Transcrição

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO (sem revisão do orador) – Sr. Presidente Antônio Pereira, voltei à tribuna, porque fiquei acompanhando, primeiro, a fala lúcida do Deputado Carlos Lula, que, como bem disse o Deputado Neto, entre nós aqui é o que tem mais autoridade e conhecimento na área de saúde, embora não seja por formação da área de saúde, mas eu diria que foi o melhor Secretário de Saúde que teve neste Estado. E fiquei ouvindo atentamente a fala de um e depois os apartes do Deputado Rodrigo, do Deputado Neto. O Deputado Neto eu já disse e repito; ele se esforça e faz com competência a defesa do Governo. Embora eu tenho a impressão de que nem me nem o próprio Deputado Neto muitas vezes acredita naquilo que ele está defendendo neste caso específico. Porque são coisas que são difíceis de explicar. Mas, Deputado Neto, mais uma vez, eu digo para Vossa Excelência que Vossa Excelência é muito mais útil para o Governo do que o Governo para o seu currículo. Não precisa o Secretário da Casa Civil vir aqui defender o Governo sobre a constranger não a mim, mas os Deputados da Base Governista, que são ampla maioria, porque os Deputados fazem aqui o debate democrático, respeitoso. Secretário Madeira, eu até tenho respeito por ele, a história política dele, acho que, ontem, ele passou um pouco do ponto, porque defender o Governo é um direito dele ou de todo mundo, mas ele meio que passar uma reprimenda na Base do Governo, aqui dentro, na tribuna. Deputado defende se quiser defender, não, às vezes, não está a fim de participar do debate ou no caso do Governo do Maranhão é muito difícil defender porque você tem que tirar leite de pedra. E nem todo mundo tem esta disposição e esta eloquência do Deputado Neto. Não acho a necessidade do Secretário Chefe da Casa Civil vir aqui passar carão na Base Governista. Talvez, ele tenha o desejo de mostrar para o Governador que será útil aqui caso seja eleito Deputado para defender os malfeitos do já ex-Governador Carlos Brandão, caso ele obtenha êxito aí na eleição. Mas voltando ao debate sobre a saúde, é fato, Deputado Neto, Deputado Lula que os problemas sempre existiram. Tenho certeza de que nunca passou pela cabeça do então Secretário Carlos Lula de que ele resolveria e deixaria o Sistema de Saúde perfeito. É claro que a meta é sempre essa, a meta é fazer com que não tenham pessoas esperando nas filas. Mas existe uma diferença, Deputado Rodrigo, Deputado Nagib, essencial, no Governo Flávio Dino, aí me refiro especificamente à saúde, embora valha para outras áreas o Secretário Carlos Lula, ele ampliou o sistema, ou seja, naturalmente, aumentou a despesa e a receita era menor, o que aconteceu no Governo Brandão? O Sistema de Saúde, ele não diminuiu, mas ele passou a funcionar de forma muito reduzido com uma arrecadação muito maior. Aí eu me refiro não só Deputado Nagib a arrecadação própria, porque o Governo Brandão é campeão de arrecadação ICMS, mas as transferências federais. O Governo Lula transfere para o Maranhão de recursos para a saúde muito mais do que recebia o Governo Flávio Dino que foi o Governo, que foi Governador do Maranhão. Acho que dos sete anos, talvez cinco com presidentes adversários e que não prestigiavam o Maranhão, refiro ao ex-Presidente Michel Temer e, especialmente, ao ex-Presidente Bolsonaro que tinha raiva de nordestino, especialmente, dos nossos conterrâneos maranhenses. Então, a diferença era esta, primeiro, a coisa no Governo Flávio Dino era tratada com seriedade, não tinha este negócio de estas cotas aí de internação e outras cotas mais, no Governo Brandão a lógica é outra, acho o secretário até um bom sujeito assim, educado, cordial, atencioso, mas ele não manda. Quem manda é a cunhada do Governador, Deputado Catulé. Ela é quem é a Secretária de Saúde na prática. É a Secretária de Saúde e de Educação também. Agora manda na educação. O Governo é comandado pela cunhada. Eu pensei que fosse pelo irmão, mas é a cunhada, é irmão, é familiar demais. Inclusive disse que agora o candidato a federal mudou; era um sobrinho, mas o sobrinho vai ser