10/04/2006 00h00 - Atualizado em 10/04/2006 00h00

Nonato Reis- Repórter da Assecom A candidatura do ex-ministro Edison Vidigal (PSB) ao governo do Estado está provocando um fenômeno inédito dentro do PT, no Maranhão: pela primeira vez, em 26 anos, o partido vai marchar unido nas eleições majoritárias. “É uma decisão histórica. Isso nunca havia acontecido antes. Desta vez estaremos todos juntos”, disse, na tarde de hoje (segunda-feira, 10) o deputado Domingos Dutra. “Vidigal passa a encarnar agora todo este sentimento de mudança”, completou a deputada Helena Heluy. Na avaliação de Dutra, o encontro do PT, realizado no último final de semana, para definir os rumos do partido nestas eleições, foi o mais proveitoso de toda a história do partido. “Participaram 245 delegados de 112 municípios; o conteúdo das discussões foi elevadíssimo; e tivemos um número recorde de companheiros inscritos para usar a palavra: 78 oradores, o que nos obrigou a reduzir esse número para 21, mediante acordo”. A decisão do encontro com 76% de votos favoráveis à candidatura de Edison Vidigal poderia, segundo Dutra, ter outro desfecho, se o ex-prefeito de São Luís, Jackson Lago, tivesse adotado uma postura diferente. “A candidatura de Vidigal só ganhou a eleição (interna) porque o Jackson não fez a opção pelo PT nem declarou apoio ao presidente Lula. Ele preferiu o PSDB e isso inviabilizou o seu nome dentro do partido”. Segundo Dutra, a opção do partido pelo nome do Vidigal levou em conta uma conjunção de fatores. “Vidigal está filiado a um partido que apóia Lula; o PSB e o PC do B estão com o PT desde 89; e ele (Vidigal) foi estimulado há dois anos pelo próprio presidente da República a se candidatar ao governo do Maranhão. Some-se a isso o fato de que com esta aliança (PSB-PT) Lula terá um palanque próprio no Maranhão; não precisa ocupar o espaço de Roseana”. O presidente do diretório regional do PT disse que a decisão do último final de semana colocará todos os petistas do Maranhão em torno de uma causa comum: lutar pelo fortalecimento da candidatura do ex-ministro do STJ. “Todos nós estaremos empenhados em levar o Vidigal para a vitória. Vamos abraçar essa candidatura com o mesmo entusiasmo que faríamos, se o nome escolhido fosse o de Jackson”. Dutra disse ainda que vai trabalhar para que as duas candidaturas de oposição façam uma campanha civilizada, evitando os ataques pessoais. “Precisamos criar as condições de unidade no segundo turno”. Defensora de primeira hora do apoio a Vidigal, a deputada Helena Heluy manifestou-se feliz com o desfecho do seu partido. “Se pudesse ir à tribuna hoje, diria que estou em estado de graça”. Ela disse ter esperado “ardentemente” por esse momento. “Já era tempo de se pensar em algo que possa ir além dessa estrutura oligárquica”. No seu entendimento, Edison Vidigal e Flávio Dino representam a mudança no cenário político do Estado. “Basta ouvir os seus pronunciamentos, que se observa um sotaque diferente, ao contrário dos chavões que não levam a nada”. Ela lembrou que, desde o primeiro momento, junto com outros companheiros do PT, defendeu os nomes de Edison Vidigal para o governo do Estado e o de Flávio Dino para o Senado da República, “como expressões que pudessem entusiasmar não apenas as lideranças e a militância partidária, mas principalmente o eleitorado maranhense”. Helena quer que haja um envolvimento amplo de partidos e movimentos sociais em torno da candidatura do ex-ministro. “A partir de agora precisamos discutir as estratégias de campanha, o plano de governo e todas as ações políticas de forma democrática e transparente”.

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