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Discussão de Projeto Carlos Lula
17 de setembro de 2025
Transcrição
O SENHOR DEPUTADO CARLOS LULA (sem revisão do orador) – Senhora Presidente, Senhores Deputados, Senhoras Deputadas, é importante que a gente possa fazer o debate, Senhora Presidente, considerando que muitas vezes a gente não consegue em plenário. A gente consegue até fazê-lo nas comissões, mas em plenário a gente não consegue estruturar esse diálogo. E é importante que o faça. Por isso foi importante ter ouvido o Deputado Antônio Pereira, ter ouvido o Deputado Ricardo Arruda, ter ouvido o Deputado Arnaldo Melo, sempre com a ponderação de decano da Casa. E é importante escutá-los sempre até para a gente poder ponderar e cada um tirar a conclusão que tiver dos fatos. O mundo é plural e as visões de mundo também o são. Mas, nesse ponto, Senhora Presidente, eu queria destacar que absurdo, absurdo, Deputado Leandro Bello, Deputado Francisco Nagib, o que o Governo do Estado vem fazendo. Porque, veja só, é correta a crítica do Deputado Fernando Braide acerca do que ancora a solidez fiscal do do Estado. E veja, ninguém está aqui dizendo que se é contra a solidez fiscal do Estado. É importante que o Maranhão esteja hoje na posição de destaque, ainda que seja apenas um dos parâmetros, dos tantos parâmetros a serem considerados, mas isso às custas do contribuinte e às custas também dos servidores públicos. E é essa razão pela qual a gente tem de ponderar por que não se deve aprovar mais essa criação de cargos, 55 cargos, cargos em comissão. Aí, quando se fala em aumento para servidor público, não tem recurso. Quando se fala em aumento para a Polícia Militar, se engana a Polícia Militar, dá um aumento irrisório. Quando se fala em concurso público, o governador pula longe. Mas sempre sobra dinheiro para criar cargos em comissão. E aí a gente se pergunta, cargos em comissão para quê? Porque a gente está criando mais estrutura, que depende de fato de chefia, porque a gente está aumentando a máquina pública e a gente está criando mais estrutura do Estado, que precisa desses cargos. Eu já votei diversas vezes aqui, Deputado Arnaldo Melo, e não me parece um absurdo que eventualmente aqui e ali o governo crie cargos em comissão. Mas o que há hoje é um abuso. A gente tem que dizer com todas as letras. Mais 55 cargos em comissão só para botar ex-prefeito, ex-vereador, apaniguado, é só para fazer abuso de poder. Abuso de poder eleitoral, abuso de poder político, porque a única agenda do Estado do Maranhão é o programa de aceleração da candidatura do sobrinho. Deputado Fernando Braide, o “paco” continua e ele continua não só nas ações, na entrega do cartão do Maranhão Livre da Fome, Deputado Antônio Pereira, é também em situações como essa, porque esses 55 cargos, eu vou fazer aqui, Deputado Rodrigo Lago, uma aposta. Eu não vou dar um, eu vou dar dois bombons pippers, se não forem apenas e tão somente aliados da política. Não são técnicos. A gente não está estruturando o Estado do Maranhão, a gente só está colocando mais gente para fazer política. Então, nesse caso, Senhora Presidente, não dá para concordar. Deputado Leandro Bello, Deputado Catulé, vejam, eu fico até triste, porque vejo que Caxias não está sendo contemplada, Deputado Catulé. Cadê os cargos para a AgemLeste? Mais 55 cargos para o sul do Estado, e coloca aqui, coloca dali. Daqui a pouco vem de novo, e Vossa Excelência sem está sendo contemplado lá no leste do Estado. Se cria uma estrutura, e não criam as pessoas para tocar essa estrutura. Então, Deputado Davi, Deputado Florêncio, eu peço a Vossas Excelências para votar contra a criação desses cargos. Não dá para se admitir que política seja feita dessa forma o tempo inteiro, apenas e tão somente criando estruturas que vão servir para abuso de poder político eleitoral, abuso de poder econômico na estrutura do Estado.
O SENHOR DEPUTADO ANTÔNIO PEREIRA – Deputado, conceda-me um aparte?
O SENHOR DEPUTADO CARLOS LULA – Pois não, Deputado Arnaldo. Deputado Antônio Pereira, por favor.
O SENHOR DEPUTADO ANTÔNIO PEREIRA (aparte) – O senhor me honra chamando-me de Deputado Arnaldo. Primeiro, pela experiência dele, a quantidade de mandatos e pelo jeitão que ele tem de americano. Lula, eu, desculpe, Deputado Lula. Carlos Lula, Vossa Excelência conhece um projeto de Imperatriz que ajudou a construir, aquele hospital que vai ser inaugurado agora início de novembro. E aí eu quero os meus irmãos imperatrizenses, conterrâneos, meus amigos de Imperatriz. Nós vamos abrir um hospital, nós precisamos criar cargos, não sei quantos, um, dois, três, quatro, dez, vinte, trinta, não sei. E eu quero pedir a oposição que nos ajude nesta questão, porque iremos, sim, precisar, é um instrumento, um equipamento de grande importância para a assistência médica, assistência à saúde do povo daquela região, Hospital Regional, hospital de especialidade, tipo o Hospital Carlos Macieira, tem a mesma importância que o Carlos Macieira tem para a Grande Ilha. Então, já, já vamos precisar criar mais cargos, e eu gostaria que esta discussão não fosse feita nesses termos, fosse feita de um nível maior. Porque precisamos abrir esse hospital urgentemente, a sociedade ali de Imperatriz clama por isso. Muito obrigado pelo aparte.
O SENHOR DEPUTADO CARLOS LULA – Mas, Deputado Antônio, eu tenho certeza que toda a Casa vai aprovar a criação destes cargos, porque então a estrutura do hospital, a gente vai precisar de três cargos de comissão, lá no hospital, que são os três diretores, o restante é da estrutura dos órgãos que vão tocar o hospital. Eu lhe digo, muito provavelmente, a gente está falando aí de mil empregos diretos que já eram para ter sido gerados. E o governo ficou enrolando três anos para terminar a obra, que, lá em 2022, já tinha 70% dela feita, mais antes tarde do que nunca, que a gente possa entregar o hospital em Imperatriz e que a gente possa, de fato, criar esses cargos na estrutura do Estado do Maranhão, mas, neste caso específico, estes 55 cargos que estão sendo criados é apenas politicagem e não dá para aceitar isso. É esta a razão pela qual, Presidente, eu encaminho aqui pedindo a rejeição do projeto.