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Grande Expediente Othelino Neto

28 de agosto de 2024

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Transcrição

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO (sem revisão do orador) – Senhora Presidente, senhores deputados, senhoras deputadas, senhores deputados, telespectadores que nos acompanham pela TV Assembleia. Pedi para ocupar o Grande Expediente, de hoje, para poder fazermos um pronunciamento menos apressado, dado que o Pequeno Expediente são só 5 minutos, sobre esta polêmica em torno da relação do que apelidaram de dinismo e as coisas do Governo Brandão. Sobre rompimento, não rompimento, sobre o tratamento diferenciado para quem era aliado e para um tratamento bom, para um tratamento melhor para quem não era, enfim, essas discussões que são da política e são legítimas e são absolutamente normais. Ontem, teve um uma fala do Deputado Neto Evangelista que me chamou atenção quando ele disse que as mudanças de governo são normais que todo governo faz e ele tem razão. E todo o governo faz as suas mudanças e elas têm uma motivação de ordem administrativa ou política. O que está se discutindo agora não é mais a questão do rompimento da bancada do PCdoB ou dos políticos, deputados ou não, mais ligados ao então Governador Flávio Dino, que hoje, enfatizo, não mais milita na política, mas ele tem um legado e esse legado fica, independentemente, dele ser Ministro do Supremo hoje ou não. Mas o que é preciso que o Maranhão inteiro saiba e tenha clareza disso é que, independente de alguém romper politicamente, o rompimento com aquilo que se acostumou chamar de dinismo, e, em síntese, o que é isso? É um modelo político-administrativo que foi implantado no Maranhão, a partir de 2015, quando o Governador Flávio Dino assumiu o governo e que transformou para melhor o Maranhão, principalmente no aspecto social. Governo Flávio Dino, ele foi voltado para aqueles que estavam historicamente esquecidos pelo Poder Público. Então, o Governo Flávio Dino instalou este modelo, o governo, para estender as mãos prioritariamente para aqueles que mais precisavam e é um modelo que foi reconhecido pelo povo do Maranhão, tanto no aspecto eleitoral quanto no aspecto mais político. Por que eu digo isso, Deputado Júlio Mendonça? Que foi reconhecido, Vossa Excelência fez parte do Governo Flávio Dino. Porque o Governador foi reeleito, em primeiro turno, na chapa do Governador que foi reeleita primeiro turno foram eleitos os dois senadores, na sucessão dele, elegeu o sucessor e foi eleito Senador, com a maior votação da história do Maranhão. Terminou a gestão, com índice de aprovação elevadíssimos, Deputado Rodrigo Lago, Vossa Excelência que também compôs o Governo Flávio Dino. E esteve inclusive entre, por alguns anos, ou o governador mais bem avaliado do Brasil, ou sempre entre os cinco mais bem avaliados. E aí pode-se destacar o trabalho que foi feito na educação, muito bem resumido ontem pelo Deputado Carlos Lula, ou podemos falar mesmo do trabalho feito na saúde, com a regionalização da saúde, a abertura de hospitais com o trabalho forte feito no combate à Covid, que fez com que o Maranhão fosse o estado que, proporcionalmente, menos perdeu vidas para a Covid. Nós podemos falar nesses aspectos da gestão, mas podemos falar também no aspecto da transparência. Foi um governo que foi escaneado por forças nacionais, tendo em vista o tamanho político do então governador Flávio Dino e passou um governo sempre probo, transparente passando uma grande mensagem para o Brasil. Dito isto, não há como não dizer que o rompimento deste governo com o dinismo já aconteceu há muito tempo, porque este governo nada tem a ver com o dinismo. Basta ver que quem mais hoje se dispõe a defender este governo é quem mais combatia o governo Flávio Dino. E quem mais é empurrado para o canto ou para fora do governo é justamente aquele time original, inclusive, que compôs o governo Flávio Dino. Porque eu digo que o governo Brandão rompeu com o dinismo