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Tempo dos Blocos Dr. Yglésio
11 de dezembro de 2025
Transcrição
O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) – Bom dia a todos, subo à tribuna, hoje, muito feliz, primeiramente, não é Deputado Ariston, Vossa Excelência que é um homem apaixonado, graças a Deus, fico muito feliz por sempre vê-lo muito apaixonado por sua esposa. Completo hoje dez anos de casado com minha esposa, doutora Juliana, já começou na madrugada, as comemorações, meu amigo, por isso que eu cheguei um pouquinho atrasado, hoje. Então, estou até mais magro, graças a Deus, que continue por muitos anos, Deputado Júlio, as coisas funcionando bem, eu não quero ficar ali quem nem, Álvaro Luís, que está magrinho de mais, mas emagrecer um pouquinho faz bem, que os anjos digam amém, não é deputado? Então, aqui, subindo à tribuna, vou começar hoje com esta reflexão, que é uma reflexão aparentemente sobre o que acontece em Brasília, mas tudo o que acontece em Brasília, do ponto de vista, de relação institucional parlamentar, ela pode vir algum dia acontecer aqui no Maranhão, e, por vezes, acontece, de fato. Quando o pessoal do PCdoB, do PSB, eles tentam colocar como um paralelo existente entre o que aconteceu com o Glauber Braga e a Carla Zambelli, eu fico preocupado, porque aquela coisa que a gente está, às vezes, batendo na tecla de tentar comparar maçã com melancia. São frutas completamente diferentes, e, claro, a questão da verdade, que precisa sempre ser estabelecida. Foi dito aqui pelo Deputado Carlos Lula, e eu não concordo com o que foi dito por ele, que a Deputada Carla Zambelli tentou matar alguém, não, Deputada Carla Zambelli, no final de campanha, de uma campanha muito virulenta, onde a direita e o Presidente Bolsonaro foram alvo de opressão total do TSE, à época, comandado pelo tirano Alexandre de Moraes, o que aconteceu? Ela já não aguentava mais ser xingada por militantes de esquerda na rua, foi xingada por um militante, e, sim, ela, legitimamente, armada aquela época, com porte vigente, ela na condição de mulher sendo chamada de “puta” em uma avenida em São Paulo, ela se sentiu ofendida e exagerou na reação, de maneira, talvez desproporcional, porque ter insistido em manter a arma em punho, mas utilizou de um expediente legítimo, principalmente diante dos dados que nós temos. O Governo Lula aumentou em 42%, os feminicídios, a violência contra a mulher e a criança cada vez mais evidente. Inclusive, ao final, vou falar sobre um caso de violência que aconteceu em São José de Ribamar, que é uma coisa verdadeiramente absurda. Eu vou até poupar as pessoas hoje das imagens, mas vou colocá-las mais tarde, depois de fazer a edição, para preservar o rosto da criança, obviamente, e falar sobre o que aconteceu. E o outro processo que a Carla Zambelli tem é um processo no qual, mais uma vez, Alexandre de Moraes, vítima, acusador, julgador, passando por cima de várias prerrogativas, processo atropelado e, obviamente, mais uma condenação de ordem política. Então, os partidos de direita se uniram ao centro, da mesma forma que os partidos de esquerda tiveram pessoas do centro que, ameaçadas pelo pessoal do Ministério das Relações Institucionais de não terem emendas em comissão no ano que vem, no ano da eleição, terminaram votando aí para suspender o Glauber Braga. E que, de fato, talvez, cassar por conta da agressão não fosse a primeira medida; uma suspensão tem um caráter educativo, não deixa de ser uma punição significativa deixar um parlamentar seis meses longe do ambiente político da Câmara dos Deputados. Então, assim, eu não fico contemplado quando eu escuto que Carla Zambelli foi pior do que Glauber Braga. Essa história de que a mãe de Glauber Braga foi xingada, isso é uma grande invenção. A mãe de Glauber Braga, já falecida, com todo respeito, graças a Deus, ela era prefeita, foi prefeita em Nova Iguaçu e respondeu a ações de improbidade, foi condenada, depois houve uma revisão de sentença, mas ela teve condenações e suspeitas de corrupção. Então, no máximo, a atuação, enquanto política, foi questionada. Glauber Braga, um nepobaby, como eles gostam tanto de criticar, mas é sempre assim: a esquerda é muito seletiva sempre em suas críticas. Em relação ao que foi tratado aqui pelo Deputado Rodrigo Lago, ele trouxe essa questão das motos. Em relação ao que o Deputado Rodrigo Lago falou aqui sobre as motos de 165 cilindradas, nós falamos, nós temos conversado com o Governador Brandão em relação a isso, não pelos motivos de direcionamento de marca, até porque nós sabemos aqui que temos colegas que têm uma vida empresarial que precede a política, que nada tem a ver com a política e que isso não atrapalha em nada as relações políticas. Não foi colocado nada em relação a esse sentido de direcionar a marca. A grande questão que nós estamos tentando fazer é o governo abrir mão, é porque a renúncia é uma renúncia de R$ 50 milhões quando se estende para as motos de até 165 cilindradas. É apenas essa questão. É uma medida que eu considero importante, eu tenho defendido esse ponto junto ao governador, estamos trabalhando já há vários dias no convencimento dele em relação a essa questão das motos de 165, o que vai beneficiar 220 mil proprietários de veículos no Estado do Maranhão e vai fazer com que nós não percamos vendas do líder do segmento, que é a Honda, ainda que tenha 70% do segmento de motos no Estado do Maranhão para o Estado do Piauí, que hoje termina proporcionalmente, em termos percentuais, vendendo mais motos que o Maranhão por conta dessa