14/04/2005 00h00 - Atualizado em 00/00/0000 00h00

Jacqueline Heluy Repórter da Assecom A precária situação da Casa das Minas, patrimônio cultural, histórico e religioso de São Luís, foi assunto abordado na sessão de hoje (quinta-feira, 14), pela deputada Helena Barros Heluy (PT). A deputada leu um documento de autoria da professora Ilma Fátima de Jesus, o qual alerta para o risco de um dos mais antigos patrimônios da cultura negra do Maranhão vir a desaparecer por falta de recursos. Helena Heluy conclamou todos os deputados a se engajarem na luta pela preservação da Casa das Minas e os convidou para uma visita ao local, a fim de conhecer o trabalho de preservação da cultura negra ali realizado e a atual condição estrutural do prédio, localizado na rua de São Pantaleão, Centro da cidade. “Vamos utilizar os instrumentos que dispomos como representantes do Legislativo para sensibilizar os órgãos competentes, o governador José Reinaldo Tavares e a própria sociedade para que não deixem a Casa das Minas ruir. Ela é um marco da brutalidade da escravidão negra no Brasil e marca da resistência da raça negra no Maranhão”, destacou a deputada. A Casa das Minas é o terreiro de tambor de mina mais antigo de São Luís. Foi fundada em 1840, por escravizados africanos procedentes de Daomé, atual República do Benin. Possui um sistema organizacional matriarcal, sendo comandada por mulheres. O monumento foi tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico (Iphan) em 2002. De acordo com a deputada Helena Heluy, atualmente a Casa das Minas atravessa um período de instabilidade devido à falta de recursos financeiros para a sua manutenção. Parte do prédio carece de serviços de reparos urgentes no telhado, com risco de desabamento, pois a madeira está sendo atacada por cupins. Faltam recursos para completar um cercado que protegeria a Árvore Sagrada (uma cajazeira) e demais assentamentos no terreiro, que fica no interior da casa. Disse ainda a deputada, que a Casa das Minas, monumento que representa o patrimônio histórico, cultural e religioso do Maranhão, não tem merecido a atenção e a devida manutenção por parte do poder público municipal e estadual, assim como do setor privado, para que sobreviva com dignidade necessária.

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