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Tempo dos Blocos Dr. Yglésio

04 de junho de 2025

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Transcrição

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) – Eu subo à tribuna só para ficar feliz, mostrar a felicidade que nós temos, Cláudia, Presidente, Daniella, os últimos moicanos que se encontram neste Plenário e moicanas. A tribuna da Assembleia ainda ecoa em Brasília. Não bastasse nós trazermos aqui, ontem, a declaração que trouxe polvorosa e desespero aos membros da Oposição em relação às manobras processuais que o Ministro Flávio Dino tem tomado em relação às vagas de TCE, em relação à eleição da Assembleia. Ele é assim, quando pressionado, ele cede. Ontem, ele soltou uma declaração que me chamou até atenção, pelo traço narcisista que acontece dentro da mente prodigiosa que ele tem, porque ele é uma grande mente, uma das melhores mentes que nós temos no Maranhão. “Sou gentil quando não mexem comigo”, ou seja, a conduta urbana dele existe desde que ele não seja provocado. A reflexão que eu faço, Edilázio, é que este é o tipo de declaração que é completamente inapropriada para alguém que exerce o magno excelsior poder de interpretar a Constituição. Como ele diz, posso interpretar a lei, fazer dela um pouquinho, mas não posso chegar ao ponto de fazê-la dizer o que ela, de fato, não está dizendo. Mas alguém que, numa entrevista, tem a tranquilidade de dizer que “olha, não mexam no meu calo, não me critiquem, não tentem me enfrentar, se não vou responder à altura” é o sinal que deveria servir de alerta a todos que nós temos uma pessoa que, se provocada na posição pública que se encontra, ela vai reagir. Então, foge do escopo do que é ser um magistrado, porque ser magistrado, Ana do Gás, é escapar das pressões, é escapar das suas próprias necessidades e idiossincrasias, do que se é por dentro, e renunciar a toda essa carga emocional externa, que muitas vezes ela é diretamente direcionada ao Ministro, e saber e ter a grandeza de sublimar. Pois, ontem, taxativamente, Flávio Dino, entrelinhas, disse: “Não mexam comigo que eu vou reagir”. E isso é um precedente perigoso à política em Brasília e aos seus desafetos e adversários aqui no Maranhão. Mas ele, como normalmente pessoas com este tipo de traços de temperamento narcisista têm uma infantilidade ali detectada muito fácil, latente, ele sempre responde, ele sempre dá um pouquinho para a pessoa. E o que ele deu ontem para a sociedade, após o meu pronunciamento, imediatamente? Ele deu um despacho para Clara Alcântara Machado. Presidente, Clara Alcântara Noleto Machado. Acho que quem entende o que eu já falei sobre inteligência artificial vai conseguir captar aqui a mensagem subliminar. Clara Alcântara Machado tem aproximadamente 10.000 processos, Edilázio, em relação aos seguros de pesca, que estão nas listas de corrupção do INSS. O Ministro abriu prazo para Clara Alcântara Machado poder falar mais sobre as afirmações esparsas, palavras ao vento, frutos de disse-me-disse, de provas não apresentadas e não acostadas aos altos para que Flávio Dino tenha mais dias de poder e de pressão na tentativa de ameaçar Carlos Brandão. O que é que quer em relação a isso? Porque a competência não é dele. Se Clara Alcântara Noleto Nova Machado tiver algo a apresentar, porque Clara Alcântara não faz isso perante a Procuradoria-Geral da República, ao Ministério Público Federal? A quem seria de direito receber uma denúncia como essa e denunciar o Governador do Estado ou alguém eventualmente aqui ao TJ. Por que fazer, orbitar, do ponto de vista de uma percepção de ameaça junto ao Ministro Flávio Dino, autointitulado rocambole, fofinho, a possibilidade de ele decidir o que fazer com denúncias em relação ao Governo do Estado? Respeitosamente, finalizo com palavras, até porque rocambole é uma das delícias culinárias que mais aprecio, manifestando o meu apreço ao Ministro Flávio Dino quando ele faz coisas boas. São raras, às vezes, mas todos nós ainda conseguimos de vez em quando. E agradecendo aqui a paciência de todos até o final da sessão. Muito obrigado.