Transcrição

O SENHOR DEPUTADO RODRIGO LAGO (sem revisão do orador) – Senhor Presidente, Senhores Deputados, Senhoras Deputadas, imprensa, pessoas que nos acompanham pelos canais da TV Assembleia, servidores desta Casa. Ao ver o Requerimento que agora será submetido à deliberação do Plenário desta Casa, de autoria da Deputada Iracema Vale, Presidente desta Casa, pensei em dialogar diretamente com a Deputada e solicitar sua retirada do Requerimento. Mas como muitas das vezes as conversas de bastidores não alcançam a população da forma como ocorre, eu preferi fazer a minha inscrição para discussão aqui do Requerimento, para fazer um apelo público à Deputada Iracema, que está aqui no Plenário da Casa, que seja retirado este Requerimento. E eu explico por quê. O Requerimento, assim como foi protocolado, publicado no Diário Oficial aqui da Casa e agora incluído na Ordem do Dia, acaba por modificar a história do Maranhão e a história do próprio Jornal O Imparcial, Deputada Iracema, porque diz o seguinte: “Nos termos do que dispõe o Regimento Interno da Assembleia, requeiro a Vossa Excelência, após a manifestação do Plenário, que seja enviada Mensagem de Congratulação ao Jornal O Imparcial parabenizando pelos seus 99 anos de existência.” E obviamente que eu me associo a essa homenagem e parabenizo à Deputada Iracema pela iniciativa de fazê-lo. Ao ver V. Exa. apresentar este Requerimento, inclusive, decidi não fazê-lo, porque eu acho que a Presidência da Casa representa muito mais o Parlamento. Só que no Requerimento, talvez por algum equívoco, acredito eu, consta uma informação que não é verdadeira e que diz: “Fundado dentro dos Diários Associados, idealizado por Assis Chateaubriand, um nome que transformou a comunicação no país, O Imparcial é um marco, um símbolo, uma instituição viva que atravessou décadas, acompanhando as transformações sociais, políticas e culturais do nosso povo.” A segunda parte é verdade, o jornal O Imparcial é, de fato, um símbolo, um marco, uma instituição viva ainda hoje, quase que centenário. São 99 anos de muita história, mas a história começou em 1926 e quem fundou o Jornal O Imparcial foi uma pessoa conhecida por todos como J. Pires, que, por acaso, é meu bisavô, João Pires Ferreira, jornalista que fundou o jornal O Imparcial como fundou também uma outra revista na época, a Revista Atenas e, durante quase vinte anos, durante dezoito anos, foi o proprietário do Jornal O Imparcial. Em 1944, ou seja, dezoito anos depois, o Diários Associados, comandado por Assis Chateubriand, que, de fato, é uma pessoa notável na nossa República, é imortal da Academia Brasileira de Letras, foi Senador da República pela Paraíba, foi Senador da República pelo Estado do Maranhão, merece todas as homenagens, mas não a de ser o fundador do Jornal O Imparcial. Portanto, Presidente Deputada Iracema, eu faço um apelo, e eu não apresentei requerimento, eu faço um apelo que esse requerimento seja retirado da Ordem do Dia. E eu não quero tomar, como disse aqui, não quero tomar o brilho de V. Exa. de ser o autor de algum requerimento, retire esse requerimento e apresente um requerimento com essa pequena correção, que faço questão de fazer de público, porque nunca me furtei a homenagear o jornal O Imparcial. Certa vez, o Borges inclusive me convidou, teve uma sessão solene na Câmara Municipal quando dos 95 anos do Jornal O Imparcial, e lá eu estive, na época era Secretário, não era Deputado. E lá estive exatamente representando o Jota Pires, o João Pires Ferreira, que é meu bisavô, que deu nome a um tio meu, João Pires Ferreira Neto, foi Deputado Estadual. Foi inclusive, Deputada Iracema, antecessor de V. Exa., porque ele presidiu também esta Casa. Então, apenas para fazer essa correção, eu faço esse apelo, eu sei que V. Exa. tem um coração grande e atenderá a minha solicitação para fazer a correção. E por que que eu não aprovo este requerimento? Porque, como eu disse, vai para os Anais desta Casa, e acaba que reescreve a história do Jornal O Imparcial. Com a palavra, a Presidente Deputada Iracema, concedo o aparte.

A SENHORA DEPUTADA IRACEMA VALE (aparte) – Deputado, eu quero é lhe agradecer pela informação trazida, nós nos dirigimos a pessoas do próprio jornal O Imparcial, para a gente poder fazer a homenagem e fazer o requerimento. O nosso intuito é única e exclusivamente enaltecer o jornal, que merece o nosso reconhecimento, merece o reconhecimento do povo do Maranhão, por estar há 99 anos aí, rumo aos 100 anos, fazendo sempre um trabalho de qualidade. Então, o nosso intuito é esse, não desmerecer a história de ninguém, mas enaltecer o jornal O Imparcial. Então, como meu intuito é esse, e V. Exa. tem interesse que se faça o resgate do nome do seu bisavô, não tem problema nenhum. Faremos justiça à sua fala; da minha parte, pelo contrário, sempre quando vier coisas para contribuir com a história do povo do Maranhão, nós vamos estar aqui atentos e à disposição. Acho até que é bastante importante a sua fala. Poderia até ter me falado disso antes, mas a gente já autorizou a Mesa a reescrever o requerimento, incluindo o nosso querido bisavô do nosso querido Deputado, contando a história completinha de O Imparcial. Inclusive, eu gostaria que a gente fizesse uma consulta novamente a O Imparcial para conferir as datas direitinho e se faz, sem problema nenhum. Vai engrandecer ainda a homenagem que a gente quer fazer a O Imparcial. Muito obrigada.

O SENHOR DEPUTADO RODRIGO LAGO – Eu agradeço a compreensão de V. Exa., sabia que seria atendido nessa minha solicitação e já disponibilizarei aqui para a Mesa, para a sua assessoria, Deputada Iracema, para fazer a correção. Inclusive matéria do próprio jornal O Imparcial, quando dos 95 anos de seu aniversário, de sua fundação, disse o jornal O Imparcial: “O jornal O Imparcial completa 95 anos de fundação. Circulou no dia 1º de maio de 1926, por iniciativa do empresário João Pires Ferreira, que transformou uma gráfica de sua propriedade com o irmão José Pires em um jornal. Assim nascia naquele dia, o principal jornal do Maranhão, que circula no Estado, ininterruptamente. Assim, o empresário Jota Pires, como ficou conhecido, quebrou um paradigma ao levar ao leitor maranhense um jornal sem comando de políticos, visto que até então, só havia jornais pertencentes a alas governistas e oposicionistas que se digladiavam ferozmente. Jota Pires aproveitou o espaço em aberto para o jornalismo, apartidário, daí o nome O Imparcial, com competência de levar o leitor a notícia com equilíbrio da informação. O Imparcial foi fundado no Beco da Pacotilha, onde funcionou até 1944, quando foi adquirido pelo Diário Associados, de Assis Chateaubriand, que o incorporou ao seu império e mudou-se para o palacete de número quarenta e seis, na Rua Formosa, hoje conhecida como Rua Afonso Pena. Portanto, a história é esta. Eu agradeço a compreensão da Deputada Iracema Vale, sabia que seria atendido nesta minha solicitação e passarei à Mesa o registro histórico para fazer esta devida correção. E tenho certeza, convicção, que esta homenagem, proposta pela Deputada Iracema, será aprovada, assim que feita a correção, por unanimidade, desta Casa, assim aqui peço. Muito obrigado, Presidente.