faz tempo? Porque quando os restaurantes populares passam a não mais funcionar, ou a funcionar disponibilizando menos comida para o povo, isso é romper com o dinismo. Porque quando nós vemos dezenas de obras de escolas e IEMAs parados, isso é romper com o dinismo. Porque quando nós sabemos que o hospital de Viana, por exemplo, está com sérias dificuldades de funcionar, isso é romper com o dinismo. Quando nós sabemos que uma pessoa demora dois anos para conseguir uma cirurgia, isso também é romper com o dinismo. Quando nós percebemos uma estrutura familiar governar o Maranhão, sendo que não foi eleito uma família, foi eleito um governador, isso é romper com o dinismo. Então, meus amigos, não há mais que se falar neste rompimento. O rompimento de pessoas cada um sabe o seu momento de romper. Eu mesmo esperei um ano para ver se as coisas aconteciam. Quando eu vi que o rumo era completamente outro daqueles compromissos que nós assumimos com o povo do Maranhão, eu digo “não, eu não serei mais cúmplice dessa história.” E aí respeito o momento de cada um romper, mas quero dizer uma outra diferença. Eu falei da principal, que é com o povo, porque se o Governador Brandão não tivesse cumprindo os compromissos políticos, ou com os políticos, mas tivesse cumprindo com o povo do Maranhão, era aceitável, porque, primeiro, vem o compromisso com o povo e, depois, vem com os políticos. Mas o Governo descumpre com os políticos e descumpre principalmente com o povo. Mas saindo do principal, que eu disse aqui por que o brandonismo rompeu com o dinismo, eu vou para o político. Um compromisso, a palavra do Governador Brandão tem o mesmo valor que uma cédula de R$ 2,00. E todo mundo sabe aqui o que eu estou dizendo aqui. Cada deputado tem um prefeito que está frustrado, porque teve uma promessa do Governador Brandão enquanto candidato à reeleição, e aquilo que não ficou inacabado nem começado foi. Eu respeito o silêncio, mas sei que cada um aqui sabe o que eu estou dizendo. Se nós andarmos e conversarmos com os prefeitos, alguns dizem assim: “Eu estou calado, mas, depois da eleição, nós vamos conversar”. Os exemplos de descumprimento são muitos, mas eu vou me ater, por exemplo, a um mais recente, o caso Colinas. O caso Colinas, ele é bem emblemático. Quando o atual governador era vice-governador, foi feito, lá havia candidatura posta lá pelo grupo liderado pelo Deputado Federal Márcio Jerry e, em respeito à relação do Governador Flávio Dino com o Vice-Governador Brandão, foi feito um apelo para que o grupo do Deputado Federal Márcio Jerry compusesse com o grupo do Brandão lá em Colinas. O que fez o Deputado Márcio Jerry à época? Um ato político duro, que feriu internamente o seu grupo e até mesmo membros da sua família que militam na política da cidade: declinou e apoiou a atual prefeita da cidade, com o compromisso de receber o apoio na eleição seguinte. Mas, chegada à eleição seguinte, Deputado Neto Evangelista, na hora de cumprir o acordo e apoiar o candidato indicado pelo grupo do Deputado Federal Márcio Jerry, disseram “Olha, nós não vamos poder cumprir o acordo”. E aí, quando não se pode cumprir um acordo, já é ruim, mas, pelo menos, quando você senta, diz que não pode cumprir e pede para renovar o acordo, Deputado Arnaldo Melo, V. Exa., que sempre cumpriu os seus, aí fizeram o quê? Dado o impasse, renovaram o acordo e disseram: “Na sucessão da prefeita, nós vamos apoiar o candidato aí indicado pelo grupo liderado pelo Deputado Federal Márcio Jerry”. E essa conversa começou, esticou, foi para frente, foi para trás, eu até soube, mas pode ser que seja boato, que, em uma dessas viagens, o Governador Carlos Brandão teria dito, contrariado, que esse assunto estava rendendo muito e que ele iria recuar e iria cumprir o compromisso de apoiar o candidato do grupo do Deputado Federal Márcio Jerry – neste caso, o João Haroldo –, mas um familiar do Governador vetou, disse: “Não, não aceito, lá é a nossa terra, é questão de honra”, e aí desautorizou o Governador politicamente. Eu