Transcrição

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO (sem revisão do orador) – Senhora Presidente, Senhores Deputados, Senhoras Deputadas. Ontem, eu vi uma entrevista do Presidente do Congresso Nacional, Senador Davi Alcolumbre, reclamando de pautas inúteis estarem atrapalhando o andamento, votação e discussão de temas importantes para o Congresso Nacional. Eu estava vendo esta discussão e detalhe: ela não trazida para cá pelos Deputados de Oposição, vendo esta discussão eu me lembrando do Presidente Davi reclamando disso, tantos temas importantes para o Brasil. E aí, hoje, nós somos, nós Deputados Estaduais, 42 Deputados, nós custamos caros para a sociedade, não é barato manter um Deputado Estadual, é muito valoroso, é importante, é fundamental, o nosso papel aqui é essencial para o nosso Estado, acho que cada um pode oferecer a homenagem para quem julga interessante, e esta homenagem, ela teria passado desapercebida com um 2, 3, 4, 5, 6, 7 votos, sei lá, contrários, não fosse o fato da personagem ter sido levada a ser alguém, segundo confirma os Deputados da base Governo, essencial para o Governo. Quando a cunhada do governador, ela vira um tema a ser debatido no Parlamento, alguma coisa está fora da ordem. E esta discussão aqui, o alerta respeitoso feito pelo Deputado Rodrigo Lago, o encaminhamento absolutamente respeitoso feito na semana passada pelo Deputado Carlos Lula, em nenhum momento, foi o sentido de diminuir a pessoa, a mulher, porque, daqui a pouco, esta discussão vai ser, Deputado Rodrigo, vai ser assim: é porque é mulher, não, não é porque ela é mulher. Eu, por exemplo, Deputado Othelino, votarei contra, como votaria se tivesse a oferta de uma homenagem para esta Casa ao senhor Marcus Brandão, porque acho que não tem razões para ter homenagem, aliás, este órgão, esta Assembleia, como um órgão também de fiscalização, deveria era é investigar o que faz, qual é o papel do senhor Marcus Brandão e da senhora Audréia, na utilização dos recursos públicos do Maranhão. mas esta discussão está acontecendo aqui hoje e milhares de maranhenses devem está olhando assim dizendo: eu pago o salário desta turma para ficar discutindo esta senhora que eu tenho certeza de que boa parte do Maranhão sequer sabe quem é. Mas que os poucos Deputados governistas dizem: ela é essencial para liberar um recurso, para resolver um problema de uma emenda, para resolver um convênio, na Secretaria de Agricultura. Meus amigos, olhem só no quem o Governador Carlos Brandão transformou o Maranhão. Ele conseguiu elevar, colocar numa posição de tal destaque no seu governo a cunhada e agora nós estamos discutindo aqui a medalha, a condecoração com o nome da saudosa Maria Aragão. Talvez essa senhora seja uma boa esposa, não sei, não tenho convívio pessoal, talvez seja uma boa mãe – essa não é a discussão. A discussão é que foi eleito para o governo do Maranhão, com infelizmente o meu voto, o senhor Carlos Brandão, e quem governa o Maranhão, quem manda no Maranhão é o megaempresário Marcos Brandão com a esposa Audreia Noleto, ora sendo homenageada por esta Casa. Senhores Deputados, Senhoras Deputadas, todos que nos assistem na TV Assembleia, qual é o cabimento que faz, qual é o sentido que tem esta figura ser uma figura central no governo? Não é por ser mulher. Se fosse homem, aqui nós criticamos o megaempresário Marcos Brandão por ter essa influência toda no governo, mas é ele e a esposa, e a vassalagem chega a tal ponto de defesas emocionadas, querendo justificar o que não tem justificativa, o que é ilegal, a confissão do tráfico de influência. Teve uns Deputados governistas que não se prestaram a esse papel, mas, daqui a pouco, Deputado Carlos Lula, Deputado Rodrigo, Deputado Júlio, Deputado Ricardo, a vassalagem vai chegar ao ponto de essas posições, que foram manifestadas aqui agora, chegarem no “zap” do senhor Marcos Brandão, da senhora Audreia Noleto, dizendo: olha, te defendi dos dinistas. A vassalagem chega a esse ponto de o sujeito não respeitar os votos que o maranhense deu, ficar se prestando a mandar recadinho. Está aqui, olha: eu estou aqui te defendendo, fazendo sacrifício. Mas, meus amigos, realmente quero concordar com a proposta feita pelo Deputado Carlos Lula, eu acho que esse tipo de tema merece um turno só. E acho que é preciso que nós façamos uma autocrítica, porque tem muita coisa importante para esta Casa debater, e o debate não foi trazido pela oposição, não foi trazido por nós. Agora, se alguém puder explicar por que a cunhada do governador é a governadora de fato do Maranhão, eu queria que alguém explicasse, porque não tem explicação. E aqui foi um show de horrores, com Deputados dizendo assim: olha, ela manda no governo, ela pratica o tráfico de influência, e está tudo bem, está tudo normal. Mas, no Maranhão de Carlos Brandão, tudo é possível. É porque eu acho que não tem, Deputado Rodrigo, uma homenagem aqui a uma grande expressão, grande fenômeno empresarial, ainda não foi criada. Porque, se fosse para homenagear, talvez merecesse essa homenagem: o maior fenômeno empresarial do Brasil nos últimos três anos. Aí sim, eu acho que valeria, porque realmente é um caso a ser estudado. Mas finalizo, embora ainda tenha alguns minutos, finalizo essa minha vinda à tribuna. E sempre que venho para cá… Esse debate da crítica ao governo é um debate natural do Parlamento. O Parlamento é para ser assim, plural, cada um pensa de um jeito, mas hoje realmente é um dia que a minha vinda à tribuna não me alegra, porque eu vejo que existe um governador nesse Estado que me submeteu a essa condição, homens e mulheres eleitos pelo povo do Maranhão ficarem tratando da cunhada do governador, que ele elevou ao ponto de ser governadora de fato no Maranhão. Votarei contra, porque quero permanecer em paz com a minha consciência. Muito obrigado.