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Expediente Final Dr. Yglésio
18 de setembro de 2025
Transcrição
O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) – Então, Flávio Dino foi governador do Estado do Maranhão. Quando o deputado sobe aqui na tribuna para dizer, ‘olha, o Brandão é o governo mais corrupto’, ele está chancelando a minha possibilidade de dizer assim, Flávio Dino é culpado pelo sumiço dos respiradores na pandemia. Ele está chancelando. Eu acho que não foi. Até acho que não foi. Flávio Dino está envolvido na Operação Pegadores, que teve lá na Secretaria de Saúde. O Governador, teoria domínio do fato, escola alemã, sabe de tudo, né? É onisciente, o governador. Então, eu posso dizer que ele está envolvido na Operação Pegadores, usando a lógica do pessoal. Mas a pior lógica, sabe qual é? É a lógica do desrespeito a uma célula fundamental, que é a família, eu não sei por que, em geral, esta turma da esquerda tem um ódio absurdo da família. Quando os deputados fizeram um Pai Nosso, por conta da anistia, lá no Congresso, a quantidade de comentário negativo de pessoas que você via com a camisa do PT, o ódio que esse pessoal tem no coração, de religiosidade e família, é brutal, e aqui é o tempo todo, o Brandão é o culpado, o dinheiro já é para família, cara, olha o nível de leviandade que existe, eu até parabenizo o Deputado Carlos Lula, porque ele trouxe aqui um pronunciamento, que foi muito cheio de argumentos jurídicos, e tão verdadeiro isso é, que eu mandei para o diretor do Detran, eu liguei para o governador, eu falei com todo mundo que precisava falar, para entender, e ninguém sabia, sabe por que, Deputado Carlos Lula, porque o Detran ainda é uma autarquia, ainda é uma autarquia, da mesma forma, eu posso dizer, o que o Nunes fazia no Detran, tudo era culpa do Flávio Dino, de quando ficava um mês sem o sistema funcionar, é culpa do Flávio Dino, cara, é difícil desse jeito, porque fica numa espiral de ofensa pessoal, e pior, familiar, porque ninguém gosta, quando aqui a gente nem ofende, a gente só relata, que Daniela Lima não trabalha, e recebe 17 mil reais, no gabinete de Márcio Jerry, que Flávio Dino é liso, no meu entendimento, porque eu, se ganhasse 40 e tantos mil reais por mês, eu não deixava minha mulher com uma ferida exposta dessa no gabinete, que Deus e o mundo sabe que não trabalha, aí o pessoal, não, está atacando, eu não estou atacando família, eu estou levantando uma situação, que é uma situação que atenta contra a administração pública, que basta dar um google, não tem trabalho de fazer nada mais do que dar um google, mas, aqui não, “os parentes do Brandão são bandidos”, é o tempo todo o “Brandão é ladrão”, é o “Marco Brandão ladrão”. Cara, prove! V. Exas. precisam fazer mais do que Clara Alcântara Machado. Façam mais, porque, assim, é o negócio que eu não gostaria de estar aqui todo dia me chamando de ladrão, eu já tinha realmente procurado vias legais para solucionar isso aí. Mas o Brandão é um cara muito tranquilo, tão tranquilo que, quando eu disse para ele essa história, que eu também não gostei, e eu vou falar pela ótica da eficiência, acho que é um tiro no pé. Acho que o governo acertou um gol de placa na semana passada, esta semana na verdade, com a questão da CNH Social, foi ótimo, e aí essa tentativa de mudar o procedimento do Detran é um retrocesso: pouco carro, a pessoa vai fazer a prova no dia com um carro que ela não conhece; o da autoescola talvez seja R$ 50 mais caro, R$ 43, mas é o carro que o cara conhece. Então, ele já tem uma chance menor de reprovar, porque, quando reprova, é mais R$ 100 e pouco que tem para pagar. Restringir os locais de prova não é adequado, e eu acho que isso tudo aqui é muito digno de ser atacado dessa forma, pela forma da solução ruim que se tentou. Eu falei ali com o Diego Rolinha, eu digo: “Diego, tu não me convences com esse argumento de dizer: ‘ah, porque vai fazer a prova monitorado, com câmera’”. Cara, a população não quer saber de câmera, a pessoa quer ter a simplificação dos processos, a pessoa quer pagar o mínimo possível, fazer o mais rápido possível e, se possível, não reprovar. E é isso, porque a gente no Brasil tem um CTB e uma resolução de Senatran atrasados. Nos Estados Unidos, a pessoa faz a prova com o carro dela, é o carro que ela vai usar: por que ela não vai fazer a prova no carro dela? Seja automático, seja manual, é o carro que a pessoa vai usar. Então, aqui no Brasil, a gente sempre procura criar camadas de dificuldade. Lá não tem esse negócio de autoescola, você faz a sua preparação para a prova, estuda, Edilázio, na média ali de 250 questões mais ou menos e faz uma prova de, salvo engano, 80 questões, talvez um pouquinho menos, e tem