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Pequeno Expediente Othelino Neto

27 de agosto de 2024

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Transcrição

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO (sem revisão do orador) – Senhora Presidente, Senhores Deputados, Senhoras Deputadas, inicio esse pronunciamento cumprimentando a Prefeita Vanessa, de Pedreiras, que está aqui no Plenário e que realiza lá um belo trabalho na cidade. Passei a semana passada ausente. Mas, naturalmente, acompanhando os acontecimentos da política. E o fato que chamou atenção foi a decisão do Governador Carlos Brandão de exonerar o Vice-Governador, até então Secretário de Estado da Educação, da função que ora exercia. Se alguém perguntar se me surpreendeu óbvio que não, porque já faz muito tempo que o Governador Carlos Brandão, ele tenta tirar todos aqueles que ele identifica, como que se costumou, o que se aprendeu a chamar do dinismo, prática essa que foi responsável por ele ser Vice-Governador e depois ser eleito Governador. Então, esse é um processo natural que vem acontecendo, exoneração de pessoas de escalões menores do governo combinou outro dia com a exoneração da Secretária Leni, das Cidades, um quadro muito qualificado, filiada, dirigente do Partido Comunista do Brasil. Agora, com a decisão de demitir o Felipe Camarão, que é um dos melhores quadros da política do Maranhão, fez um grande e reconhecido trabalho como Secretário de Educação do Governo Flávio Dino. Eu até havia dito para o Felipe que ele não deveria ter assumido a função, porque você ser Secretário de Educação de um Governador que tem compromisso com a causa é uma coisa. E de um Governador que vai desmontar o sistema é outra coisa. Então, certamente, não foi uma boa experiência para o Secretário Felipe, embora o que tem acontecido de bom tenha os dedos do Felipe Camarão. Acho que foi, Deputado Neto Evangelista, um livramento para o Felipe Camarão, para o Vice-Governador. Agora, ele pode se dedicar à política, pode se dedicar, levar essa experiência ao Maranhão todo. E o grande problema, Senhores Deputados, Senhoras Deputadas, não é o fato do Governador estar exonerando do governo aqueles que ele considera dinistas. E essa disputa e esse conflito permanente que acontece no governo Brandão com relação àquilo que ou àqueles que são ligados ao ex-Governador Flávio Dino é um negócio que não dá pra entender, porque o Flávio Dino, hoje, inclusive está fora da política. Ele é Ministro do Supremo Tribunal Federal, Deputado Júlio, eu não sei que espécie de complexo é esse que tem neste governo ou no governador. Até nas conversas informais, o pessoal diz o nome desse complexo, mas eu não vou dizer aqui na tribuna, que fica o tempo todo se comparando com o Governador Brandão com o ex-Governador Flávio Dino. Esta comparação, Senhoras e Senhores, ela não serve para o governo Brandão, não dá para comparar um governo com o outro. O governo Flávio Dino foi um dos mais bem avaliados do Brasil, o governo Brandão acabou de sair numa relação entre os mais mal avaliados. Um governo meramente familiar, que foi a solução encontrada agora, na Secretaria de Educação. Ou um governo que despreza aliados, por que fazer isso com o Felipe Camarão? Embora eu acho que pra ele tenha sido um livramento, repito. Por que tratar mal aqueles que têm relação de amizade que foram auxiliares do então governador Flávio Dino, não foi um, nem foram dois deputados estaduais que chegaram na articulação política do governo, e foi questionado de forma constrangedora: “Mas você é Flávio Dino ou você é Carlos Brandão?”, e aí um colega deputado diz: “Como assim? Eu sou os dois, nós éramos todos juntos, nós ganhamos eleição juntos”. Mas esse patrulhamento ideológico e político existia desde o começo do governo Carlos Brandão, e agora dizem que permanecem alguns auxiliares ainda do governo Flávio Dino, mas eles estão tirando devagar, de acordo com a importância que eles dão à secretaria ou ao negócio que aquela secretaria permite fazer, porque esse é um governo de negócios, Deputado Júlio. Por que tratar mal os colegas deputados, só porque são filiados ao PCdoB ou porque são ou porque foram auxiliares do ex-governador Flávio Dino? Os Deputados Carlos Lula, Rodrigo Lago, Júlio Mendonça, todos votam 99% dos projetos do governo, e, só porque foram auxiliares do governo e eventualmente fazem alguma crítica, são penalizados, são ameaçados. Aqui, por exemplo, esse ano, o governo pagou R$ 400 mil, Deputado Florença Neto, de emendas do Deputado Rodrigo Lago, pagou R$ 600 mil do Deputado Carlos Lula. Já vou concluir, Senhora Presidente. Mas isso aí não é uma crítica, eu até fico feliz por isso, o Deputado Wellington, por exemplo, que não apoiou o governador e diz ser oposição, recebeu R$ 2,5 milhões de pagamento de emenda. Que tratamento é esse? Eu não estou entendendo e, repito, não estou reclamando, eu acho que o Deputado Wellington merece ter as suas emendas pagas, como todos aqui; as minhas, pagaram quase nada, mas essa é uma outra discussão. Então, senhoras e senhores, concluo esse pronunciamento para dizer que a exoneração do Vice-Governador Felipe Camarão do cargo de secretário – porque do de vice-governador o Governador Brandão não consegue demiti-lo, porque ele foi eleito pelo povo – é só um exemplo desse afastamento definitivo, que é uma decisão do Governador de se afastar daqueles que ele identifica como defensores do legado de Flávio Dino. E o problema não é esse, se ele tratasse os “dinistas”, entre aspas, mal, mas cuidasse bem do povo do Maranhão…

A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE – Conclua, Senhor Deputado.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO – Se ele cuidasse bem do povo do Maranhão, mas ele trata mal os aliados, ele governa com o programa para o qual ele não foi eleito e ele cuida muito mal do povo do Maranhão, os serviços públicos estão sucateados; por isso, é um governo, infelizmente, condenado ao fracasso. Muito obrigado.