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Pequeno Expediente Dr. Yglésio

31 de outubro de 2024

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Transcrição

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) – Fica tranquila, deputada Mical, hoje, não vai ter continuidade da série “Lá casa de nepotismo federal”. Isso aí vai ficar para semana que vem, adiado, já teve só o primeiro episódio, só spoiler essa semana. Hoje, nós vamos tratar de outros assuntos. Nós vamos falar sobre liberdade versus justiça e injustiça. Deputada Michael trouxe muito bem a questão, aqui da Reforma Protestante, que aconteceu em que Martinho Lutero, ele terminou permitindo que cada pessoa, na verdade, ao final, de acordo com Carl Jung, fosse sua própria igreja. E que várias igrejas fossem criadas pra quê? Para que todos pudessem louvar o senhor da sua maneira, isso é muito importante. Só que isso foi extrapolado para a vida cotidiana das pessoas, a partir do momento que cada um passou a ser sua própria igreja, as pessoas começaram achar que a sua própria crença começou a ser maior do que a própria decisão divina. E eu digo isso em relação à comunidade LGBT, e a ditadura normativa que se instalou. Jordan Peters, ele faz uma reflexão brilhante em que ele diz: “A partir do momento que cada um decide ser sua própria igreja, cada um acha que seu conjunto de crenças pode lhe moldar, e além disso, moldar o comportamento alheio”. E é isso que tem acontecido em relação a essa comunidade que tanto tem tentado dominar dentro das escolas, dentro dos meios de comunicação, nas campanhas publicitárias e em todos os aspectos correlatos da vida social. E isso é muito interessante, isso parte desse raciocínio que cada um é a sua própria igreja, mas Lutero não fez isso por acreditar nisso, e, sim, por acreditar que indulgência não era salvação, e que servir era muito maior do que parecer servir ou do que mostrar imagem. Então, fica esse registro positivo da Reforma Protestante e, obviamente, o nosso repúdio fica aqui também a essa ditadura que tenta se instalar, ainda hoje, desses movimentos radicais, LGBT, não que todos sejam, não está se falando aqui em ser contra pessoas gays, contra pessoas lésbicas, contra pessoas transexuais, nada disso, se fala na imposição da coisa, que é uma realidade na nossa vida e na nossa sociedade. Esse é o primeiro ponto, será que essas pessoas, de fato, elas pregam a liberdade ou elas pregam a ditadura? Porque, a partir do momento que eu tento impor como verdade absoluta a minha verdade, eu estou sendo um ditador, mais um ditador, um tiranete aqui dentro da vivência social. E por falar em tiranetes, a gente precisa continuar a reflexão sobre liberdade e colocar essa imagem bem aqui inicial, por favor, Neto. Olha, essa primeira imagem aqui é da Débora, que está presa, condenada a 17 anos de cadeia porque cometeu gravíssimo crime de utilizar um batom como arma e anotar em uma inocente estátua do STF. Ela cometeu esse ato de extrema barbárie, de extrema violência e está presa, afastada de dois filhos e um marido por 17 anos, por conta de um batom numa estátua indefesa do STF. Coloca a próxima imagem, por gentileza. Já este aqui, olha. Pezão em libras ali como é que é? Eu pensava que era assim. Ah! vamos lá coloca imagem do Pezão gente. Eu pedi aqui à presidente um desconto, porque a TV Assembleia está me prejudicando. Pronto. Ex-governador Pezão foi condenado a 98 anos de prisão pela Lava Jato, foi eleito agora prefeito de Piraí no Rio de Janeiro. Noventa e oito anos de prisão por corrupção e está solto eleito prefeito, mas a Débora está presa e condenada a 17. E o presidente da República ontem deu uma entrevista em que ele diz que não é razoável querer pensar em anistia para essas pessoas agora, tendo em vista que há mais de 150 brasileiros que foram buscar asilo político na Argentina. Olha só. Quem supostamente lutou pela liberdade das pessoas a vida toda e foi perseguido politicamente hoje age como algoz, persecutor de pessoas que cometeram no máximo ato de vandalismo, mas são acusadas o tempo todo de serem terroristas. Então, onde está a liberdade deste país que tem uma Suprema Corte que valida esse tipo de decisão? Que numa canetada limpa um corrupto condenado a 98 anos de cadeia e que deixa uma mãe de família com dois filhos pequenos e um marido em casa, sozinhos? É isso que está acontecendo no Brasil! Além disso, seguindo ainda na vertente da justiça, da liberdade, da defesa da liberdade, de a gente ter o que quer comprar, dizer o que quer e pagar pelo que quer, inclusive por um seguro, eu protocolei alguns projetos de lei aqui na Casa para que o Estado, protocolei três projetos aqui na Casa para que o Estado do Maranhão se exima de fazer convênios com a cobrança federal do DPVAT, que agora é SPVAT, tem um nome mais sofisticado. O governo federal, que está com as contas quebradas e quer arrecadar de toda forma. Então, ressuscitaram esse seguro agora sob o nome de SPVAT, colocaram para a Caixa Econômica, e vários estados do Brasil já têm se negado a fazer a cobrança. O prazo para realização do convênio é até agosto, eu espero que o governador não nos surpreenda eventualmente com uma cobrança casada no Detran deste seguro. Protocolei esses projetos e, além de tudo, protocolei também nesta Casa um projeto que proíbe que qualquer polícia, SMTT, qualquer um destes apreenda veículos por não pagamento deste seguro.

A SENHORA PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADA ANDREIA MARTINS REZENDE – Peço mais um minuto para que o deputado conclua.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – A liberdade é um valor inegociável, a liberdade de contratar ou não um seguro é um valor inegociável. Quando me ligam do banco me perguntando se eu quero um seguro de vida, eu tenho a discricionariedade de dizer sim ou não. Quando me oferecem um pacote de TV a cabo a mais, eu tenho o direito de dizer sim ou não. E eu tenho o direito de dizer sim ou não para um seguro que, por exemplo, para um motoqueiro, R$ 50, R$ 60 fazem muita diferença no orçamento. Hoje, aqui no Maranhão, para você emplacar uma moto, você gasta R$ 510, uma moto 150 cilindradas, mais uma vistoria de R$ 150, em um bem que custa de R$ 10 mil, R$ 12 mil. Então, olha o absurdo, praticamente 7% do bem são taxas, fora os impostos que você paga. Então, não dá para nós não nos levantarmos contra essa cobrança adicional, esse roubo do governo federal, porque é uma verdadeira taxação absurda. E nós vamos fazer, eu conto com o apoio dos colegas para que nós não permitamos que os veículos sejam apreendidos por não pagamento do DPVAT. Então, foi uma reflexão breve sobre vários aspectos da liberdade, da liberdade de manifestação, da liberdade diferenciada que tem para quem é bandido, corrupto e para quem escreve com batom numa estátua do STF e para quem tem ou não a discricionariedade, o direito de dizer se quer ou não pagar um seguro absurdo deste governo ladrão, mais corrupto da história do Brasil. Muito obrigado.