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Encaminhamento de Votação Dr. Yglésio
23 de outubro de 2024
Transcrição
O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) – Bom dia a todos. Só meu querido Jhonatan ali, esse jovem talentoso, se posicionar. Nós não temos dinheiro para fazer tudo. É óbvio que isso aí é uma verdade, principalmente, no estado, que foi recebido pelo governador Brandão com despesas fixas bem altas. E às vezes eu fico até preocupado com o governador e digo para ele que algumas coisas é preciso rever, sim, em termos de despesas. E ele fica às vezes com aquela coisa de não retroceder política pública e às vezes as políticas públicas que precisam ser revisadas não são. Eu fico falando aqui, deputado Glalbert Cutrim, por exemplo, do restaurante popular. Restaurante popular, o governador está insistindo nesse negócio de manter a R$ 1. Hoje, o que é R$ 1? Um vigia de carro não aceita R$ 1 real, com todo respeito. E uma refeição custa ali R$ 14, R$ 15 subsidiada. Se aumentar para R$ 2, vai continuar sendo uma coisa barata e termina reduzindo o custo. Hoje, nós estamos mais ou menos com 29 milhões por mês de restaurante popular, 360 milhões, mais ou menos, por ano, um bilhão e meio em quatro anos. Uma política que eu tenho, assim, algumas ressalvas, porque ali, Cristofer, às vezes eles colocam no interior e tira aquele comércio todo em que existia aquela refeiçãozinha mais barata, mata empreendedores, mata o pessoal que vende o lanche, porque, querendo ou não, o nível de especialização é muito baixo em termos de trabalhos que existem no interior. Ou a pessoa faz alimentação, ou ela trabalha na roça, ou ela é vendedora de uma loja grande, aí tem várias lojas. Às vezes, elegem até prefeitos essas lojas. Eu acho que revisar isso aí seria uma coisa interessante. Eu acho que a população não iria morrer se de R$ 1 fosse para R$ 2 reais, por exemplo. Melhoraria um pouco a questão do caixa e, claro, daria um alívio. Por que eu estou falando isso aqui? Olha, a gente está trazendo um projeto para aumentar gratificações do gabinete militar. Eu tenho a honra de andar hoje com vários policiais aqui da Assembleia Legislativa e, graças a Deus, como tem o rodízio, deputado Júlio, deputado Fernando, por conta da minha segurança, por conta de seis processos de ameaças abertos aí na SEIC, a gente vai conversando e aprendendo muito aí com o pessoal e as dificuldades mesmo. Hoje, e não são eles que me falam isso, até porque esses de gabinete militar aqui da Assembleia não estão na rua sentindo tanto as dificuldades, apesar de terem dificuldades, apesar de terem salários baixos, mas há um investimento que precisa ser feito, em segurança. Coletes, trocar os coletes que a tropa utiliza, a maioria deles estão vencidos; será que é mais importante nesse momento eu pegar um recurso da Polícia e fazer investimento em função gratificada de salário para o gabinete militar, que, de certa forma, é um pessoal que tem uma condição melhor financeira, ou eu buscar renovar os coletes da tropa? Eu estou fazendo um processo – doutora, seja muito bem-vinda –, eu estou fazendo um processo de aquisição, já fiz aquisição de armas de fogo e agora estou no processo do porte, deputado Othelino, o que eu vejo: quando eu fiz a minha prova de tiro, o meu instrutor, Major Onildo, que é uma cara excepcional, todo mundo aqui praticamente da Polícia o conhece, é uma lenda dentro da Polícia, a capacidade dele, foi quem me ensinou a atirar melhor, aperfeiçoou o meu tiro, o que ele disse: “Olha, deputado, você atira melhor do que 50% da Polícia Militar do Maranhão. É porque tem mais capacidade que um policial? Não, é simplesmente porque o policial não tem dinheiro para treinar”. E tiro é uma coisa que precisa ser feita de maneira repetida. Eu descobri, deputado Fred, que, naquele curso de formação, no concurso 2013, salvo engano, 2017, no curso de formação dos policiais, eles não chegaram a dar 50 disparos, eu faço 50 disparos em um treinamento. Então, assim, a gente sabe que, por exemplo, a margem de acerto de tiro em combate é em torno de 16% só. Coutinho sabe que isso aí é verdade, não passa muito disso. Então, assim, o que é que custa um recurso desse de gratificação para um gabinete militar ser relocado para a formação continuada da tropa? Porque quem ganha R$ 3.500, R$ 4 mil, R$ 5 mil vai fazer um treinamento de tiro com cem disparos, ali o Renan também que é uma pessoa que é um cáqui, sabe que vai custar isso aí R$ 400, R$ 500, e não é um recurso que um policial militar tem. Então, nós poderíamos ver sobre um outro prisma essa questão do investimento dentro da corporação. E, por conta disso, por acreditar que existem outras prioridades neste momento dentro da corporação, que os policiais precisam de mais armamento, mais treinamento e renovação dos seus equipamentos, vide as pistolas que utilizam, a maioria aí utiliza pistolas antigas, pistolas próprias.
A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE – Conclua, deputado.
O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Vou concluir, eu vou votar contra esse projeto nesse sentido, não é por não querer aumentar função gratificada, porque eu sei que a situação financeira do estado é ruim, há um esforço para melhorar e é um esforço louvável isso aí. Fizeram até adesão a um programa de aperfeiçoamento das finanças, mas em relação a isso, enquanto representante do povo e conhecedor cada vez mais das necessidades da Polícia Militar do Maranhão e admiração cada vez maior pelo trabalho dos mesmos, votarei contra, porque eu acho mais importante esses recursos serem direcionados para proteção, para o fortalecimento da tropa. Por quê? Porque a criminalidade, hoje, cada vez mais ela escala. Então, voto contrário em decorrência disso.