não sei se isso é verdade, dizem que o Governador não manda no governo, quem mandam são familiares próximos, irmão, cunhada, não sei o quê. O fato é que o acordo não foi cumprido e tem lá, e aí é legítimo o direito da prefeita lançar o seu candidato, tem o nosso candidato lá, apoiado pelo Solidariedade, que é o candidato da Federação Brasil da Esperança, o João Haroldo, inclusive o vice é do Solidariedade. Então, estou contando aqui um episódio onde um compromisso, um acordo, foi descumprido uma vez, descumprido duas, descumprido três, e depois disseram assim: “Não, eles têm muita coisa no governo, quero ver se eles têm coragem”, mas aí, não bastasse, tentaram cooptar um partido, o Partido dos Trabalhadores, lá em Colinas; tomar o partido, para não deixar o outro ser candidato, porque o PV eles já tinham, tendo em vista que o PV é comandado por um auxiliar do Governador no Maranhão. Foi preciso intervenção da direção estadual do PT para que o João Haroldo tivesse o direito de ser candidato. Então, eu estou contando assim um caso de dezenas que eu escuto de acordos descumpridos. A saída do Felipe Camarão é um episódio que retrata concretamente o afastamento daquilo que se chama de dinismo disso que está se instalando no Maranhão que eu confesso que nem nos tempos em que eu fazia a oposição mais dura, eu via algo parecido com isso que está acontecendo no Maranhão. O episódio da saída da Lene, da Lene Rodrigues, é outro episódio marcante, é dirigente do PCdoB, foi auxiliar do governador Flávio Dino. Fiquei feliz porque gosto pessoalmente muito dela. Se ela não tivesse saído, ela teria adoecido, porque faziam questão de não a deixar exercer a função, como quem diz assim: “nós vamos te pisar até tu saíres”. Então, já partindo para a conclusão desse pronunciamento, eu vou falar de um outro aspecto, o Governo Flávio Dino era um governo sério. Ninguém consegue levantar nem uma mácula no Governador Flávio Dino, ou consegue levantar acusações contra auxiliares do então Governador Flávio Dino. E eu não quero fazer pré-julgamentos, mas a prova da postura do Governador Flávio Dino é o tamanho que ele passou a ter no país, antes dele ser Ministro do Supremo. Ele eleito Senador, foi convidado para ser Ministro, foi o protagonista do Governo Lula, fazia os debates nacionais e nunca ninguém conseguia dizer algo que desabonasse a conduta dele, ou mesmo do período que ele governou o Maranhão. Acontece que não, isto também é uma página virada, porque este Governo Carlos Brandão, ele se tem uma coisa que ele não é, é transparente, é um governo que não tem o foco na gestão, ele parece mais ter foco nos negócios do que na gestão. E. aliás, quero alertar, que não é mais tempo, que se fazia o que queria com recurso público, alerto, que é preciso ter cuidado, que é preciso ter probidade, percebam que os órgãos de controle estão atentos. Então é importante ter a noção de que o que se faz fica registrado e que quem faz pode pagar pelos seus erros, as coisas estão acontecendo. Então, a minha parte, enquanto membro do Poder Legislativo, que tem obrigação e tem prerrogativa constitucional de fiscalizar, de defender o povo do Maranhão, de defender a boa aplicação dos recursos públicos, eu vou continuar fazendo, aqui nesta tribuna, nas redes sociais, nos órgãos de controle, continuarei fazendo para que, para proteger o povo do Maranhão e para proteger a utilização dos recursos públicos. E finalizo essas palavras dizendo que em nada me alegra vir à tribuna dizer que aquilo que foi construído com muito suor, está sendo completamente destruído pelo atual governo.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Presidente Othelino, o senhor poderia me conceder um aparte ao final, Deputado Yglésio.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO – Concedo agora, deputado.