candidato a Governador. Aí o outro sobrinho vai ser candidato a deputado federal. Mas não quero misturar muitos assuntos, não, porque, quando se fala de Brandão aqui, é tanto Brandão que a gente até se confunde, Deputado Rodrigo, e perde o raciocínio. Mas o fato é que a diferença é essa. Numa época que tinha gestão e muito sacrifício, eu lembro quantas vezes conversava sobre crises que aconteciam. Toda gestão tem crise, mas tinha uma determinação, primeiro, o Governador delegou ao Carlos Lula a missão de ser Secretário de Estado. E ele era o Secretário. Ele não era uma espécie de rainha da Inglaterra. Ele tinha o poder de ter a gestão. Não podemos nem cobrar hoje do secretário Tiago, porque não é ele quem manda; ele só assina. Tomara que não tenha problemas com as assinaturas, porque, às vezes, a pessoa assina o que mandam assinar e pode acabar sendo vítima de algo que nem fez. Então, essa é a diferença. Não tem como funcionar um sistema onde quem está sentado na cadeira não manda. E aí tem outro problema que no governo anterior era: Ah! Faltava leito? Faltava leito, mas sabe o que aconteceu agora no Governo Brandão? Os leitos são desativados. Sabe por quê? Incompetência. “Ah! Desativa lá três leitos que estão com problema.” Aí não faz manutenção, Deputado Nagib, aí falta o leito. Aí o que é que acontece na prática? O cidadão que está lá em Codó, sendo atendido na rede municipal, quando precisa de um atendimento especializado, precisa vir para São Luís, não consegue o leito. Vossa excelência ontem reclamou disso aqui. Eu sei por que sou, além de seu colega parlamentar, seu amigo. E Vossa Excelência muitas vezes se reclama quando um paciente está demorando a ser transferido com a solidariedade que um homem público tem que ter e que falta no Governador do Estado, que não tem sensibilidade. Então, não dá para comparar o Governo Flávio Dino e o Governo Brandão em nenhuma área, mas, especialmente, na área da saúde, porque são situações absolutamente distintas. Administrar com pouco e usar bem o pouco para atender bem a população. Administrar com muito mais sem o desejo de atender a população, com o desejo de fazer negócios. E para finalizar, Deputado Antônio Pereira, nós estávamos falando ainda agora, aqui, o Deputado Carlos Lula falou do problema da regulação. Eu falei da falta de leito. O Deputado Neto aparteou, a Deputada Cláudia também. Mas é fato que as pessoas para conseguirem agilizar uma transferência, por exemplo, para o Carlos Macieira, precisam normalmente recorrer a um político. Mas agora os políticos também não conseguem mais, porque tem as cotas lá. Mas me disseram que tem um caminho mais fácil que teria uma cota separada lá, Deputado Nagib. Acredite no que eu vou dizer teria uma cota separada lá: é a cota da chefe de gabinete do Governador. Então, quem quiser agilizar a internação, a transferência ligue para a chefe de gabinete do governador, que tem uma cota lá. Ligue para ela e diga “dona fulana, estou precisando ser transferido. Aí diz que ela faz três perguntinhas lá para ver como é que é e aí diz: não, está bom, está autorizado. A cota da chefe de gabinete do governador, diz que tem outras cotas também assim, ou turma lá que tem cota também, é assim que está o Maranhão, os leites agora têm cota. Mas olha, entendam bem, isso aqui o Maranhão, muita gente está nos ouvindo, nos assistindo, estão vendo pelas redes sociais, pela TV Assembleia, se tiverem dificuldades liguem lá para o Palácio dos Leões, chefe de gabinete do Governador Brandão, ela resolve o leito, ela tem a cota dela lá. E se não for por ela o leito não é ocupado, está lá reservado: cota de fulana de tal. É assim que está o Maranhão, Deputado Rodrigo, V. Exa. está me olhando assim com a expressão entristecida pois é, não ria que o caso é sério. Enfim, este é um debate importante, o debate da saúde, um debate está sendo feito aqui de forma muito civilizada, mas é fato que os números se impõem. É um governo que atende mal, arrecada mais porque não tem nenhuma motivação que tem que ser a motivação principal do gestor público que é servir ao cidadão. Muito obrigado.