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Pequeno Expediente Carlos Lula

16 de maio de 2024

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Transcrição

O SENHOR DEPUTADO CARLOS LULA (sem revisão do orador) – Senhora Presidente, senhores deputados, senhoras deputadas, Deputado Neto Evangelista, Deputado Ricardo Arruda, que preside a Comissão de Direitos Humanos, eu peço atenção a essa situação, porque o Deputado Neto subiu há pouco à tribuna para falar exatamente das graves ocorrências de violências físicas de feminicídios que acontecem no estado do Maranhão; e ele, como um grande defensor, inclusive, do ponto de vista da advocacia, advogando para condenar homens que tenham cometidos feminicídios ao longo do tempo. A gente não pode permitir que a sociedade aceite a violência contra a mulher como algo natural. E quero me reportar, Deputado Neto Evangelista, há um caso que tomou evidência, a partir do dia de ontem, sobre um episódio de violência psicológica que aconteceu no curso de Medicina de uma instituição privada do Estado do Maranhão. E eu já vou fazer o pedido ao Deputado Ricardo Arruda para que a gente possa oficiar pela Comissão Direitos Humanos em relação às providências que a universidade está tomando, porque é necessário que haja a expulsão desse aluno. O que aconteceu, houve foi um desentendimento entre dois estudantes dessa universidade, e esse estudante de Medicina se achou no direito, achou de bom tom, Deputado Ricardo Seidel, de simplesmente, após saber que a jovem tinha diagnóstico de transtorno de personalidade borderline, enviar, no grupo de mensagens, mensagens incitando a jovem ao suicídio. Mencionou o diagnóstico da doença, fez chacota da situação da jovem e, diante do fato de achar isso pouco, quando isso toma repercussão, ele diz que vai resolver as coisas no braço, vai resolver com violência física. Eu me pergunto se um jovem como esse se acha no direito de, em grupo ou publicamente, dizer que vai ofender fisicamente uma pessoa, o que ele faz quando não está todo mundo vendo? Pior, Deputado Neto. A jovem ingressou com medida cautelar na Casa da Mulher Brasileira, já foi concedida. É uma medida para o agressor se manter distante, e o agressor continua fazendo postagens, debochando da Justiça, debochando a medida protetiva, debochando dos colegas de turma, e continua a instigar o suicídio da jovem. A jovem, ela está completamente abalada com a situação e esse estudante está por aí, desfilando, dizendo que nada vai acontecer com ele. Pois bem. A Polícia Civil já está investigando o caso, mas é necessário ir além. Eu quero saber, da Universidade, se ela não vai expulsar o jovem do curso, porque uma pessoa como essa não tem condição de ser médico. Uma pessoa como essa não tem condição de cuidar de outra pessoa, que não tem o mínimo de empatia, que se coloca num ponto de vista de simplesmente agredir fisicamente quem com ele, por qualquer motivo, diverge. Então, eu queria pedir providências por parte da Comissão de Direitos Humanos, Deputado Ricardo, para que a gente possa oficiar a Universidade, saber que providências estão sendo tomadas em relação a esse estudante e acompanhar o caso na delegacia, perante a Polícia Civil do Estado do Maranhão, porque isso não pode ficar impune. Nós não podemos achar que é legítimo, que é normal, que é natural que alguém queira resolver no braço, fisicamente ou com as ameaças, ou ainda com ameaça psicológica, eventuais divergências que haja com outra pessoa. Pior sendo homem fazendo ameaças a uma mulher. Isso não pode permanecer impune. Eram essas palavras, Senhora Presidente. Obrigado.