CPI determina busca de advogado sob aparato policial
O advogado é um dos acusados de envolvimento com a prática de orgias sexuais com adolescentes de Açailândia, o conhecido “Caso Provita”, investigado pela CPI da Pedofilia, presidida pela deputada Eliziane Gama.
Jacqueline Heluy
Agência Assembleia
10/12/2009 00h00 - Atualizado em 10/12/2009 18h03
Açailândia — A Comissão Parlamentar de inquérito (CPI) que investiga a prostituição infantil e o abuso sexual no Maranhão retomou nesta quinta-feira (10) os trabalhos na cidade de Açailândia, deliberando pela condução coercitiva do advogado Antônio Borges para prestar depoimento. O advogado é um dos acusados de envolvimento com a prática de orgias sexuais com adolescentes de Açailândia, o conhecido “Caso Provita”, investigado pela CPI.
O advogado havia assinado a intimação da CPI, se comprometendo a prestar depoimento na sessão de hoje, mas os trabalhos começaram sem que ele ou seu representante se apresentasse aos parlamentares. Até o final dos trabalhos, previsto para o início da noite, a Comissão aguardará que Borges seja levado a depor conduzido por aparato policial.
A participação de Borges no “Caso Provita” foi confirmada pelo estudante Fabiano Sousa Silva, acusado de ser o agenciador das adolescentes para homens de influência da cidade de Açailândia. A exemplo da primeira sessão da Comissão, no início de novembro, Fabiano depôs hoje usando máscaras e confirmou ter sofrido ameaças para não denunciar os envolvidos. Ele declarou que teme pela própria vida.
No depoimento que deu hoje pela manhã à CPI, Fabiano disse que diversas vezes recebeu telefonemas ameaçadores contra ele e sua mãe. Em uma das vezes chegou a ser interpelado pessoalmente pelo advogado Antônio Borges, dizendo que era uma pessoa influente na cidade e que se ele o acusasse sabia muito bem o que isso poderia acontecer.
Além de Antônio Borges, foram intimados para prestar depoimento na sessão de hoje em Açailândia, Ildenor Gonçalves dos Santos, Pedro Rodrigues de Sousa (o “Pedrão da Farmácia) e o empresário Noemi Ataides, conhecido como Miro Ferraz, proprietário das boates Gigantão, Subterrânea e Castelão.
No início da sessão, a CPI deliberou, também, por convidar o presidente da seccional da OAB de Açailândia para prestar esclarecimentos a respeito da participação do advogado Antônio Borges na chapa vencedora das eleições, para o cargo de secretário-geral. Na sessão anterior da Comissão, o presidente da OAB esteve pessoalmente na Câmara Municipal de Açailândia, ocasião em que confirmou a exclusão de Antônio Borges da chapa. Ele não apenas deixou de ser excluído, como foi eleito para o cargo.
Participam da segunda sessão da CPI em Açailândia, os deputados Eliziane Gama (presidente), Penaldon Jorge (PSC - relator) e Domingos Paz (PSB- vice-presidente). Ao abrir os trabalhos, que serão concluídos ainda hoje, a deputada Eliziane explicou que o objetivo do retorno da Comissão é aprofundar as investigações em torno da prostituição infantil na região, com fortes indícios da existência de uma rede de pedofilia.
A presidente da CPI destacou que a população de Açailândia está ansiosa por respostas em torno do “Caso Provita” e pela punição dos acusados por parte do Judiciário. O mesmo posicionamento foi defendido pelo deputado Penaldon, que destacou ser esta investigação em torno de uma causa justa sobre a qual a sociedade almeja que possa produzir efeitos positivos.
O deputado Domingos Paz também se manifestou na abertura da sessão, destacando que os trabalhos da CPI buscam a justiça e a verdade dos fatos. “Estamos voltando a Açailândia para esclarecer todas as denúncias e cumprir o nosso trabalho”, declarou.
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