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (aparte) – Presidente, eu vou lhe chamar de presidente pelo respeito e amizade que tenho a Vossa Excelência, mas, assim, chega um momento que a gente precisa ter uma linha divisória assim entre a coerência e a verdade, se não a gente vai cair no proselitismo mais superficial possível. E aí transformar as discussões e trazer sempre um argumento nosso a favor, um argumento contra e, no meio disso aqui, nós temos uma linha clara que é a linha da verdade. Vamos lá, vamos falar em rompimento histórico com aliados. O primeiro rompimento histórico do dinismo, o acordo, o grande acordo não cumprido e o que mais envergonhou a história do Maranhão foi o rompimento de Flávio Dino com Zé Reinaldo. Imagina a pessoa que tirou alguém da magistratura, alguém que não tinha nem mal voto dele e que colocou com mais de cem mil votos em várias cidades e rompeu porque não cumpriu o compromisso de fazer Zé Reinaldo senador. Segundo rompimento foi construído com o próprio Léo Costa lá em Barreirinhas, que hoje está alinhado com Amílcar na eleição. Esse é outro rompimento. Vamos falar em situações familiares, família do Flávio Dino. Ele tem parentes que são, graças a Deus, bem resolvidos, que é uma família abastada desde o império: um irmão procurador e um outro bom advogado, que inclusive teve uma indicação agora para o STJD, o Salvio, que eu gosto muito. O Saulo irmão dele trabalhava na Secid terceirizado aí por outras empresas, mas vivia lá. Eu era testemunha ocular e, se chamar vários funcionários da Secid, vão ver isso. Mas vamos lá, quando coloca o Márcio Jerry, que é o irmão verdadeiro do Flávio Dino, e ele sai da Secretaria, ele indica a esposa. Quando coloca o filho do Flávio Dino postiço, que é o Duarte Júnior, ele sai do Procon, ele coloca a esposa. Vossa Excelência, que é meu amigo, meu irmão, mas está trazendo uma informação que não é uma coisa de uma pessoa justa como Vossa Excelência sempre foi. Quando teve que indicar alguém para ser suplente do Flávio Dino, indicou a esposa. Então assim, a estrutura, infelizmente, do Maranhão é familiar. E eu sou uma pessoa que luta contra isso. Mas a gente não pode subir à tribuna para dizer assim: Ah! o irmão do Brandão é isso, não sei o quê, quando todo mundo, na hora que tem que resolver seus problemas políticos, coloca a esposa. Então, vamos parar com essa história e discutir no argumento mesmo qual é o IDEB aqui do Brandão, qual é o IDEB do Flávio Dino, qual a capacidade de pagamento que o Brandão está deixando, o nível de endividamento que o Flávio Dino deixou, porque deixou quebrado o estado, qual o ICMS que o Governador Brandão utilizava, qual era que o Flávio Dino teve do ponto de vista arrecadatório. Vamos discutir dados sérios e parar com essa picuinha, porque aqui todo mundo praticamente tem o dedo sujo em relação a isso. Ontem eu vi um vídeo aqui do Deputado Carlos Lula andando, fazendo uma passeata onde ele está carregando o marido da Soninha, que está cambaleando. O marido da Soninha está nitidamente incapaz, que agora é ex-marido, não tem condição de ser prefeito de Axixá. E um ex-secretário de saúde estava andando com uma pessoa cambaleando. Isso é uma vergonha, gente! Vamos parar com isso. A hipocrisia não cabe nesta Casa. Eu estou aqui para dar fim a essa hipocrisia, por favor. E lhe agradeço a oportunidade dos apartes.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO – Deputado Yglésio, Vossa Excelência por quem eu também tenho muita consideração, acho que os exemplos foram infelizes e até preconceituoso. Deixa eu lhe dizer, eu evito muito tocar nessa coisa de esposa de A, de marido B, porque eu acho que isso não vai terminar bem. Eu não vou questionar, por exemplo, por que e o que levou a esposa de A ou marido B serem nomeados ou contratados aqui ou acolá. Mas a Ana Paula era vice-prefeita de uma cidade do Maranhão, ela tinha e tem militância política. Você a conhece bem, então ela não foi inventada, ela não foi tirada do nada, e se tivesse, ainda que tivesse sido, é um direito que o então Senador Flávio Dino tinha, de escolher. Se ele quisesse, ele podia ter escolhido o irmão, podia ter escolhido a cunhada, mas ele prestigiou a política em um quadro da política. Ana