dele e somar com o seu, Deputado Júlio.

O SENHOR DEPUTADO JÚLIO MENDONÇA - Obrigado, Deputado Leandro. E eu vou concluindo agora, Presidente. Então eu faço um apelo, nesse momento, a nós deputados, à classe política que, de fato, comecem a ter uma forma de enxergar as pessoas são objeto das políticas públicas e não venha achar que nós podemos, com nossa sapiência, fazermos coisas sem diálogo, sem escutá-los, sem colocar no lugar do protagonismo, para que a gente possa de fato ter uma sociedade, ter um Brasil, ter um estado mais justo. Fica aqui a meu discurso para além da Esquerda, para além da Direita, para além das dicotomias, para além da narrativa, buscarmos, de fato, colocar essas pessoas como protagonismo de diálogo, de construção e, acima de tudo, de resgate dessa histórica dívida que nós, que o Estado tem com as pessoas que estão lá, quilombolas, favelados, indígenas. E, assim, só vamos construir, de fato, um país mais justo e mais inclusivo. Obrigado.