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Pequeno Expediente Daniella

13 de agosto de 2025

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Transcrição

A SENHORA DEPUTADA DANIELLA (sem revisão da oradora) – Senhor Presidente, Senhoras Deputadas, Deputados, imprensa, telespectadores que nos acompanham através da TV, meu cordial bom dia a todos e a todas. E hoje, eu inicio aqui a minha fala deixando um questionamento. Eu pergunto a V. Exas.: Quantas vezes, ao ouvir falar sobre caso de violência contra a mulher, a pergunta não vai ser sobre o agressor, mas sim sobre a vítima? Sobre o que ela vestia? Sobre o que ela fez para ser abusada? Sobre o porquê de ela não ter denunciado antes? E para mim, quando eu paro, que eu penso, que eu avalio tudo isso, o que eu vejo é a transferência de culpa do culpado para a vítima. A vítima deixa de ser vítima e começa a ser apontada como culpada, diante desses questionamentos, e a gente vê um veneno silencioso em cada pergunta feita. Ontem, ao acompanhar o caso, o caso da Júlia Rodrigues, através das redes sociais, vereadora, presidente da Câmara Municipal de Afonso Cunha, que teve muita coragem ao denunciar o que vinha sofrendo por um então, pasmem, por um então vice-prefeito daquele município. Ela ousou levantar voz, ousou ir à delegacia denunciar, ousou publicizar o que estava acontecendo, e o que eu vi foram inúmeros questionamentos de certa forma transferindo a culpa para a vítima ou colocando em xeque a fala da vítima. Para mim, isso é inaceitável. Eu acredito na justiça e eu acredito muito na justiça e, por acreditar nela, acredito que as medidas cabíveis, Deputado Catulé, precisam serem tomadas, porque é inaceitável nos dias de hoje. Nós, ao estarmos em um ambiente que era para estarmos seguras, ao estarmos muitas vezes no nosso ambiente de trabalho, como foi o caso da Vereadora Júlia, simplesmente ter sido violada…

O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO ANTÔNIO PEREIRA – Senhores Deputados, nós temos uma Deputada na tribuna usando a palavra. Peço a atenção de todos.

A SENHORA DEPUTADA DANIELLA – Obrigada, Deputado Antônio. Ter sido invadida, ter sido violada, ter sido de certa forma… Tudo começa com muitas brincadeiras, brincadeiras muitas vezes sem medidas, que para quem está fazendo parecem até inofensivas, mas vão muito além disso. A vereadora sofreu violência psicológica de certa forma, violência física e até mesmo violência sexual, tentativa de violência sexual dentro do seu ambiente de trabalho. Isso é inaceitável, eu quero aqui me solidarizar à Júlia, dizer que a Júlia não está sozinha, que nós estamos aqui para fazer com que o grito de socorro dela, com que o grito de pedido de justiça dela, ecoe e para que assim a justiça seja feita. Júlia, conte com o meu apoio, não somente como deputada, mas também como mulher. Você não está sozinha nessa, vamos estar juntas, emanadas em uma só voz para fazer a justiça acontecer. Muito obrigada, Presidente.