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Pequeno Expediente Carlos Lula

11 de setembro de 2024

Transcrição

O SENHOR DEPUTADO CARLOS LULA (sem revisão do orador) – Exma. Senhora Presidente, senhores deputados, senhoras deputadas, hoje eu subo essa tribuna, Deputado Júlio, para tratar de dois assuntos, mas para dizer que, assim como Vossa Excelência, me parece ser necessário a gente debater o problema, sobretudo o problema que temos enfrentado e atingido o Maranhão, sobretudo, no nosso cerrado. A gente não pode simplesmente deixar de lado. Essa Casa tem, sim, de fazer o debate necessário e urgente para a gente debater o que tem acontecido no cerrado do Brasil, mas sobretudo no cerrado do Maranhão. Não é normal a gente ter por vários meses mais uma vez, no último mês, ter no cerrado maranhense uma das cidades que mais desmatou, onde mais teve incêndio no Brasil. Isso está errado. A cidade de Mirador, ao lado nossa Colina, Deputado Arnaldo, alguma coisa está errada, onde mais houve desmatamento, alguma coisa está errada, quando a gente para olhar os dados em tempo real, e essa Casa precisa… Sei que a gente está no período da eleição, certos debates a gente não consegue avançar, porque sempre se enviesam nesse momento, mas é necessário, Deputado Júlio, avançar. E conte conosco, para a gente poder avançar nesse debate sobre meio ambiente, aqui nessa Casa, sobre desenvolvimento sustentável. Mas eu queria destacar outros dois pontos, ainda que de forma breve, mas necessária. Ontem, eu estive no Incra com o prefeito Josimar da Serraria, de Governador Nunes Freire. Toda vez que a gente chega em período eleitoral no povoado Bacuri, um assentamento Mesbla, lá moraram mais de quatrocentas famílias, toda vez surge a ideia de que aquelas pessoas que tem ali – são quatrocentas famílias, com moradia já há muito tempo, com construções –, que eles vão perder as suas casas. A gente esteve lá no Incra, a terra é de assentamento, a terra é federal, tem o conflito fundiário que se arrasta há muito tempo, e a gente vai regularizar passado o período eleitoral, tenho certeza. É ideia do Presidente Lula, é ideia do Incra, a gente não vai tirar essa propriedade dessas pessoas, essas pessoas terão seu título de terra garantido, a gente está tomando todos os trâmites e o prefeito Josimar, um grande prefeito, tenho certeza que, em razão a de ter sido o melhor prefeito que a cidade de Nunes Freire já teve, também vai conseguir eleger o Stefano Brandão, que foi seu Secretário de Administração, já pontifica em primeiro lugar nas pesquisas naquela cidade, e tenho certeza de que, no dia 6 de outubro, em breve, será eleito prefeito de Governador Nunes Freire, com o nosso apoio, nossa ajuda. Mas, só para encerrar esse Pequeno Expediente, Deputado Jota Pinto, eu gostaria de falar da Casa de Apoio Ninar, porque é preciso falar dela. Na última quinta-feira, o Governador encontrou casualmente uma das mães dessas crianças atípicas, crianças com microcefalia, decorrente da Zika vírus, e fez uma reclamação sobre a Casa de Apoio Ninar. No dia seguinte, o Governador prometeu e assim cumpriu a palavra, cumpriu sua palavra: foi até a casa, onde pôde ouvir um pouco do reclame das mães e dos pais das crianças com microcefalia. É necessário dizer, Deputado Jota, que as reclamações foram muitas, sobretudo da falta de diálogo, da falta de alguém com quem conversar e de alguém com quem construir soluções para os problemas que essas crianças enfrentam. É necessário dizer que o Maranhão conseguiu, em razão de projetos como a Casa de Apoio Ninar, que é referência não só para o Maranhão, mas para o Brasil, aumentar a expectativa de vida dessas crianças. Se a gente for em outros estados, muitas das crianças ou quase todas as crianças com microcefalia decorrente do Zika vírus, elas infelizmente já faleceram. E as nossas crianças estão vivas, estão crescendo, e é necessário, portanto, que medidas sejam adotadas, porque outros problemas vão surgir, as sequelas decorrentes do Zika ainda estão sendo conhecidas, as crianças vão ter de passar por cirurgias ortopédicas, vão precisar de outro nível de fisioterapia, de um cuidado e de um olhar especial, e a casa precisa ser adaptada a esse cuidado das crianças. Eu faço aqui um pedido ao secretário Tiago Fernandes e ao governador Carlos Brandão, que conversaram com os pais na última sexta-feira, para que tenham outra conversa agendada na Secretaria de Saúde com esses pais e com essas crianças. A gente faz aqui um clamor para que, de fato, dessa vez, a gente consiga ter soluções adequadas e necessárias para essas famílias. A gente não pode simplesmente virar as costas para esses pais e para essas mães, muito menos para a casa. A casa não é referência de um governo, ela é referência para o estado do Maranhão. Ela é modelo para o Ministério da Saúde, no tempo em que era secretário, visitou várias vezes a Casa de Apoio Ninar para adotar como modelo de referência para os outros estados do país. Então, fica aqui o nosso pedido para o governador Carlos Brandão e para o secretário Tiago Fernandes. Tenho certeza de que esses pais e mães serão ouvidos. Eram essas as minhas palavras, senhora presidente.