que acertar 70% da prova. É o cara saber quanto vai pagar uma multa por virar errado, é saber como é que tem que ser feita a questão de parar e dobrar à direita, como é feita a conversão, porque no fundo é isso que importa. Tem uma indústria infeliz aqui no Brasil em relação a esse negócio de trânsito, é anacrônico esse problema, não é uma coisa de agora. E a gente tem que tentar caminhar no sentido de desburocratizar, por isso, assim, eu não vou adentrar, primeiro não vou deixar essa coisa feia, que foi assim de chegar uma situação de o Detran, que é uma autarquia, culpar a família do governador. Feio isso aí. Se zangam quando se falam as coisas administrativas de “alecrim dourado”, ficam zangados. Fosse falar aqui a situação do Márcio Jerry, que eu não tenho nada contra o Márcio Jerry, pessoa física, CPF, mas eu trouxe incongruência: o Márcio Jerry ontem se explicou, ele está lá com explicação, eu poderia esticar o debate, mas não vou fazer em respeito à questão familiar, mas o pessoal se zanga, eles ficam enfezados, aí o Brandão, na hora, a família “AliBrandão e os 40 irmãos”. Pelo amor de Deus, está pesado isso aí, achei pesado. Então, quando a gente caminha no sentido de uma crítica em relação à eficiência, Presidente, acho que isso aqui todo mundo tem direito. Eu tenho direito de dizer: “Olha, acho que não é a melhor maneira.” “Esse formato não é o melhor.” Estava vendo aquele projeto da Segov, eu vou até procurar entender melhor, porque foi a questão, porque já tem outra secretaria fazendo. São questionamentos que uma oposição pode fazer mesmo, deve fazer, porque é bom que faça, que o Governo avança de lá. Já foi aqui a oposição, já foi governo, já teve nos dois lados. Sabe como é importante. Ninguém deseja que não tenha oposição. Agora, só que é um negócio pesado. O tempo todo, é pegando assim os pedacinhos. A viagem do Brandão, pecado. Janja vai chegar, Presidente, três dias antes em Nova York para passear. Vai destacar uma comitiva do Governo só para isso. A gente já sabe os hotéis em que vai ficar, as lojas que vai, o cartão corporativo com sigilo de cem anos que vão ser feitas as compras. É só ver. Eu boto no grupo de Deputados. Eu ainda marco, porque eu sou danado. Eu gosto de aporrinhar também nas inconsistências de fala. Aí: “Não! Se tu quiseres, vai lá e denuncia.” Para quem? Vou denunciar para o Alexandre de Moraes jugar Lula, Flávio Dino? Vocês estão de brincadeira comigo. Eu não posso fazer isso. Não vou perder meu tempo. Tenho assim muita coisa a fazer, tenho filha para criar, Medicina para fazer, Direito para estudar. Ontem eu fiquei até duas e meia da manhã escrevendo um artigo – vou mandar no grupo dos Deputado depois – sobre anistia. Porque eu não faço que nem alguns juízes aí estão fazendo, infelizmente, com um negócio de sentença de ChatGPT, jurisprudência que não existe. A gente tem que ter responsabilidade com o que assina. E fica isso aqui. Mas eu peço, humildemente, uma reflexão sobre essa… Só o que eu acho ruim é essa coisa da família, porque é caçar like. Porque, assim, na hora que virar, que for no âmbito pessoal de cada um e, assim, se for no meu, não vai prestar. Eu nunca aceitei isso aí. Nessas confusões aqui do dia a dia de política, a família tem que passar longe. Por isso que minha esposa veio aqui de manhã resolver um problema aí que ela, coitada, trabalha feito uma condenada. Tem dia que chega 9 horas da noite lá da Vila Luizão, se arrisca, com esse monte de ameaça de morte. Ainda teve um corno ou uma égua para fazer uma denúncia anônima no Ministério Público para dizer que a carga horária dela é excessiva. Ela só na direção que tem 40 horas, que ela fica 7 dias da semana disponível. Aí querem suscitar que tinha uma ilegalidade, sendo que não tem nenhuma vedação de carga horária. Até para carga horária que eles inventaram que ela fazia, que até na Cidade Operária inventaram que ela trabalha, que ela nunca recebeu de lá e nunca trabalhou na Cidade Operária, à exceção de uma tarde. Por que ela só foi uma tarde? Porque da Vila Luizão para Cidade Operária o deslocamento era tão grande, que ela não queria atrasar com os pacientes. Mas teve “um égua”, é “um éguo”, para fazer agora um gênero neutro, para pegar logo todo mundo, que eu não sei quem foi, para isso. Então, ela tem que vir, ela veio aqui na Assembleia para saber o que fazia, como era. Porque a gente afasta a família disso aqui, porque isso aqui é um mundo pesado, uma coisa pesada. Isso aqui é uma energia ruim, energia de ódio, de revanchismo, uma energia de ressentimento, de “não tenho mais os privilégios que eu tinha”. Um ego ferido que extravasa. Infelizmente, isso aqui existe na política, e eu tenho que colocar minha família bem longe disso e deixo.