Transcrição

O SENHOR DEPUTADO ROBERTO COSTA (sem revisão do orador) – Senhora Presidente, Senhores Deputados, imprensa. Eu estava acompanhando, na verdade, venho acompanhando já há algumas sessões, essa questão desse debate que tem se instalado aqui na Assembleia para discutir a questão da qualidade do Governador Brandão, a questão do governo. Nós vimos já essa questão da cultura sendo debatida aqui, sendo discutida. Eu vi agora essas movimentações em relação à situação lá da pista de atletismo do Castelinho, com o pessoal do atletismo, os corredores. E eu subo aqui hoje, nessa tribuna, Deputado Zé Inácio, primeiro, com a minha cabeça erguida, com a minha cabeça muito tranquila, porque, quando se fala de cultura, eu não falo da boca para fora. Quando falo de esporte, eu fui Secretário de Esporte do Estado, eu também venho de uma família de atleta, meu pai foi jogador profissional, jogou no Sampaio, no Maranhão, no Moto e essa parte de esporte sempre esteve muito envolvida na minha vida e, com o tempo, tendo as experiências, inclusive como secretário, eu vi exatamente o quanto essa questão do esporte precisa cada dia ter investimento, principalmente o esporte amador. Até em relação a essa questão dos atletas de atletismo, que houve aí essa questão dessa preocupação agora, eu sei que eu sou um dos poucos deputados dessa Casa, eu não sei se eu sou o único deputado dessa Casa que colocou já uma Emenda, desde o ano passado, de R$ 50.000 para a FAMA, para Federação de Atletismo. Essa que hoje se puxa esse debate, mas ninguém, até hoje, eu não vi, pelo menos não tenho conhecimento se alguém botou alguma Emenda para ajudar esses atletas. Há 15 dias, eu já tive inclusive participando do treinamento deles, eu ajudo não só, às vezes, com a minha Emenda, eles não receberem em função da situação da Federação, mas o ofício foi encaminhado para que fosse pago, mas, assim mesmo, eu apoio aí nas viagens, eu apoio com a questão da compra de material, inclusive com meu recurso pessoal, porque eu sei o quanto é a luta, principalmente desses atletas de atletismo, aqui no Maranhão. Então, quando vem se levantar essa questão da pista de atletismo, criar uma situação de confronto, entre esporte e cultura. Ah, o Governo do Maranhão criou em cima da pista de atletismo um Arraial. Primeiro, não se criou, é um Arraial que não tem nas brincadeiras, nas atrações nacionais, que não tem R$ 1, por parte do Governo, R$ 1 por parte do Governo. Aí eu vejo nosso Deputado Othelino, que a gente já convive há muito tempo, já vi o Deputado Othelino, inclusive como oposição nesta Casa do Governo de Roseana, e eu atuando como situação. E acho que tem determinadas colocações que a gente precisa fazer uma reflexão. Primeiro ponto importante que foi dito aqui. Aqui é para todos dessa Casa, não existe debate na Casa, não existe  a situação de confronto entre a questão do inclusive do Governador Flávio Dino, que eu iniciei na Oposição. Depois, pelas relações que foram construídas, passei a ser, na verdade, um grande defensor do Governador Flávio Dino, inclusive para levar o meu partido a apoiá-lo e nunca me arrependi em relação a isso, nunca. Tive debates grandes dentro do MDB. E acho que foi a decisão mais correta que nós tivemos, mais correta e continuo achando. E acho que o Governador Flávio Dino fez o seu o papel como Governador, deixou, digamos, a sua herança positiva para o Estado. E não adianta se criar esse sentimento, como se houvesse agora um sentimento do Governador Brandão em relação ao Governo do Flávio, que isso não existe, até por um detalhe. Eu acredito aqui, tirando, eu não tiro nem alguns que hoje criticam o Governador Flávio Dino, porque, no passado, já foram aliados. Mas ele tem o respeito da Assembleia pelo papel que ele desenvolveu como Governador e como líder até assumir o cargo de Ministro. O que nós temos que debater aqui e temos que assumir a responsabilidade, a responsabilidade individual de cada parlamentar e não buscar escudo A, escudo B ou escudo C. Essa é a primeira questão. Quando se fala de cultura, dizer: o Governador Brandão não paga as brincadeiras. Aí eu vejo falar de Zé Olhinho, grande artista cultural, grande artista cultural. Não sei se alguém sabe onde Zé Olhinho mora aqui nesta Assembleia, não sei se alguém já esteve no barracão de Zé Olhinho, da brincadeira, não sei, porque se discursa muito desta tribuna, em alguns momentos, mas sem os argumentos necessários. Eu não sei se alguém que fala de Zé Olhinho aqui sabe onde fica o Boi da Santa Fé, no bairro de Fátima, porque, para falar de Zé Olhinho, para falar do Boi de Santa Fé, você não pode só usar a tribuna, você tem que ir lá dentro da brincadeira para saber o que é a brincadeira, quem são as pessoas que fazem essa brincadeira e que fazem essa cultura. Zé Olhinho, o Boi de Santa Fé, no ano passado, teve 44 apresentações, totalizando R$ 308 mil pagos, do ano passado para cá, para Zé Olhinho. O Boi de Santa Fé teve ainda, Deputado Zé Inácio, uma lei de incentivo de R$ 100 mil. Então, o governo Brandão, com o Boi de Santa Fé, aportou R$ 408 mil. As nossas brincadeiras, se houve algum problema de atraso em relação a isso, não existe calote. Existem questões documentais que já foram colocadas de forma muito clara aqui, porque ninguém aqui que já foi gestor público vai pagar qualquer valor se não tiver as condições jurídicas e técnicas de qualquer secretário.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO – Deputado Roberto.