isenção. Então, nós estamos trabalhando nesse convencimento. Mas com certeza que não há nada no que tange ao direcionamento dessas falsas acusações de beneficiar porque quer ser sócio do empreendimento, até porque o grupo empresarial já é muito bem consolidado. E quem entende um pouquinho de dinâmica de vendas automotivas de moto sabe que essas motos de menores cilindradas têm margens muito pequenas, muito pequenas realmente. Então, dito isso, nós passamos adiante. Agora eu vou falar sobre essa questão que me trouxeram ontem, Deputado Wellington, de São José de Ribamar, na região da Vila Flamengo. Uma criança com autismo, cinco anos de idade, no final de semana, foi vítima de uma agressão pelo pai. E não é a primeira vez, segundo relatos dos familiares que procuraram o Conselho Tutelar. Qual é o grande problema? Hoje nós vivemos tempos em que a justiça não consegue chegar a tempo nesse tipo de caso. A criança realmente é violentada num nível que não é uma correção de um pai em cima de uma criança. E a gente sabe que a criança, que é atípica, tem peculiaridades que bater nela está longe de solucionar qualquer coisa. Cada vez mais o autismo, o TDAH, são condições a que a sociedade começa ainda a abrir os olhos. Mas a criança, em geral, a depender do nível de autismo, você tem mais dificuldades ainda para fazer uma comunicação, estabelecer uma comunicação adequada. E certamente, até nos animais que são irracionais, o condicionamento por qualquer tipo de agressão não é o melhor caminho. Nós vivemos uma sociedade que tem pena do golfinho, que tem pena do cachorro, que tem pena do gato, às vezes, mas que não olha como deveria para o direito do ser humano ser cuidado e bem cuidado. O que fizeram com essa criança, agrediram a criança com cordas. Corda! Foi chicoteado com corda. Chegou a ficar em carne viva, falando num português coloquial para que as pessoas entendam. Toda camada de pele superficial, epiderme em alguns pontos, foi arrancada, dado o nível da agressão. Então, um pai como esse, infelizmente, não está preparado para exercer o pátrio poder. Por quê? Porque não tem, primeiro, condições emocionais. Ele está ali transferindo para o filho dele os problemas, as frustrações, a herança do passado dele. E tem um momento que nós precisamos dar um basta. A minha geração apanhou muito dos pais. Quando eu olhei aquela criança, em uma proporção um pouco menor, eu me vi, de certa forma. Então, aquilo não foi positivo na minha vida. E eu tenho certeza que na vida de muitos também. Corrigir, às vezes, uma palmada, ninguém vai criticar um pai por dar uma palmada num filho, mas quando um pai espanca uma criança de cinco anos com autismo, portanto, com estabelecimento de vínculo mais difícil e complexo por conta da própria condição que a criança tem, é uma verdadeira excrescência perante à própria dignidade humana, o espírito humano. E, além disso, se o pai faz isso com a criança, a possibilidade de a mãe estar submetida ao mesmo contexto de violência também é muito grande. Então, eles moram na Vila Flamengo, o Conselho Tutelar das Vilas foi acionado, se aguarda a ação do Ministério Público, mas é tudo muito lento. Uma criança que sofre uma agressão dessa, em que há relatos que o pai diz que não vai parar de fazer, é uma condição que demanda urgência, da mesma forma que o pedófilo Edmundo Luz está até hoje solto, porque a Justiça não age, porque ele tem acesso às melhores bancas de advocacia criminal da cidade. Ele está solto, pronto para ir para o interior fazer o que bem entender, continuar destruindo vidas de jovens meninas. E a Justiça segue em morosidade. Em relação a essa rede de proteção à criança e à mulher, se precisa criar um núcleo central que integre, de fato, com agilidade. Não dá; hoje vai, denuncia aqui na delegacia, a delegacia manda para o Ministério Público, espera o parecer do Ministério Público com o prazo do Ministério Público para levar para os autos ficarem conclusos, para o magistrado, para eventualmente o magistrado dar tempo à parte que foi acusada para que ela se manifeste no processo. O que se chama de medidas protetivas de urgência, elas precisam evoluir para medidas protetivas de emergência. Não há dias para tirar essas pessoas do convívio de mães ameaçadas, de filhos agredidos; às vezes, há segundos, minutos, no máximo horas. Mas as pessoas seguem; de certa forma, o Judiciário vai alegar pressões, vai alegar excesso de demandas. Mas o fato é que a estrutura de direito, de amparo e proteção a todas essas pessoas, ela precisa ser preservada. Então, fica aqui, mais uma vez, mais um caso, a gente recebe esse tipo de notícias não tem hora. Eu recebi essa notícia ontem, 22h35, às 23 horas fui ligar para a pessoa que fez a denúncia, a assistente social que também foi vítima disso na infância, de abusos sexuais. Então, isso cada vez mais frequente, cada vez mais descarado, e quanto mais a gente traz os casos e a Justiça não consegue atendê-los – no que tange a respostas adequadas de prender para que eles parem de fazer; de cometer os delitos em série, que são pessoas que costumam cometer delitos em série; de afastar essas pessoas, de dar garantias financeiras às pessoas agredidas, para que não sofram nenhum problema em relação à constrição patrimonial e a impossibilidade de pagar as suas contas. O Judiciário precisa estar mais atento à dinâmica das famílias, o Judiciário precisa pensar mais na vida real e menos no tempo, no time dos processos, essa é a grande verdade. Fica aqui o nosso apelo, e é por isso que nós estamos aqui nesse mandato. Muito obrigado.