Paula, repito, à época era vice-prefeita da cidade de Pinheiro, chegou inclusive a assumir a prefeitura. E ele queria prestigiar um quadro feminino de uma região importante do estado, que é a Baixada Maranhense. Acho que V. Exa. devia repensar utilizar esse tipo de argumento, que acho que não é nem elegante e muito menos produz um bom debate político. Com relação à questão do Duarte Júnior, não vou entrar nesse debate, ambos são candidatos a prefeito, podem travar esse debate nos momentos oportunos que tiverem, até porque ele não é mesmo parente do Ex-Governador Flávio Dino. Sobre a questão do Governador Zé Reinaldo, político por quem eu tenho grande apreço e consideração, houve um fato marcante, e V. Exa. inclusive, à época, militava no campo da esquerda, que o então Deputado Federal Zé Reinaldo votou a favor do impeachment da Presidente Dilma, quando o Governador Flávio Dino liderava um movimento para evitar aquele golpe que aconteceu contra o povo brasileiro. E aquilo foi um fato muito marcante e, de fato, estressou as relações. Que aquilo não foi um fato qualquer, aquilo foi um voto de um político muito ligado ao Flávio e que ajudou a caçar uma presidente séria, correta, não estou dizendo que ela não errou no governo, mas uma mulher séria, decente e que foi arrancada do poder. Então, aquilo é um episódio muito marcante. No mais, não dá para comparar, inclusive as condições de governabilidade. Governador Flávio Dino, nos primeiros dois anos do seu mandato, teve a Presidente Dilma, que ajudou o Maranhão; depois, veio o Presidente Temer, que não ajudou, mas também não perseguiu. Mas o Flávio Dino era um adversário, ele liderou o enfrentamento, para que o Temer não virasse presidente e fez um enfrentamento público nacional. Depois, aconteceu a catástrofe, que foi o seu, hoje líder, Bolsonaro ser eleito presidente. Aí o Maranhão passou a ser castigado, perseguido, e não vinham recursos para cá, e o Flávio Dino governou o Maranhão, e avançou no Maranhão, com toda essa situação adversa, inclusive com uma pandemia pelo meio. O Governador Brandão, quando foi reeleito, a partir de 1º de janeiro, já tinha o Presidente Lula, que é, efetivamente, quem governa; quem governa, não; quem manda recursos para o Maranhão. E, se não fossem os recursos federais, não tinha nada no Maranhão, porque 90% daquilo que o Governador Carlos Brandão anuncia é pegando carona nos programas do governo Lula, é um governo que não tem realizações, que só pega carona. Então, graças a Deus, que o Maranhão tem o Presidente Lula para ampliar programas sociais, para anunciar investimentos no estado. Então, não dá para comparar o Flávio Dino, não dá para comparar mesmo com Brandão, porque são quilômetros de distância, no aspecto da capacidade intelectual, no aspecto da capacidade moral e no aspecto da capacidade de respeitar o povo do Maranhão.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Presidente, o senhor poderia me dar só um minutinho, só para…

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO – Sempre, Deputado

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (aparte) – Obrigado. Porque o nosso debate é muito respeitoso, graças a Deus. Vamos lá! Em relação ao Zé Reinaldo, o senhor fala que o Zé Reinaldo votou contra a Dilma Roussef, isso teria sido fator impeditivo. Vamos lá! Não custa nada lembrar, sinalizar, que o Flávio Dino não teve nenhum constrangimento em receber o Aécio Neves e várias pessoas aqui, os algozes da Dilma Roussef, todos aqui no Maranhão, quando foi necessário para formar a tal de solução salomônica, frente ampla, para destituir o sarneysmo. Então, quando lhe é de interesse, não teve nenhuma questão de coerência relacionada. E para mim assim, eu queria era ter realmente assim um Zé Reinaldo na minha vida, que como o V. Exa. falou, com a capacidade que eu tenho, com o intelecto que eu tenho, talvez eu já fosse até aí prefeito da cidade de São Luís, com certeza, e voos mais altos, com toda humildade aqui, mas a gente tem que saber quem nós somos para ter