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Pequeno Expediente Carlos Lula
18 de dezembro de 2025
Transcrição
O SENHOR DEPUTADO CARLOS LULA (sem revisão do orador) – Excelentíssima Senhora Presidente, Senhores Deputados, Senhoras Deputadas, povo do Maranhão. Deputado Júlio tal como V.Exa., outros oradores, subo à Tribuna para praticamente encerrar nosso Ano Legislativo, já que, hoje, deve ser nossa última sessão do ano de 2025. Então, para não dizer que nós estamos aqui a repetir temas recorrentes, Deputado Júlio, hoje, eu queria falar ainda que, brevemente, de Literatura, de Hans Christian Andersen. Aparentemente, a gente não liga o autor a algo factível, mas ele é autor inúmeras fabulas, na verdade, ele que era um plebeu, viveu a vida da Corte, mas sem nunca ter entrado nela e se utilizava das fabulas e das parábolas infantis para criticar a Corte. E há, Deputado Ariston, uma fábula do Hans Christian, que eu escutava, desde criança, que minha mãe me contava que era a roupa nova do rei. E é a fábula que todo mundo conhece, Deputado Júlio, o rei muito vaidoso vivia o tempo todo a querer a roupa mais bela, até que um dia chegam dois vigaristas, dois tecelões que diziam, que iriam tecer a mais bela roupa daquele rei. E pedem seda e pedem ouro e pegam os teares e fingem estar a tecer. O grande truque desses vigaristas era dizer que só teria capacidade de olhar aquela roupa mais bela quem fosse puro do coração, não era qualquer pessoa que podia olhar a roupa. E o rei, então, fica temeroso e manda o seu ministro olhar a roupa. O ministro não olha e se indaga: “Será que eu sou capaz ou não tenho qualidades para ver a roupa?”. E assim o rei vai mandando um atrás do outro, até o próprio rei lá olhar. E obviamente não havia roupa alguma. Mas o rei não podia dizer que ele não tinha capacidade de ver a roupa. E ele sai então, Deputado Arnaldo, em cortejo, pela rua, até que uma criança é capaz de dizer: “Mas o rei não tem roupa. O rei está nu”. E a pureza da criança desmascara para a corte inteira que o rei estava nu. Pois, Deputado Rodrigo Lago, ontem saiu a pesquisa Atlas e, Deputada Solange, as pesquisas aqui fabricadas, que o governo teria 70%, 80%, 90% de aprovação, ontem foram desmascaradas. O governo do senhor Carlos Brandão tem 33% de aprovação, 51% de aprovação, é o oitavo avaliado do Nordeste entre nove governadores, é o 24º do Brasil, empatado em penúltimo com o 25º e o 26º, e tem um índice de imagem pública de apenas 21 pontos, de 100 possíveis. O rei está nu, Deputado Adelmo. A avaliação do governo está muito abaixo da retórica oficial. E eu quero dizer que, no fim das contas, é necessário negar o espelho da corte e fazer uma foto com as lentes que vêm de fora, Deputado Leandro Bello. Tal como a criança do conto de Andersen, é preciso alguém para dizer a verdade, alguém precisa dizer que o rei está nu para o rei, enfim, enxergar que está nu. Ao Palácio dos Leões nunca faltarão alfaiates imaginários. O que vai faltar sempre é alguém disposto a dizer a verdade. É alguém disposto, Deputado Catulé, a dizer que aqueles gatinhos ou aqueles fantasmas lá do palácio que sopram nos ouvidos de todos os governadores, dizendo: “você é poderoso”, “você pode”, “vai lá”, “você é invencível”, esses fantasmas nós temos de afastar. Seu governo está nu. Ele é um desastre para o Maranhão e, a cada dia que passa, está mais perto de acabar para livrar o Maranhão dessa opressão, porque nós não admitimos mais e não aguentamos mais outra oligarquia a se firmar no nosso Estado.