Transcrição

O SENHOR DEPUTADO CARLOS LULA (sem revisão do orador) – Sempre à esquerda, Senhor Presidente. Senhores Deputados, Senhoras Deputadas. Eu subo esta Tribuna, Senhor Presidente, para lamentar e pedir providências. Ontem, tive notícias, por meio de um noticiário nacional, de mais um óbito infelizmente na maternidade de Balsas. E quero aqui fazer esta fala não com uma crítica com finalidade política ao Governo do Estado do Maranhão, mas antes como a necessidade de a gente juntar esforços para encontrar soluções. A gente sabe, Deputado Neto, V.Exa. como líder do Governo, que um dos principais pontos de combate no sistema de saúde do Maranhão nos últimos anos é exatamente a redução da mortalidade materna. A gente alcançou índices elevadíssimos de mortalidade materna no nosso Estado e, ao longo dos últimos anos, esses índices vêm caindo, de modo que era possível, sim, chegarmos pelo menos à média do Brasil ou mais do que isso, até conseguirmos ultrapassar a média do Brasil e sermos exemplo de políticas públicas que reduziram a mortalidade materna. A região do Estado, Deputada Vivianne, que tinha piores indicadores, V.Exa. bem sabe, era a região de Balsas, e após a inauguração do Hospital Regional de Balsas, onde a maior parte de seus leitos funciona como maternidade, esse indicador se modificou. De região no Brasil que tinha um dos maiores indicadores de mortalidade materna, a Regional de Balsas se transforma, após o início do Hospital Regional, um orgulho para o nosso Estado. Chegamos a passar mais de um ano sem nenhum óbito materno naquela região inteira, nas nove cidades. O Maranhão chegou a ganhar um prêmio da Organização Panamericana de Saúde. Então, é preciso investigar as razões pelas quais e é preciso fazer isso com urgência. É preciso investigar as razões pelas quais, a gente depois de ter conseguido essa vitória, termos novamente retrocedido. Foi a equipe médica que mudou? Foi o plano de trabalho? Foi o protocolo de trabalho? O que foi que aconteceu para que o Hospital Regional de Balsas tenha infelizmente agora entregado, no lugar de vida, entregar óbito, entregar morte. E eu falo isso com muita dor no coração. Não tem nada que desestruture mais uma família do que perder uma mãe. Deputada Andreia, estudos até, e eu não falo isso só por achar, apontam que a perda da mãe, a morte materna é o que mais desestrutura um lar, ainda mais um lá de família pobre. Mulheres jovens, muitas vezes, mãe solo, e aquelas crianças, de repente, perdem todo o sentido, porque ela não é o primeiro filho, é o segundo, é o terceiro, e, de repente, a gente vai ter aí duas, três crianças órfãs. Então, a mortalidade materna é algo que precisa ser combatido com veemência. E eu peço ao Governo do Estado, ao Secretário Tiago Fernandes que tomem providências, de maneira imediata. O Maranhão tem excelentes profissionais, não era para esse tipo de conduta estar acontecendo. E eu acho que o silêncio é o que pior a gente pode entregar. É necessário falar, até para que isso não se repita mais. E falo com dor no coração. A gente não merecia estar perdendo estas mães, não merecia estar perdendo estas vidas. É o segundo óbito materno, em poucas semanas. E isso precisa ser investigado, e mais do que investigado, os responsáveis precisam ser responsabilizados, se, eventualmente, foi erro médico, doloso ou culposo, se foi erro de alguém da equipe, mas é preciso entender o que tem acontecido. Não é normal o que está acontecendo. Por isso, eu peço ao Governo do Estado atenção a este fato, que possa tomar providências, Deputado Neto, no tocante ao Hospital Regional de Balsas, e que a gente possa novamente ter aquela unidade de saúde enquanto referência de cuidado e atenção para as mães do nosso estado.