Transcrição

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO (em revisão do orador) – Senhor Presidente Antônio Pereira, inicialmente quero cumprimentar o Deputado Enos Ferreira, que acabou de ser empossado, já o fiz aqui pessoalmente, mas faço aqui na tribuna. Na hora do seu pronunciamento não estava aqui no Plenário para aparteá-lo. Cumprimento também o Deputado Federal Costa Ferreira. Prazer em revê-lo. Espero, Deputado Enos, que V. Exa. faça – e confio que fará – um belo mandato, uma boa passagem aqui pela Assembleia Legislativa. Volto à tribuna, ainda sobre o tema anterior, a dizer que ratificar qualquer que seja o debate, nós estamos dispostos a fazer, quanto mais se for para comparar o Governo Flávio Dino com isto que, infelizmente, nós ajudamos a colocar no comando do Maranhão, que é o Governo Brandão. Eu, inclusive, já pedi desculpas na tribuna para o povo do Maranhão por ter errado. Eu sou cobrado, de vez em quando, nas minhas redes, quando faço críticas contundentes ao coronel que ora governa o Maranhão: “Ah, mas tu já foste aliado dele. Tu votaste nele”. Sim, votei. Quem não tem direito de errar? O feio não é errar, o feio é não admitir o erro e, inclusive, não se desculpar – eu já pedi desculpas para o povo do Maranhão e continuarei pedindo, mas a melhor forma de você desfazer o erro, consertar o erro, é você primeiro dizer assim: “Eu errei” e depois você trabalhar para consertar. Eu exerço na plenitude o meu direito de protestar, de fiscalizar e de denunciar os desmandos que acontecem hoje no Maranhão e de comparar o que foi o Governo Flávio Dino com isso que se chama de governar o Maranhão. Se quiser, a gente pode fazer uma discussão saudável, democrática aqui em cada sessão. Acho inclusive que vai ser enriquecedor nós mostrarmos os números de um e os números de outro. O Deputado Júlio falou aqui, com muita competência, essa coisa de indicadores, sobre os culpados pelos indicadores do Nordeste. Primeiro: é um processo histórico que só acentuou o empobrecimento do Nordeste, o Nordeste do Brasil. No Brasil como um todo, teve um momento. E aí nós podemos destacar que, nos primeiros dois Governos do Presidente Lula, os indicadores melhoraram. Por que, em um determinado momento, entre os Governos Temer e Bolsonaro, os indicadores do Nordeste pioraram, dentre os quais os do Maranhão? Porque nós tivemos dois Presidentes da República, especialmente o Ex-Presidente Bolsonaro, que tinha raiva do povo do Nordeste. Respeitando as preferências de cada um, é fato que houve uma sabotagem com relação ao Nordeste. Por quê? Porque o Nordeste tinha os governadores, as forças políticas predominantes, pertencentes ao campo político do Presidente Lula. Mesmo assim, bem-vinda de volta ao plenário, Deputada Mical, e mesmo assim, o Maranhão avançou muito, Deputado Júlio. Nós poderíamos fazer, por exemplo, uma comparação do que foi a educação do Governo Flávio Dino e do que foi e do que está sendo agora no Governo Brandão. Inclusive, ainda não foi pior porque o Governador, o Vice-Governador Felipe Camarão ainda passou um tempo ali na secretaria no atual Governo, inclusive contra a minha opinião. Eu acho que ele não deveria ter assumido. Se quiser comparar a agricultura familiar, que é uma parte do Governo Flávio Dino, V. Exa. foi secretário, mas atuou no Governo todo na área da agricultura familiar. Podemos comparar, inclusive hoje quem está à frente da secretaria é o Ex-Deputado Estadual, Ex-Deputado Federal, Bira do Pindaré, um quadro político da maior grandeza, combativo, sério. Mas eu disse ontem, no discurso, que não adianta ter um bom secretário, porque não tem um bom Governador. E o Governador não quer trabalhar, não deixa. Então, podemos fazer a comparação a qualquer momento. Para além dessa discussão, Deputada Mical, de esquerda à direita, até porque o Governador, embora na prática não seja de esquerda, ele está num partido de centro-esquerda. Eu, que sou assumidamente de esquerda, estou em um partido, hoje, que é de centro, embora tenha sido eleito orgulhosamente pelo PCdoB. Então, a discussão, ela vai além da questão mais ideológica, muito embora também a discussão ideológica seja saudável, natural, democrática.

O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO ANTÔNIO PEREIRA – Peço que libere o som do Deputado Othelino para que ele possa concluir o pronunciamento.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO – E concluirei, ratificando o seguinte: o caso Emap, Deputado Aluízio, Vossa Excelência, que não estava na Sessão, na hora que eu disse, que começaram a querer orquestrar assuntos e distribuir matérias para atingir o ex-Governador Flávio Dino, que não mais está nas lides políticas, portanto, não pode participar do debate. O Presidente do Conselho Administrativo da Emap, no período que, supostamente, houve um uso de um recurso que seria da Emap pelo Governo do Estado, o Presidente do Conselho era o então Vice-Governador, Carlos Brandão. Ou seja, se houve uma irregularidade, o culpado, um dos culpados, um dos responsáveis foi hoje o Governador Carlos Brandão. Ele presidia o conselho. Aí o Deputado Yglésio veio e disse: Ah, mas se o conselho foi esvaziado. Não interessa, ele era o presidente do Conselho, ele assinou. Se há improbidade, que, na minha avaliação, nem há, mas se há, o primeiro a responder é a autoridade maior do Conselho Administrativo, hoje, o Governador Carlos Brandão. Mas finalizo para não ser repetitivo, dizendo que estamos prontos para discutir este assunto, para aprofundar a discussão sobre o tema e sobre, especialmente, a forma como estão sendo aplicados os recursos da Emap, porque tem mais coisa para dizer, aliás, Deputado Júlio, eu acho que é hora da gente começar a trazer as outras coisas, sabe? Eu não costumo não trazer aquilo que é importante para a Tribuna, acontece que tem tanto mal-feito deste governo, que eu tenho que ir escolhendo qual fato que eu trago, mas vamos priorizar este, ou a gente pode também priorizar o recurso do precatório do Fundef, para pagar a empresa Vigas, sediada lá em Colinas, no mesmo local, onde é o posto da família Brandão. A gente também pode fazer a discussão por aí, mas isso é assunto para semana que vem, muito obrigado.