Transcrição

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) – Bom dia a todos. Subo a tribuna para destacar algumas coisas, mas, antes de mais nada, agradecer ao Deputado Wellington, pela grandeza de sempre que ele tem em reconhecer aqueles que o ajudam e, claro, de estar ao lado daqueles que o ajudam na caminhada. Então, Deputado Wellington, meu muito obrigado. Que Deus o continue abençoando e, claro, protegendo nas difíceis missões e situações que vai enfrentar nos próximos dias. O que a gente tem aqui nesta tribuna, hoje, não vai valer nem a pena rebater ponto a ponto, até porque nós entendemos as motivações. Quando a Deputada Mical sobe aqui à tribuna para falar sobre a violência institucional que ela sofreu e continua sofrendo, porque, em vez das pessoas que vêm aqui trazer uma série de ataques, imputar crimes, imputam crimes a pessoas aqui e não dizem os nomes. A primeira coisa que um crime tem, Presidente, é um agente. Quem é o criminoso? É o Governador? É alguém do Governo? Um secretário? É um intermediário? Quem é o criminoso? Deputado Florêncio, eu fico perguntando: Quem é o criminoso? Porque, se eu digo que há crime, eu aponto, como chegou agora, essa semana, uma denúncia minha por crime de responsabilidade do Ministro Flávio Dino, mais uma da atuação política dele, que configura um crime de responsabilidade, previsto na Lei do Impeachment, inclusive. Chegou ontem, fui informado que, finalmente, à Mesa do Senado chegou a denúncia que nós protocolamos. Então, isso é muito importante. Sobem à tribuna sem apontar, sem a coragem de apontar. Sobem à tribuna para dizer que são aliados. Eu arrisco a dizer que mais um pouquinho talvez digam que são até amigos, e eu digo, com amigos desses, quem precisa de inimigos? Com aliados desses, quem precisa de adversários quando os tem? O interessante é perceber que, muitas vezes, a gente ainda traz aqui para a tribuna, as pessoas são utilizadas como massa de manobra e nem sabem. Quem é especialista, hoje, em colocar as pessoas para se exporem termina, no momento de fazer as suas escolhas políticas, apontando para um caminho diferente daquilo que ele vai seguir. Estimulo aqui as pessoas que se doem, que se rasgam na tribuna para proteger Felipe Camarão, seja atacando o Governo ou a Presidência da Assembleia, que hoje ficam nessa coisinha de “manda para um blog”, “tenta furar uma história aqui”. É muito engraçado. Essa situação da Vigas, eu estou achando ótimo eles trazerem aqui para a tribuna, porque, na hora que forem buscar onde foi o processo licitatório da Vigas, vai voltar para o colo do Flávio Dino e para o colo do Felipe Camarão, que ele não se dê por suspeito, como ele não fez em relação ao Governador Carlos Brandão, lá em cima, que ele não se dá por suspeito. Ele se deu por suspeito em uma ação de uma mineradora lá: “Não, não posso participar, porque já atuei”. No que ele precisa se dar por suspeito, ele, na verdade, fica é mastigando politicamente as pessoas, como ele está fazendo nessa situação em relação ao TCE. Não custa dizer, já vamos para o segundo ano que o Maranhão não tem um conselheiro no TCE, porque está sentado em cima do processo, movimentando, talvez ele movimente hoje de novo, como ele fez na semana passada, quando eu subi à tribuna, ele deu um despacho. Dino, por favor, vamos liberar a vaga de Conselheiro do Estado do Maranhão. Está ficando feio já. Daqui a pouco, John Cutrim não vai ter mais como a assessoria de imprensa dele segurar lá em cima. Não haverá vigas que sustentem esse projeto, a estrutura está se tornando cada vez mais frágil. Eu acho muito engraçado querer colocar um dedo na ferida por coisas que sabem que não têm legalidade. O Cássio Nunes disse: “Olha, o recurso, os juros, eles têm, podem ser aplicados, não obrigatoriamente em pagamentos de salários”. A Educação não vive só de salário, que me desculpem quem eventualmente se sentir ferido, mas