01 de fevereiro de 2024

‘Diário da Manhã’ aborda a questão da intolerância religiosa com a yalorixá Jô Brandão

Ela abordou também, entre outras pautas, as comemorações do Dia de Iemanjá (2 de fevereiro) no Maranhão

‘Diário da Manhã’ aborda a questão da intolerância religiosa com a yalorixá Jô Brandão

e774f1b30b35d5dbe1cf841ee5b09443

Agência Assembleia

Clique aqui e assista à integra do programa

Nesta quinta-feira (1º), o programa ‘Diário da Manhã’, da Rádio Assembleia (96.9 FM), entrevistou a coordenadora do Coletivo dan ji, a yalorixá Jô Brandão, integrante do Fórum de Mulheres de Axé do Maranhão. Na conversa com o apresentador e jornalista Ronald Segundo, ela abordou, dentre outras pautas, as comemorações do Dia de Iemanjá (2 de fevereiro) e a questão da intolerância religiosa no Maranhão.

Jô Brandão, inicialmente, destacou que o Maranhão tem apresentado recorrentes casos de racismo religioso e de intolerância religiosa. “É importante diferenciar, conceitualmente, porque a legislação ampliou, nos últimos anos, a compreensão de intolerância religiosa para racismo religioso, assim como a ampliação de pena da injúria racial que equipara ao crime de racismo. Isto é fruto das lutas sociais da comunidade negra”, esclareceu.

“Um desses casos foi o da depredação da estátua de Iemanjá, que fica na Praia do Olho D’Água, ano passado. Esse ato em si não tem um cunho racial. Mas tem a representação de um grupo étnico, que é a população negra e, principalmente, os povos tradicionais de terreiro, que a cultuam. Iemanjá é um orixá para nós. É uma herança africana e um orixá feminino que, na nossa cosmovisão de mundo, rege o mar. Para nós, é uma referência porque ela interliga o povo brasileiro ao continente africano através do mar. Portanto, consideramos o ato de depredação da estátua de Iemanjá como um ato criminoso”, acentuou.

Ela revelou que o Governo do Estado já reconstruiu a estátua e que já foi colocada de volta ao local dentro dos padrões técnicos adequados. “Está em fase de implementação um projeto de readequação da praça para um ambiente de terreiro, para que se tenha a mesma referência à imagem de Iemanjá que se tem às outras religiões. Esse espaço será requalificado socialmente e transformado num ambiente que contribua para desconstruir referências discriminatórias sobre isso”, acrescentou.

Reivindicação

Jô Brandão disse, ainda, que o movimento social de comunidades de matrizes africanas está reivindicando ao Governo do Estado a instalação de uma delegacia especializada, com estrutura adequada, para investigar principalmente crimes de racismo religioso e de intolerância religiosa.

“Esse tipo de crime tem sido recorrente no Maranhão, mas não aparecem nas estatísticas oficiais porque não se tem ainda uma sistematização de dados. Isto faz com que o Maranhão fique invisível diante dessa questão”, assinalou.

No Brasil, comemora-se o Dia de Iemanjá em 2 de fevereiro. “Essa data para nós tem vários significados. O primeiro é que, para as religiões de matriz africana, Iemanjá é a grande mãe, é a senhora das origens e que rege o equilíbrio das pessoas. Segundo, é um momento de reflexão sobre as contradições da sociedade brasileira que, ao mesmo tempo em que festeja certas datas, como por exemplo o dia 31 de dezembro, age com intolerância com as religiões de matriz africana. Nossa relação com o mar é ancestral, espiritual e ritualística e a revitalizamos sempre durante essa comemoração e reverência à nossa grande mãe, que é Iemanjá”, explicou.

Mais notícias

‘Café com Notícias’ – Médico explica diferenças entre sintomas da fibromialgia e da Covid-19

O médico Carlos Frias explicou que a fibromialgia não é uma patologia de origem autoimune, mas de fator hereditário

Encontro Estadual de Agentes Territoriais de Cultura é tema do ‘Diário da Manhã’

O programa abordou o evento que discutiu políticas culturais, ações nos territórios e o compartilhamento de saberes com…

Carlos Lula propõe monitoramento de metais pesados em peixes vendidos no Maranhão

Estudo alerta para contaminação por mercúrio em pescados consumidos em São Luís e, diante desse cenário, deputado apresentou…

Junior Cascaria defende projeto que garante medicamentos para a população que mais precisa

Proposta representa um avanço significativo na área da saúde pública

‘Toda Mulher’ aborda o esporte como ferramenta de transformação

Convidada foi a professora Diane Pereira Sousa, bacharel em Direito, mestre em direitos humanos, conselheira do IACP e…

Catulé Júnior reforça compromisso com a segurança pública em reunião com empresariado de Caxias

Evento promovido pelo Sindilojas, CDL e Sindicocal reuniu autoridades e representantes de classe para discutir ações em segurança…

Creche-Escola Sementinha promove bate-papo sobre educação inclusiva

Encontro foi coordenado pela diretora da Creche Escola Sementinha, Cynthia Vieira