Saiba mais sobre o Sítio Piranhenga, sua beleza e muitas histórias

Fonte: TV Assembleia

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São Luís guarda um tesouro do século XVIII, carregado de histórias e belezas naturais: o Sítio Piranhenga. O nome vem da linguagem indígena: pira significa fogo e nhenga, lugar. Assim, lugar de fogo.

A explicação para tal denominação está em casario secular onde funcionava caieiras, construídas às margens do rio Bacanga, na área do bairro Sítio Pindorama. Ao lado delas, a senzala, onde ficavam os escravos. Segundo relatos dos mais antigos, quem passava de barco pelo local avistava o fogo que queimava as cascas de sarnambi para a produção de cal marinha, principal atividade do lugar no início do século XVIII.

“Lembro que antigamente não existia o cimento. Todas as construções do Centro de São Luís foram edificadas através da utilização da cal marinha, com pedra e barro. E essa atividade começa a entrar em declínio após a abolição da escravatura e o surgimento de um novo produto, que seria o cimento”, destaca o historiador Flaviomiro Mendonça.

Próximo à senzala, há uma escada em formato de serpente e que dá acesso à casa grande. São 99 degraus, com algumas partes que formam um mosaico. Em cima, está o casarão que ainda preserva a beleza das moradias coloniais.

Um jardim à frente é o cartão de visitas para a morada construída pelo senhor de escravos

 José Clarindo de Sousa. Os móveis em couro e madeira trazem as iniciais do primeiro proprietário.

Com a falência da família proprietária, o sítio chegou a ficar desativado, mas na década de 1970, a artista plástica estrangeira Virginia Eftmiè adquiriu o imóvel e fez mudanças na arquitetura. Em 1991, a propriedade foi vendida para a ONG Centro Profissionalizante do Maranhão (Cepromar), sob a liderança João de Fátima Maranhão, falecido no ano passado.

No local, começou um trabalho filantrópico desenvolvido com as comunidades, situadas em torno do Piranhenga. “Aqui é uma grande universidade aberta, onde dá para explorar a educação 5., porque aqui dá para trabalhar tanto as questões de engenharia, da construção, como as  patologias que hoje existem, as formas de poder recuperar e, também as proposições de poder explorar a natureza de uma forma sustentável economicamente e social. Temos no entorno toda essa comunidade de alta vulnerabilidade que precisa ser envolvida tanto na questão econômica quanto no resgate de sua identidade, do que significa esse sítio para a cidade”, detalhou a coordenadora do Cepromar, Ana Lúcia Zendomenegui.

A casa é rodeada pela natureza. Ao visitar o sítio é possível fazer uma trilha pela mata. Mas, por enquanto, parte do roteiro está suspenso. Faltam guias e até mesmo visitantes.

O Sítio Piranhenga não vive sua melhor fase e está precisando de manutenção. O local, que conta somente com os cuidados do Centro, necessita de apoio financeiro para administrar e preservar o patrimônio. A maior parte das peças do sítio foi perdida e muitos objetos levados por vândalos, mas ainda é possível viajar no tempo e na imaginação.

Do lado da casa, está a capela, revestida por azulejos em alto relevo. Era tradição da época construir uma igrejinha para momentos de devoção. A erguida no lugar recebe o nome de Capela de São Benedito. Bem ao lado dela, o sino de bronze banhado a ouro. Reza a lenda que, se a pessoa tocar o sino e ele badalar três vezes, pode fazer um pedido que será realizado.

O Sitio Piranhenga é esse lugar rodeado de belezas, repleto de histórias e que precisa de atenção. O local segue aberto ao público, que paga uma taxa para ter acesso ao local e tirar fotos. O valor angariado serve para manter o mínimo de cuidados com o lugar.

“Precisamos de ajuda, precisamos de um olhar carinhoso, amoroso, para esse espaço tão lindo. Não só pela beleza natural, mas por todo o seu apelo histórico. Isso aqui é um patrimônio histórico”, observou a coordenadora do Cepromar.

Conhecer o Sítio Piranhenga é mais que um passeio, é uma volta ao passado. É um pedacinho da história do Brasil dentro do Maranhão.



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