a reflexão precisa ser feita. Professor não consegue dar aula sem infraestrutura escolar, e aí não querem investir nada na infraestrutura, o pessoal quer fazer aqui cena. Quando estavam no Governo, era bem pior o nível. Presidente, eu nunca me esqueço, acabaram com o Fepa, destruíram o dinheiro do Fepa. Florêncio, acabaram com o dinheiro da Emap, tiraram o dinheiro da Emap para pagar conta de Governo, e agora eles começam a sair aqui do plenário. Ei, John, que horas que vai chegar aí matéria? Porque está feio, cara. Esse pessoal não tem a mínima condição de apontar o dedo para absolutamente nada. Deixaram rombo na Emap, Gilberto Leda. Tu lembras o que fizeram, que o César Pires aqui brilhantemente denunciou nos últimos oito anos? Acabaram com o dinheiro do Fepa. Respondeu por abuso econômico em eleição. Wellington do Curso também aqui falou muito, eles dois, mas o Fepa era mais de César. Wellington do Curso responde processo até hoje, que está uma coisa séria neste Maranhão. Inclusive, eu sugiro, Presidente, que V. Exa. tenha uma reunião urgente com o Tribunal de Justiça do Maranhão, porque está sendo cada vez mais absurdo o vilipêndio contra as prerrogativas parlamentares. Deputada Daniella, acredito que até a Deputada Janaína foi processada em primeiro grau por ter feito um comentário de grande expediente aqui sobre a situação daquela menina do Tribunal de Justiça, que estava com aquele processo em relação à filha dela, a Paula. Daniella foi processada por um aparte, a juíza a mandou tirar uma publicação sem a ouvir, uma juíza de primeiro grau. Não estão mais respeitando prerrogativas constitucionais desta Casa. O Wellington do Curso está aí respondendo no TJ também por crime de calúnia. Agora ser divergente aqui da posição majoritária, quando interessa, é calúnia. O Deputado tem que mobilizar a estrutura da Casa para se justificar por palavras na tribuna que não ofenderam ninguém, que atendem à busca incessante do interesse público e, mesmo assim, o Tribunal de Justiça movimenta sua estrutura, perde tempo em relação a isso, faz o Deputado perder o seu precioso tempo, perder dinheiro, contratando advogado, para ficar respondendo por calúnia aqui, dentro do tribunal. Por favor, é o tempo todo essa coisinha. Podem falar dos outros, chamar de genocida, dizer que é criminoso. Eles falam o que querem. Cadê que se levantou aqui para cortar pronunciamento deles? Se estivesse aqui agora, já estava levantando, pedindo aqui, cortando a minha fala. Falam de civilidade quando não tem civilidade. O lugar aqui é a tribuna para vir contestar, não é cortar a fala do colega, interromper. Eu escutei aqui, três dias, nessa semana, só vendo as incoerências, quietinho. Pega deboche aqui, chama a pessoa de “governista de oposição”. Porque, quando eu preciso, eu trago um dado alarmante aqui, preocupante, que a Secretaria de Segurança do Estado precisa, Presidente, urgentemente, ver as medidas aqui, fazer um planejamento, porque subiram 40% os relatos de violência, de homicídio no Maranhão, no primeiro trimestre. Isso aqui não dá para considerar desvio padrão de 40%; precisa. Aí eles ficam com o deboche, dizendo que eu sou “governista de oposição”. Diferente de vocês, eu não tenho carimbo, nem no meu CPF nem na minha eleição, de Governador assinando e avalizando. Diferente de vocês, eu não tive aí 8, 10 mil cargos na saúde, nem folha de instituto para encher de gente. E, assim, vocês não aguentam 10 minutos de auditoria. E o tempo todo aqui, inventando, chamando de criminoso, debochando dos outros, chamando de “governista de oposição” e não sei o quê. Pensa que me incomoda? Eu trago aqui de destaque é para chamar a atenção de quão incoerentes vocês são, de quão inconsistentes as argumentações de vocês são. Eu trago aqui para isso. Não é para ficar aqui que eu nem preciso, graças a Deus, disso aí. Deputado Wellington, V. Exa. pediu um aparte. Fique à vontade.