O SENHOR DEPUTADO ROBERTO COSTA – Pois não, Deputado Othelino.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO – Posso já?

O SENHOR DEPUTADO ROBERTO COSTA – Claro.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO (aparte) – Se Vossa Excelência, de fato, é um militante da cultura, aliás, Vossa Excelência é exportado da Madre Deus, dividido com Bacabal e…

O SENHOR DEPUTADO ROBERTO COSTA – Para o mundo. Da Madre Deus para o mundo.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO (aparte) – E, se Deus quiser, será um grande prefeito lá, tal qual nosso Prefeito Edvan que faz um belo trabalho. Mas Vossa Excelência tenta amenizar a situação do Governo, o Zé Olhinho, até peço que, numa hora dessas, Vossa Excelência me leve à sede.

O SENHOR DEPUTADO ROBERTO COSTA – Levarei.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO (aparte) – O Zé Olhinho fez a queixa, uma queixa bem-humorada. Inclusive, eu o encontrei, há poucos dias, eu já conheci o Zé Olhinho de assistir, aliás, o Boi de Santa Fé é o preferido da Ana Paula, então a gente sempre assiste. E eu lá não tinha cumprimentado ainda o Zé Olhinho, e a ex-Governadora Roseana, que estava na mesma festa que eu estava, me levou até ele para apresentar. Ele, em nenhum momento, foi duro demais com relação ao governador, ele só disse das frustrações que ele tem. E, aliás, ele até disse mais. Ele disse para mim, que eu fui opositor ao governo Roseana: “Saudade do governo dela”. Ele falou na minha frente e na frente da ex-Governadora Roseana, hoje deputada federal. Mas eu entendo a tentativa de Vossa Excelência de defender, mas, infelizmente, não há como defender, porque o calote é uma regra, e eu tenho convicção de que Vossa Excelência, em Bacabal, eu estou já finalizando o aparte, Deputado Roberto, vai pagar os compromissos da prefeitura em dia, respeitando a legislação, desde que os fornecedores tenham prestado serviço e tenham comprovado. Acho que o que Vossa Excelência tenta defender com equilíbrio de sempre,  infelizmente, não dá para defender. Só mais 10 segundos  para dizer que, de fato, nós estivemos em posições distintas no governo Roseana. Vossa Excelência na base dela e eu na oposição, depois Vossa Excelência começou como oposição ao governo Flávio Dino, mas em diversos momentos Vossa Excelência foi acionado para que nós pudéssemos resolver assuntos importantes do Maranhão. E a  democracia é assim. Olha, só hoje nós estamos de novo eu na oposição e Vossa Excelência defendendo o Governo que acredita e que, infelizmente, eu acreditei na eleição, mas não tive as condições de continuar calado perante o que hoje acontece. Muito obrigado.

