Agência Assembleia

O programa ‘Toda Mulher’, exibido nesta quarta-feira (29), pela TV Assembleia, abordou um tema fundamental dentro da campanha Outubro Rosa: a saúde da mulher e a prevenção do câncer de mama. A apresentadora Márcia Carvalho recebeu a médica ginecologista Mariana Freire, que reforçou a importância do rastreamento, do diagnóstico precoce e da adoção de hábitos saudáveis como medidas essenciais na luta contra a doença.

Durante a entrevista, a especialista explicou as recomendações atualizadas para a realização da mamografia. “O Ministério da Saúde trouxe uma nova regra este ano. Antes, a recomendação era que o exame deveria ser feito a cada dois anos por mulheres de 50 a 69 anos. Já a Sociedade Brasileira de Mastologia recomendava que esse rastreio começasse a partir dos 40 aos 74 anos, com exames preventivos anuais. Atualmente, seguimos o esquema proposto pela SBM”, destacou Mariana.

Segundo a médica, embora o público prioritário continue sendo mulheres a partir dos 50 anos, há um aumento de casos em pacientes mais jovens, entre 40 e 49 anos. “Isso se deve, em parte, ao estilo de vida e ao maior acesso aos exames que permitem o aumento dos dados. Hoje, cerca de 20% dos casos ocorrem nessa faixa etária, sendo a maior prevalência entre 50 e 59 anos”, explicou.

Mariana também alertou para os fatores de risco modificáveis, que podem antecipar o aparecimento da doença. “Sempre digo que existem fatores que podemos mudar e outros que não. Por isso, devemos focar nos que estão ao nosso alcance: evitar o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e o sedentarismo. A prática de atividade física pelo menos três vezes por semana, especialmente exercícios aeróbicos, é fundamental”, ressaltou.

A médica lembrou ainda que o estilo de vida moderno tem impacto direto no diagnóstico precoce. “O consumo de alimentos ultraprocessados, por exemplo, está relacionado não só ao câncer de mama, mas a outros tipos também. Toda mudança de estilo de vida faz diferença na prevenção”, pontuou.

Sobre o fator genético, Mariana explicou que a hereditariedade responde de 10% a 15% dos casos de câncer de mama. “Quando há parentes de primeiro grau afetados, como mãe ou irmã, é importante individualizar o início do rastreamento, levando em conta o histórico familiar”, orientou.

Encerrando a entrevista, a médica fez um alerta sobre a baixa adesão aos exames preventivos. “Infelizmente, muitas mulheres ainda esperam o aparecimento dos sintomas para procurar ajuda. Quando o câncer é descoberto no início, o tratamento é menos agressivo, os custos são menores e a taxa de cura é muito mais alta. O recado é claro: não espere a doença aparecer, previna-se. A prevenção salva vidas, seja no câncer de mama ou no de colo do útero”, concluiu.

O programa “Toda Mulher” vai ao ar todas as quartas-feiras, às 15h, pela TV Assembleia (canal aberto digital 9.2; Maxx TV, canal 17; e Sky, canal 309), trazendo pautas voltadas à saúde, aos direitos e ao protagonismo das mulheres maranhenses.

Assista à entrevista na íntegra: