Início -> Discursos
Pequeno Expediente Carlos Lula
24 de outubro de 2024
Transcrição
O SENHOR DEPUTADO CARLOS LULA (sem revisão do orador) – Senhor Presidente, Senhores Deputados, Senhoras Deputadas, meu grande amigo Wellington, que preside mais uma vez essa sessão, grande deputado do nosso estado do Maranhão. Quero agradecer as palavras, Senhor Presidente, e falar rapidamente hoje, nesse Pequeno Expediente, de três assuntos, rápidos, mas necessários. Primeiro lugar, eu queria poder parabenizar o grande prefeito de São Domingos do Azeitão, Júnior do Posto, eleito, reeleito, com a votação expressiva, retumbante, a maior votação da história da cidade. E isso sobretudo é resultado, deputado Jota Pinto, de muito trabalho e muita dedicação, lá em São Domingos do Azeitão. E eu queria poder destacar: a gente teve ontem o resultado da atenção básica. O Ministério da Saúde hoje faz uma avaliação de toda a atenção básica de todos os municípios do estado do Maranhão, e, no Previne Brasil, São Domingos do Azeitão alcançou o 5º lugar entre as cidades do Maranhão. Quatro anos atrás, quando assumiu a prefeitura, o prefeito Júnior, São Domingos do Azeitão era simplesmente o último lugar do estado do Maranhão, estava na posição 217 e, em menos de quatro anos, hoje, está na 5ª posição, com nota 9,98. Isso é trabalho, isso é ciência, isso é método, é, sobretudo, vontade de melhorar. E eu quero poder parabenizar a cidade de São Domingos do Azeitão, parabenizar o prefeito Júnior do Posto e toda a sua equipe. Isso é trabalho coletivo, trabalho científico. E pedir ajuda do governador Carlos Brandão, porque já se arrasta por alguns anos a reforma daquele hospital municipal. Sei que o governador fez a reforma de várias unidades municipais pelo estado do Maranhão e esse auxílio que foi dado já se mostra como prefeito Júnior sabe fazer. Então, que a reforma do hospital municipal de São Domingos do Azeitão possa terminar. Deputado Roberto Costa, eu sei que V. Exa. vai poder ajudar também nessa tarefa. Ao mesmo tempo, deputado Roberto, eu quero pedir seu auxílio, auxílio dos deputados do nosso estado, já há três meses a gente tem uma seca prolongada, com ausência de chuvas no Alto Turiaçu, na reserva do Alto Turiaçu. E, na manhã de hoje, eu olhei um depoimento de um cacique desesperado. A gente sabe que o Corpo de Bombeiros do estado do Maranhão tem enviado esforços para evitar que esse incêndio se alastre ainda mais, já há mortes de centenas de animais e danos irremediáveis a cidades e à própria reserva. Então, a gente está pedindo aqui o auxílio ainda maior do Corpo de Bombeiros do Maranhão, mas também o auxílio das Forças Armadas para que possa jogar água, por meio de avião, para tentar conter o foco de incêndio. Já são três meses de incêndios e de ausências de chuvas, no alto do Turiaçu. E isso traz danos irremediáveis à nossa vegetação, ao nosso meio ambiente e ao estado do Maranhão. E a gente pede aqui, mais uma vez, roga ao governador Carlos Brandão que peça auxílio das Forças Armadas para que possa auxiliar nesse combate a esse gravíssimo incêndio. E, por fim, deputado Wellington, eu quero, deputado Júlio, eu quero aqui falar de uma notícia triste, que foi o falecimento do Antônio Cícero, imortal, poeta, membro da Academia Brasileira de Letras, cronista, musicista, fez letras para inúmeras pessoas, inúmeros cantores. Era um grande filósofo, ensaísta, e teve uma morte assistida, morreu voluntariamente. Ele caminhou nessa direção, deixou uma carta belíssima, onde explicava as razões, sua família não sabia que ele iria fazer isso. Ele morreu, apenas tão somente, com a pessoa que ele amava, segurando a mão da pessoa que ele amava. E eu acredito que, por futuro, a gente vai discutir isso. É permitido, lá na Suíça, onde ele fez, a gente não tem essa permissão ainda no Brasil, mas eu queria aqui deixar uma última homenagem a ele, não lendo a sua carta, que é uma carta triste, mas lendo um dos seus inúmeros poemas. E eu queria aqui poder lê “O Guardar”. ‘Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la. Em cofre não se guarda coisa alguma. Em cofre perde-se a coisa à vista. Guardar uma cosia é olhá-la, fitá-la, mirá-la por admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado. Guardar uma cosia é vigiá-la, isto é, fazer vigília por ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela, isto é, estar por ela ou ser por ela. Por isso, melhor se guarda o voo de um pássaro do que um pássaro sem voos. Por isso, se escreve, por isso se diz, por isso se publica, por isso se declara e declama um poema; para guardá-lo. Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda: guarde o que quer que guarda um poema. Por isso, o lance do poema: por guardar-se o que se quer guardar’. Viva Antônio Cícero! Viva nossa cultura! Viva nossa literatura!