valor, a primeira coisa é saber quem nós somos. Em relação à questão da esposa, da citação de esposa, eu só a fiz porque para mim, assim, a família é uma célula una, irmãos, pais, mães, filhos e esposas, tudo isso aí. A partir do momento que o V. Exa. traz a questão de dizer que um governador não governa e é o irmão, que parece que governa, o senhor também não foi assertivo nisso, que eu acho que é uma coisa também de pessoas prudentes. Mas o senhor também oportuniza a quem pensa diferente, adentrar numa esfera familiar, porque o senhor deu o primeiro passo nesse movimento. Então, gostaria também que o senhor repensasse, nesse momento, antes de trazer questão de irmão para cá, porque, por exemplo, a minha irmã, ontem, ela foi, subliminarmente, trazida aqui por um deputado comunista. Minha irmã é uma pessoa que tem seríssimos problemas na vida dela, por traumas de infância. Então assim, ela assiste TV Assembleia e ficou ontem, teve que tomar calmante, depois que foi trazida para cá. É uma pessoa que trabalha, ali no Alomere, que aí lá agora, ela está trabalhando, ela não está recebendo para ficar em casa. Ela, como eu, fica transtornada se não tiver trabalhando, porque nós gostamos, nossa mãe trabalhava três turnos. Então, a gente gosta de servir. Em relação ao Bolsonaro não cabe falar porque o Maranhão nunca recebeu tanto dinheiro de nenhum Governo Federal nem do Governo Lula como do Governo Bolsonaro. Vacinas aqui foi o local que mais recebeu e primeiro recebeu por conta do navio. Então assim, nunca deixou de chegar ao Maranhão nada, por conta de divergência entre Bolsonaro e Flávio Dino, ao contrário, o Flávio, para ganhar projeção nacional, utilizando recurso da Secom, R$ 87 milhões, no último ano, para fazer propaganda, em nível nacional, ele tentou antagonizar Bolsonaro, porque ele tinha um projeto presidencial. Como ele nunca passou de 1% nas pesquisas, ele abortou o processo e se dedicou à campanha do Lula. Então, são só esses contrapontos, eu não vou falar mais nada, eu inclusive eu tenho gente me esperando no gabinete, antes que alguém diga aqui que eu estou em covardia, mas assim, eu já fiz a minha obrigação de votar, estou terminado, presidente, eu já cumpri com a minha obrigação de votar, já contrapus os argumentos no que eu considero que seja verdade e eu respeitosamente lhe peço a permissão para me retirar após a tréplica.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO – Fique à vontade, Deputado Yglésio, talvez até Vossa Excelência chegue ao gabinete ainda possa me ver falar pela televisão, embora eu esteja já concluindo, para não abusar aqui da paciência da presidente. Em 2014, o PSDB esteve conosco na coligação, então, era natural e legítimo que o Governador Flávio Dino recebesse o então candidato Aécio Neves. Isso é da democracia, o que não quer dizer que ele seria cúmplice de caçar a presidente eleita, são coisas diferentes. Inclusive, rapidinho, para finalizar, o Deputado Yglésio me lembrou um episódio importante de como um homem que tem palavra faz. O vice, em 2014, seria do PDT, e aí teve a possibilidade do PSDB compor conosco. O que é que o Flávio Dino fez? Chamou o PDT, chamou o Weverton, chamou Carlos Lupe, chamou Márcio Honaiser e disse “Olha nós temos um problema. A vaga de vice é de vocês, mas nós podemos trazer o PSDB e, praticamente, resolver o problema da eleição.” O PSDB a época era um dos, estava entre os partidos principais do Brasil. Aí disse: “Se vocês não abrirem, vocês ficam com a vice, mas se vocês abrirem, a gente vai fazer uma nova composição.” E dali foi colocado o vice-governador, como vice-governador, o hoje Governador Carlos Brandão. Partindo para a reeleição, o Governador Flávio Dino teve todas as possibilidades de mudar o vice, inclusive muitas pessoas disseram: “Flávio, tu podes colocar quem tu quiseres de vice. Tu vais ganhar a eleição. O Brandão pesa muito pouco.” E ele disse: “Não, eu vou manter o Brandão. Não tem razão para mudar.” Acho que ali foi um erro, mas ele também não tem bola de cristal.