O SENHOR DEPUTADO ROBERTO COSTA – Deputado Othelino, quando eu falo aqui, eu falo com números. Eu não falo apenas com palavras. Todas as brincadeiras, inclusive, da nossa cultura, todas as brincadeiras da nossa cultura… Só vou dar uma ideia aqui para fazer um comparativo com São Luís. Você sabe quantas apresentações a Prefeitura de São Luís oferece paras as brincadeiras culturais nossas aqui? Alguém sabe? Alguém sabe aqui? Deputado Wellington,  tem conhecimento não? Sete apresentações, no ano passado foi assim, de cinco mil reais;  dá 35.000 mil reais. O Governo do Maranhão do Governador Brandão, a média de apresentações, foram mais de 40 apresentações para essas brincadeiras. Brincadeiras que receberam. O Governo não está  devendo, 546 mil reais Boi de Axixá, Boi da Maioba, que é um ícone da nossa cultura, 455 mil pagos pelo Governador Brandão. E quando fala de Zé Olhinho, Deputado Othelino que fez uma toada, se V. Excelência for em busca de qualquer compositor do Maranhão e pagá-lo por uma toada, ele faz. O problema é que as pessoas, às vezes, jogam a pedra e escondem a mão, não têm a coragem de assumir aqui nesta tribuna, inclusive, que são os autores que criaram esta música do Zé Olhinho. Usaram o Zé Olhinho e não tiveram a coragem de assumir. Não foi o sentimento do Zé Olhinho, porque se perguntar para o Zé Olhinho, ele vai dizer, principalmente porque é uma figura séria da nossa cultura. Então o que eu acho, volto a lhe dizer, é que nós precisamos aqui, Deputado Othelino, fazer jus à nossa história. Eu acho que o papel da oposição nesta Casa vai sempre ter importância, mas acho que até o Deputado Othelino, como ex-presidente desta Casa, como líder que já foi desta Casa, não pode subir para atacar o Governo sem ter argumentos fortes, até por um detalhe, o senhor já fez parte deste Governo, foi membro deste Governo. Por um momento teve afastado do próprio governador Flávio Dino; na eleição, veio para o Governo. O que não dá mais aqui é que a gente escute ataques ao Governo, ataques ao Governador sem ter os argumentos concretos. “Ah, o governo deve na cultura”, eu estou comprovando que o governo não deve aqui na cultura e que as brincadeiras culturais todas receberam todos os recursos. “Ah, que o São João do Maranhão vai ser lançado com banda de fora”, mentira. O São João do Maranhão – e aí eu faço até um convite para o senhor participar do lançamento, para ver a programação cultural do São João do Maranhão do Governador Brandão, para ver exatamente a presença maciça das brincadeiras culturais nossas, do Bumba Meu Boi nosso, do Cacuriá, do Tambor de Crioula, das danças portuguesas que fazem parte da nossa cultura. O que nós não podemos aqui é estar continuando usando de factoides, factoides. Porque, Deputado Othelino, o senhor já foi situação, hoje o senhor é oposição. Quem sabe se o senhor não volta novamente a ser situação? Entendeu? Vossa Excelência acha que é bom, mas tudo pode acontecer. Deixa eu dizer, tudo pode acontecer, a história mostra isso, a história do Deputado Othelino mostra isso. Como eu disse, Deputado Othelino, eu o conheci na oposição, veio, ganhou, nós, do governo de Roseana, virou situação, depois virou oposição ao próprio Governo Flávio. Mas depois virou, na reta final, não, politicamente falando, virou, porque o candidato do Governador era o Brandão. Era o Brandão e o senhor estava em outro projeto, que faz parte, é natural. Mas veio depois e compôs a chapa do Governador Brandão. Depois foi secretário de uma importante secretaria da representação de Brasília. O que é importante se falar: os ataques que podem ser feitos como oposição precisam ser feitos, concordo! Agora, com consistência, documentalmente, para que não se caia, o que eu quero dizer, na falta de credibilidade, porque, se subir aqui toda vez e só falar sem comprovar, perde a credibilidade. E acho que, nos momentos importantes dessa Casa, a oposição sempre teve um papel preponderante, mas tendo credibilidade, e credibilidade se faz com argumentos, não pode ser só da boca para fora. E isso serve, eu digo para qualquer um que queira ser oposição, e é um direito de ser. Mas não se pode perder a credibilidade, porque, no caminho que se está indo, não vai se ter mais condições de responder absolutamente nada, porque não têm consistência as colocações, isso é um fato. Eu não vou mais me permitir, por exemplo, falei do Zé Olhinho, falei com conhecimento de causa; então, sobre cultura do Maranhão, eu não respondo mais absolutamente nada aqui, sobre o Governo. Porque eu tenho conhecimento de que o Governo está fazendo, de que o Governo está pagando. Dizer “o Governo deve! Ah, deve o Zé Olhinho”, Zé Olhinho recebeu quase R$ 500 mil do Governo do ano passado para cá! Não se deve! Então, o que nós pedimos, é que o debate aqui, não existe debate do Governo que passou e do Governo que está, isso não existe! Quando se usa isso, é falta de argumento para se atacar o atual Governo, pronto, e isso não é argumento. Quando se usa a questão de uma lei que foi feita para se renegociar as dívidas, o Governo Federal, Lula, então é caloteiro, porque ele abriu o maior programa, o maior programa de renegociação da dívida na história desse país foi do presidente Lula. Eu sei, presidente, será que o Deputado Othelino está criticando Lula por fazer uma renegociação de dívida, inclusive para a população. Volto a dizer, se não tiver argumentos fortes, tecnicamente, politicamente, falando, perde a credibilidade. E acho que ficará sem resposta porque ficarão ataques vazios que ninguém dará mais importâncias a isso. E sei que a história política mostra o que é contra hoje pode estar amanhã no mesmo palanque. A história foi mostrada dessa forma. Deputado Othelino é prova disso. Então, o que eu acho que a gente tem que ter é equilíbrio e tem que ter uma coisa chamada responsabilidade. Acho que qualquer colega nosso que quando faz qualquer tipo de levantamento e defesa aqui não quer, de forma nenhuma, atingir outros governos, de forma nenhuma, porque acredito que todos têm o mesmo respeito, inclusive pelo Ministro Flávio. Acredito, tenho certeza disso. Até aqueles que atacavam têm respeito pelo Flávio. Esse escudo não pode ser usado, dentro desse Plenário, contra nenhum de nós aqui. Volto a dizer, Oposição tem que ter responsabilidade, para se construir a credibilidade e para merecer a defesa dos membros desta Casa que fazem parte do Governo. Obrigado, presidente.