O SENHOR DEPUTADO WELLINGTON DO CURSO (aparte) – Deputado Yglésio, muito rápido, inclusive aproveitando a presença da Presidente Iracema, para fazer dois agradecimentos, primeiro, a V. Exa., que foi solícito para tirar uma dúvida e não só isso, me deu toda a assessoria, me deu toda a atenção com relação a isso. E também ao presidente da CCJ, Deputado Florêncio. Deputado Florêncio, agradecê-lo também, porque, quando eu levei o assunto à V. Exa., V. Exa., de pronto, foi muito atencioso, muito solícito a mim. E aí, Presidente Iracema, durante oito anos, eu fui Oposição aqui nesta Casa e aí até brinco: taca para 50 jumentos eu apanhava sozinho aqui.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Era mesmo.

O SENHOR DEPUTADO WELLINGTON DO CURSO – Requerimento não era aprovado, requerimento não passava. Nem por isso eu tripudiava em cima disso. Eu fazia a minha parte, era um parlamentar, é uma Casa plural, somos 42 deputados. Mas, inclusive, enfrento hoje processo na justiça. São oito, consegui arquivar sete. Hoje tenho processo ainda. E aí, com a orientação do Deputado Yglésio, inclusive com o conhecimento já do nosso Presidente da CCJ, depois de levar ao conhecimento da senhora, para que eu possa, inclusive, apresentar um requerimento para suspender. Por quê? Fiz a denúncia, não fui leviano. Não foi fake news. Levei ao Ministério Público, levei ao Tribunal de Contas do Estado, e hoje a Polícia Federal apresenta provas de que realmente houve desvio dos recursos dos 49 milhões da compra dos respiradores. Os respiradores não foram entregues, o dinheiro não foi devolvido e eu estou sendo processado. Então, é um verdadeiro absurdo.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – E o Ministro do STF, Deputado Wellington, está lá. Ele era o Governador do Consórcio Nordeste e está relatando o processo. É brincadeira! O país virou uma brincadeira, com todo o respeito. V.Exa. quiser continuar, mas é porque a minha indignação me fez cortar sua fala, perdão pela descortesia. E é isso que aconteceu, virou uma brincadeira, isso aqui está ficando uma coisa banalizada, este mandato aqui, os mandatos, em geral estão banalizando, porque o Judiciário não está mais respeitando.

A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE – Pode liberar o microfone para o Deputado concluir a fala, por favor!

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Porque assim, quando é do lado de lá, o pessoal sobe aqui, fala o que quer, pipipi, popó, Ah, quantas vezes eu não precisei tentar em meio a mentiras que foram contadas, que nunca foram para polícia como estas mensagens da Mical que a polícia disse: “Ó, isso aqui é verdadeiro, não tem manipulação aqui, os prints são verdadeiros”. E aí o pessoal aqui fica fingindo que não aconteceu nada, se fosse aqui uma mulher de esquerda, estavam tudo aqui fazendo o maior escândalo, cadê a Casa da Mulher que nunca se pronunciou? Toda coisinha, a Casa da Mulher se pronuncia, Dona Susan, que eu gosto demais dela, minha amiga, pode até se zangar, mas nunca falou nada, por quê? Porque é do PC do B, infelizmente, não tem coerência, cara, e quando a pessoa tem alguma coerência, que quando o Governo Brandão precisa melhorar alguma coisa, vem e traz, ainda pega deboche, como eu volto a dizer, no meu CPF, não tem carimbo de Flávio Dino, não tem carimbo de Carlos Brandão, agora, quando eu estiver vendo que estão criando fatos apenas para atrapalhar o Governo, eu vou falar, porque se tivesse uma boa intenção, eu ficava calado, mas nunca explicaram aqui os respiradores, está aqui o Deputado Estadual Lula, secretário, nunca subiu aqui para rebater, nada, um