O SENHOR DEPUTADO MILTINHO ARAGÃO – Deputado Othelino, gostaria de pedir um aparte.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO – Concedo já. Eu vou deixar o aparte de Vossa Excelência para a liberalidade da Presidente, porque está terminando o tempo, mas de minha parte fica já concedido. Então, ali o Flávio Dino disse, e alguns dos que estão aqui devem se lembrar: “Não tenho porque mudar o vice. Deixa ele aí.” E aí ontem a Deputada Mical disse assim: “O Felipe tinha que ser um vice como o Brandão.” Deus me livre! Felipe é um homem sério, homem correto. Não estou dizendo que o Brandão não seja. Eu estou me referindo à palavra, até pra não ser injusto, ao cumprimento de palavra. Deus livre que o Felipe seja como o Brandão, porque o Brandão ele simulou ser uma pessoa e quando assumiu o governo, mostrou-se outra. Eu prefiro aquele que chega e se apresenta como é. Então, se alguém foi correto com o outro, foi o Flávio Dino, que manteve o Carlos Brandão como vice, o apoiou na reeleição e tinha razões para não apoiar, poderia ter apoiado o Weverton, com quem, inclusive, tinha relações mais próximas e mais afinidade ideológica, mas optou por apoiar o Vice-Governador Carlos Brandão, que, infelizmente para a nossa surpresa, para nossa infelicidade, está destruindo aquilo que foi plantado pelo então Governador Flávio Dino. Eu finalizo minhas palavras concedendo, se a Presidente permitir, o aparte ao Deputado Miltinho.

A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE – Como o Deputado concedeu antes, o senhor tem apenas o tempo de aparte para falar. Está bom, Deputado?

O SENHOR DEPUTADO MILTINHO ARAGÃO (aparte) – Obrigado, Presidente. Eu gostaria só de sublinhar, como sempre falou Flávio Dino, nosso Governador Flávio Dino essa palavra “sublinhar”, o momento do seu discurso quando Vossa Excelência, insistentemente, e alguns colegas, ao meu ver, insistentemente, equivocados, pregam a dualidade brandonismo/dinismo dinismo/bradonismo, bradonismo/dinismo, uma verdadeira máxima para tentar emplacar essa divergência e uma suposta ruptura. Primeiro, entendo que há um fosso ético muito grande de aqui vir qualquer um, independente que seja nesta Casa ou em qualquer casa deste país, ficar trazendo para o palanque, para a discussão política diária um ministro do Supremo Tribunal Federal. Flávio Dino não está mais na política, V. Exa. Flávio Dino não é candidato a coisa nenhuma, a não ser a continuar brilhando e sendo um ministro importante deste país. Portanto, eu peço, neste momento, que V. Exa. como homem inteligente que é, com uma história que tem, não continue repetindo equivocadamente, como se Flávio Dino fosse candidato, fosse político. Flávio Dino fez uma decisão. talvez a mais difícil da vida dele, mas fez uma opção clara pelo Judiciário. Portanto, não cabe eticamente ficar, todo dia, trazendo Flávio Dino para o debate desta Casa. Flávio Dino é Ministro do Supremo Tribunal Federal, e eu me orgulho muito de tê-lo como amigo. E Flávio Dino não morreu. Flávio Diante está vivo e muito bem vivo, brilhando e fazendo história pelo país, não cabe a V. Exa. nem a nenhum outro deputado desta Casa ficar insistindo. E nem o Governador Brandão em nenhum momento me disse ou por mensagem que tem rompimento…

A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE – Conclua, Deputado, o tempo encerrou.

O SENHOR DEPUTADO MILTINHO ARAGÃO – E muito menos Flávio Dino tem dito que tem interesse ou que tem rompimento, o rompimento me parece que é da cabeça só de alguns, de V. Exa. ou de alguns.

A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE – Conclua, Deputado.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO – Agradeço a V. Exa. pelo aparte e concordo em parte com o que V. Exa. disse, mas, enfim, travou-se hoje um bom debate, um debate respeitoso, e continuaremos com esse debate. É, de fato, o Flávio Dino não está, mais na política, mas o que ele construiu, o legado está. E muitos dos que estão aqui hoje são fruto disso. Ou apoiando ou combatendo, são fruto disso. Muito obrigado.