“Padre Eider marcou a história do Maranhão”, diz Helena Heluy
Da Assecom/Gab. da dep. Helena Heluy
10/11/2009 00h00 - Atualizado em 11/11/2009 10h48

A deputada Helena Barros Heluy manifestou hoje da tribuna da Assembleia, seus sentimentos pela morte do monsenhor Eider Furtado da Silva, a quem classificou como figura extraordinária no amor à terra, à igreja e à gente do Maranhão. Para Helena, o padre Eider foi, é e continuará sendo o construtor do reino aqui na terra. “Padre Eider marcou a história da Baixada, da igreja e do Maranhão”, afirmou.
Helena lembrou que nunca esteve em Viana sem cumprir o “dever-prazer” de visitar o pároco, assistindo ao descortinar dos verdes campos da Baixada da janela de seu casarão.
Em requerimento de condolências aprovados pela Assembleia Legislativa, ao qual acrescenta o Epitáfio doPadre Eider, escrito pelo vigário de próprio punho, a ser publicado no Diário e circunscrito aos anais da Assembleia, a deputada Helena Barros Heluy resume a vida do padre que chegou a ser preso em Viana, provavelmente por intervenção de seu próprio pastor, o bispo dom Adalberto.
Monsenhor Eider nasceu no lugar Barro Vermelho, hoje Cajari, onde se batizou e ordenou padre. Foi vigário cooperador do padre Manoel Arouche e, ao mesmo tempo, do monsenhor José Bráulio Nunes; pároco de São Vicente de Férrer e de Viana, depois vigário-geral do bispo dom Francisco Hélio Campos. Foi pároco de Matinha, cooperou na fundação do Movimento de Educação de Base (MEB) e empenhou-se com os demais padres para a efetiva criação da Diocese de Viana, organizando a posse do primeiro bispo, dom Hamleto de Ângelis.
Segundo Helena Heluy, monsenhor Eider dedicou-se em Viana, de modo particular, à assistência ao homem do campo que constituía a maioria da população do município, onde participou da luta pela terra. Colaborou com os lavradores para a criação dos primeiros sindicatos de trabalhadores rurais de Viana, Penalva, Cajari e Matinha, resistindo o quanto pode às pressões e ameaças durante o regime militar.
Eleito vigário capitular pelo presbítero diocesano em 1975, foi logo destituído do cargo pela Núncia Apostólica e preso na cadeia pública de Viana em 1980, sendo suspenso de Ordens pelo 3º bispo dom Adalberto Abílio Paulo da Silva, por quem foi excomungado em 1982.
Em 1986 foram retiradas as penas que pesavam sobre monsenhor Eider, sendo-lhe conferido o título de Vigário-Geral Emérito pelo 4º bispo dom Xavier Gilles.
Helena afirmou que monsenhor Eider viveu a dimensão ética, social e política da fé, pugnando pela libertação do povo de Deus e como exemplo a todo o seu pastoreio dos valores da fé aliados à justiça e à paz.
“A sua partida comove não apenas os cristãos, mas toda a população de Viana para quem Monsenhor Eider foi, como pastor, exemplo de coragem e misericórdia para acontecer o reino de Deus” afirma o requerimento.
As condolências da Assembleia estão encaminhadas à CNBB NE 5 e à Diocese de Viana nas pessoas do padre Flávio Lazzarini e dom Xavier Gilles.
Da tribuna, a deputada Helena Barros Heluy declarou que Monsenhor Eider teve um grande mestre nesta terra, dom Hélio, bispo de Viana que influenciou o fortaleceu ainda mais suas convicções. De dom Hélio disse Helena: “Eu nunca vi em toda essa minha caminhada ninguém que encarnasse a radicalidade do Evangelho como dom Hélio.
Helena não se fez presente ao velório do monsenhor Eider, ocorrido na Matriz Nossa Senhora da Conceição, em Viana, “por questões muito especiais” mas afirmou: “Não pude estar lá no momento da cerimônia de corpo presente, mas garanto que a Baixada inteira chorou, a Igreja inteira chorou, o Maranhão inteiro chorou”.
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