monte de coisa, lá na saúde, a gente sabe que foi vítima de operação de Polícia Federal. Ninguém nem fica levantando isso aqui, porque eles já passaram, e eles não voltarão. Não é nem negócio de eles, não. Eles passarão, eles já passaram. Como eu escrevi no artigo, rebatendo o deputado federal, o escudeiro master, Dino Mor. Eles são bagagem pesada, não são motor de absolutamente nada mais. Nada. São motor de mais nada. Isso deixa a pessoa desesperada. Porque quem se acostumou a não precisar sair da sua cadeirinha para ir lá na ponta, conversar com o eleitor, para pedir voto, para saber a preocupação de que uma campanha no interior traz. É muito tranquilo, é muito bom. Deve dar saudade. Eu não sei por que eu nunca fiz campanha assim. De gabinete, botando as pessoas que são empregadas pelo Estado para pedir voto para mim. Eu acho que isso aí, Bandeira, deve doer mesmo no coração não ter mais isso aí. E a gente até entende. Mas todo mundo pode ser vítima de injustiça. E muitas pessoas são diariamente e eu trago à tribuna. E quando o governador, eu sentir que está sendo injustiçado, eu vou buscar ajudar para que justiça seja feita. E quando ele estiver errado ele vai ter que se explicar. Simples assim. Mas quando for este tipo de denuncismo fraco, pequeno. Gente, se for estudar o que for as empresas, o irmão do Flávio Dino vivia lá na Secretaria de Cidades, fazendo obra terceirizada. Não aparecia porque ele, como ele diz, ele tem o canônico direito, a posição dele é canônico, é sagrada, ele é melhor do que o universo todo. É por esse tipo de postura que ninguém, em Brasília, nem cogita a possibilidade de ele realizar o sonho dele, que é ser Presidente da República. Nunca será, porque a política já reconheceu a tirania. A vida dele vai ser aquilo ali, esse exercício triste, sádico, de todo dia tentar condenar pessoas que pensam diferente e, claro, obviamente, criar exercícios de argumentação Ad infinitum, que é levar o argumento sempre para uma perspectiva exagerada, para tentar convencer as pessoas.

A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE – Conclua, Deputado.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Deve ser muito triste, Presidente, viver uma vida assim, de mau sentimento o tempo todo. É pesado! A gente vê. Ontem, eu recebi um vídeo dele, na linha de transmissão do Bolsonaro, o Bolsonaro falando sobre o que ele dizia sobre as urnas eletrônicas, em 2010. Ele criticou as urnas eletrônicas; 15 anos depois, ele está acabado fisicamente, só de maldade, bile circulando forte no coração, no sentido figurado. Isso é ruim demais. Então, meu repúdio a tudo isso que está acontecendo. A gente já sabe que essa matéria do Metrópoles foi plantada. Quando se olha o Instagram do jornalista, já se ver o tamanho mínimo que ele tem para se prestar a fazer uma coisa dessa. Eu já sei quem é o plantador no jornal. A gente sabe quem é o plantador e lamenta que, infelizmente, se tenha que perder tempo com isso, em vez de subir aqui para cobrar segurança pública para o Estado do Maranhão, porque aumentaram 40% os homicídios. Cobrar melhorias cada vez mais no sistema de saúde, porque ainda tem muita insatisfação de usuário. Mas, para governar, a gente precisa, infelizmente, de alguma paz, para tocar as coisas, para dar os direcionamentos, e essas interferências aqui sempre tiram o foco lamentavelmente. Infelizmente, tem gente servindo para projeto dos outros, achando que está fazendo para o seu e sendo utilizado, lamentavelmente. Bem-vinda ao PSD, Senadora, também, importante, e que cada um entenda o que quer para o seu futuro e para o seu caminho. Muito obrigado.