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Tempo dos Blocos Carlos Lula

04 de fevereiro de 2025

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Transcrição

O SENHOR DEPUTADO CARLOS LULA (sem revisão do orador) – Excelentíssima Senhora Presidente, Senhores Deputados, Senhoras Deputadas. Deputado Antônio Pereira, escutei com atenção o pronunciamento de Vossa Excelência, e já quero pedir para me incorporar a esta caravana, com esta Comissão que vai a cidade de Estreito para verificar o andamento das obras, para fazer um relatório que possa ser encaminhado aos órgãos competentes. E a gente espera que, o mais breve possível, de fato, parece ser curto o prazo para que um ano essa ponte esteja entregue, mas, no menor prazo possível, esta ponte possa ser reerguida e entregue à população do Maranhão e do Estado do Tocantins. Mas, Deputado Catulé, Vossa Excelência, hoje, na primeira Sessão Ordinária, meu amigo de longa data, e fico muito feliz de ter Vossa Excelência, neste Plenário. Seja muito bem-vindo, em seu nome, quero poder também me congratular com os demais Deputados, mas eu queria falar aqui sobre pontes, sobre pontes, sobre caminhos que ligam um lugar ao outro. Muitas vezes, Senhores Deputados, Senhoras Deputadas, as pontes, do modo mais imprevisível possível, elas têm um abalo e caem, como aconteceu com a Ponte de Estreito. Muitas vezes, Deputado Arnaldo, a gente avisa o tempo inteiro que há um abalo na estrutura daquela ponte e que ela pode ruir. E eu falo não só de obras físicas, porque eu podia falar na ponte de Estreito, mas eu podia falar, Deputado Ariston, podia falar da ponte da cidade de Rosário ou eu podia falar de pontes aqui mesmo na cidade de São Luís, onde o Governo do Estado já foi condenado a ter de reformar, por exemplo, a ponte do Jaracaty, risco iminente de desabamento, Deputado Arnaldo, e assim, Deputado Cascaria, como as pontes físicas, as pontes de estrutura de concreto que levam de um lugar a outro, assim também acontece na política, Deputada Ana do Gás, o mesmo cuidado que a gente tem com a estrutura física, a gente tem de ter com as estruturas que constroem os pilares que sustentam caminhadas políticas. O Deputado Antônio deu um bom exemplo: a implosão da ponte de Estreito parece que não foi suficiente para abalar, pelo menos, um dos pilares daquela estrutura. E, de fato, mesmo quando implosões ocorrem, muitas vezes os valores, a força que mantém aquela estrutura suficiente para fazer ela não ruir. E esta, Deputada Ana, se bem entendida, é uma metáfora que deve ser compreendida, inclusive pelo Governo do Estado e pelo grupo político que compõe o Governo do Estado do Maranhão. Há uma estrutura enorme que foi construída para que esse governo se viabilizasse. Há pilares mais firmes, outros nem tão firmes. Só que essa estrutura tem que ser cuidada. Porque, quando ela não é cuidada, Deputado Wellington, muitas vezes ela vem a ruir, cair e se despedaçar. Então, é preciso ter cuidado com as pontes que são construídas, para que a gente não precise dinamitar essas estruturas no futuro. Deputado Wellington, sei que V. Exa. é um construtor de pontes e não um destruidor delas. Eu sei que V. Exa. adota o diálogo como caminho, até para fazer travessias necessárias. E talvez a metáfora das pontes que caem sem qualquer aviso seja a melhor metáfora para ser ouvida e entendida pelo Governo do Estado do Maranhão e pelo seu grupo político, Deputado Ricardo Arruda. É preciso ter cuidado com as estruturas das pontes que são construídas, e que não são construídas da noite para o dia. Elas levam tempo. Elas demoram. Mas, se bem formadas e se bem cuidadas, elas duram muito tempo. Eventualmente, pode acontecer, como aconteceu na ponte de Estreito. Avisos foram dados, um atrás do outro, para dizer “cuidado, essa ponte pode cair!” Não se escutou, e a ponte caiu. Avisos continuam sendo dados permanentemente. E eu espero muito, Deputado Ricardo Arruda, que essa ponte não caia, não desabe, não leve tantas vidas, porque, quando isso acontece, tragédias acontecem. Em Estreito, foram 14 vítimas, outras centenas ou milhares impactadas com as consequências da queda da ponte. E a mesma coisa pode acontecer aqui no Estado. Mas é preciso ter cuidado, estar atento às ruínas, aos abalos, à estrutura desses caminhos. Eram essas as minhas palavras.

O SENHOR DEPUTADO RICARDO ARRUDA – Deputado Lula.

O SENHOR DEPUTADO CARLOS LULA – Deputado Ricardo.

O SENHOR DEPUTADO RICARDO ARRUDA (aparte) – Deputado Lula, utilizando a metáfora das pontes, eu acho que V. Exa. foi feliz em usar essa metáfora. Eu acho, Deputado, que a ninguém interessa o colapso de uma ponte, principalmente quando se está imbuído dos interesses do Maranhão. Eu acho que a construção de pontes e principalmente a manutenção dessas pontes é uma tarefa coletiva, daqueles que estão hoje mais próximos do Governo, mas também daqueles que, por algum motivo, estão um pouco mais distanciados. Então, eu acho que nós, enquanto construtores de pontes que somos e convictos do diálogo, da importância do diálogo, nós temos que atuar, Deputado, como pacificadores, como pessoas que vão verificar o comprometimento dessas estruturas e trabalhar para que elas possam ser mantidas e recuperadas. Então, Deputado, como eu disse, a meu ver, tem que ser uma via de mão dupla. Eu acho que o acirramento das relações, eu acho que as provocações recíprocas, não contribuem para esse debate. E V. Exa. bem colocou, a quantidade de vítimas da Ponte de Estreito foi inferior a duas dezenas, a vinte. As consequências para o povo do Maranhão de um grupo político que até aqui, e pretendo que continue assim, considero que um grupo só, as consequências de o Estado, eventualmente, cair em mãos que não estejam comprometidas com a população do Estado e, sobretudo, com aqueles mais humildes, a consequência para as pessoas é muito maior e a quantidade de vítimas é muito maior também, Deputado. Então V. Exa., como uma pessoa que preza o diálogo, eu quero, assim como V. Exa., também me apresentar como alguém que quer construir as pontes, não como alguém que queira implodi-las ou demoli-las. Muito obrigado, Deputado.

O SENHOR DEPUTADO CARLOS LULA – Eu agradeço as palavras Deputado Ricardo, e peço que o discurso de V. Exa. seja incluído no discurso que fiz, mas, mais do que isso, que a gente possa ser um construtor de pontes não só na política, mas, sobretudo, de pontes entre o povo e as políticas públicas que o povo precisa. Essas são as verdadeiras pontes que interessam no fazer político de todos os dias, obrigado.