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Pequeno Expediente Carlos Lula

06 de maio de 2025

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Transcrição

O SENHOR DEPUTADO CARLOS LULA (sem revisão do orador) – Exmo. Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas. Sr. Presidente, antes de mais nada, eu já gostaria de fazer um pedido a V. Exa. que, assim que encerrado o Pequeno Expediente, fosse concedido a este Plenário um minuto de silêncio em homenagem ao Major André, que era por todos querido aqui nesta Casa e que foi covardemente assassinado na última semana e que nós pudéssemos fazer essa justíssima homenagem neste plenário. Mas, antes disso, Sr. Presidente, eu gostaria de trazer a esta tribuna um tema que tem me inquietado, Deputado Florêncio Neto, V. Exa. que é atuante na área da saúde. E eu digo isso para além do fato de ter sido secretário de Saúde, de ser parlamentar, mas eu falo isso mesmo como cidadão, sobretudo como pai. Todos os anos, durante o período chuvoso, nós enfrentamos no Maranhão um aumento significativo de casos de doenças respiratórias. Este ano não é diferente. Dados da Fiocruz apontam para o crescimento de hospitalizações por Influenza A ao lado de quadros graves de pneumonia, de bronquiolite e de outras infecções que acometem principalmente nossas crianças, Deputado Dr. Yglésio. E, de fato, quem já passou por bronquiolite com o seu filho sabe o quanto a gente fica desesperado. Eu, pessoalmente, tive bronquiolite com a minha pequena, com a Luísa, e na tentativa de não hospitalizar, foram semanas de aflição, tentando levar ao quadro de melhora dela. Nem todo mundo tem condição de pagar pelo tratamento que a gente pagou para ela, por isso é que é importante a gente reconhecer a importância de a gente continuar aumentando a rede de saúde pública, sobretudo para cuidar de criança, Deputado Wellington. A gente teve um avanço significativo na rede de saúde, sobretudo na Ilha de São Luís, a gente ampliou aqui nossa capacidade de atendimento infantil, mas, infelizmente, isso não aconteceu na mesma proporção no interior do Estado – municípios de médio e de grande porte continuam encaminhando pacientes, eu falo aqui de crianças, para a capital, por absoluta incapacidade de dar resposta mínima à demanda local. Então, infelizmente, não é só ineficiência, isso é omissão. Então, a gente precisa… O que fazer diante desse cenário que é recorrente infelizmente? E eu digo isso com aflição genuína, porque, todos os dias, não há dia em que eu não receba mensagens de pais, de mães aflitas sobretudo, pedindo ajuda por um leito, seja de enfermaria, seja de UTI, seja para tirar a criança de um leito na Unidade de Pronto Atendimento, porque ela está lá há dias, aguardando internação em outra unidade hospitalar. Quando eu fui secretário, eu ampliei muito, tanto a Rede Pediátrica Estadual, em leitos clínicos e leitos de UTI. Lógico que não foi um favor, era uma resposta necessária à realidade, mas, infelizmente, nos últimos anos, a ampliação da rede parece que parou, e a gente precisa que ela continue ampliando. A população não encolheu, pelo contrário. Então, eu quero aqui exortar Governo do Estado, mas sobretudo prefeitos de cidades médias e grandes, para mudar essa realidade, ter uma equipe de pediatria bem formada, suporte de oxigênio, medicamentos básicos, atendimento ágil nas unidades municipais, isso evita muito a internação, que vai se agravar, e evita muito também que o sistema da capital, muitas vezes, deixa de ter o fôlego que lhe falta, deixa de ter vaga para atender quem realmente importa. Então, convoco isso, para convocar a responsabilidade de prefeitos e prefeitas, mas também das nossas escolas e das nossas famílias, porque é importante. Criança com sintoma gripal tem de ficar em casa. Eu sei que é uma dificuldade para o pai, eu sei qual é dificuldade para mãe. Mas criança com sintoma gripal, o nariz escorreu, o olho lacrimejou, está tossindo, está espirrando, é melhor ficar em casa. Você está protegendo seu filho, mas também está protegendo outros filhos, os professores e todo o sistema de saúde. Então, nesse caso, eu quero dizer aqui: omissão tem custos. São crianças que poderiam ter sido salvas com menos burocracia, mais organização e mais responsabilidade. Então, eu faço aqui, para terminar já, Presidente, minha fala, um apelo. Que nossos prefeitos, nossas prefeitas não empurrem o problema para os hospitais da capital, que as secretarias municipais tenham condição de cumprir o seu dever e que as escolas e as famílias também estejam unidas na prevenção. O Maranhão pode e deve fazer mais com suas crianças. Não por vaidade institucional, mas por humanidade. Nossas crianças merecem e precisam. Muito obrigado.