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Expediente Final Rodrigo Lago
21 de agosto de 2025
Transcrição
O SENHOR DEPUTADO RODRIGO LAGO (sem revisão do orador) – Senhores Deputados, Senhoras Deputadas, imprensa, povo do Maranhão, o tema até foi trazido agora pelo deputado Othelino, com manifestação crítica, chamamos assim, do Deputado Neto Evangelista, líder do Governo nesta Casa, sobre a viagem de Paris, e o Deputado Neto trouxe alguns elementos que eu acho que exigem uma manifestação nossa, como eu disse, para que todos compreendam exatamente, o que é a tal farra de Paris, o governador se açodou, correu à imprensa, nem correu, foi soltar uma nota. O Governador se prestou a soltar uma nota pública para criticar parlamentares pelo exercício de um direito elementar da cidadania que é provocar o Poder Judiciário, quando o cidadão entender que há danos ao erário. Mas é óbvio que o Governador Carlos Brandão não admite isso. Seu método coronelista que ele trouxe ao Palácio dos Leões vindo de Colinas não permite que haja alguém a contestar qualquer ato seu. Para ele a crítica por si só já é um desaforo. E isso está a revelar, Deputado Neto Evangelista, que o Governador não aceita diálogo, só confirma o que eu sempre disse. Se ele ouvisse, se ele dialogasse, talvez tivesse outras posições. Ele contesta o custo da viagem, diz que o custo nem chegou a isso, está tudo no portal da transparência. O Governador está mentindo novamente. Porque, no Portal da Transparência, quando a população acessa, só vai encontrar as diárias dos servidores e as diárias dos servidores é só um item do custo que garantiu a farra de Paris. Porque para o Governador chegar em Paris no dia 30 de maio, passar o final de semana na França passeando, comemorar o seu aniversário com seus amigos mais próximos do governo, para, finalmente, no dia 3, quatro dias depois, começar a agenda de trabalho que ele diz que era essencial, que há dúvida sobre isso, ele não foi nadando pelo oceano, eu tenho convicção disso. Ele foi voando. Voou primeiro de São Luís para Brasília, pousou em Brasília, pernoitou em Brasília e no dia seguinte viajou para Guarulhos, onde, finalmente, pegou o voo para Paris. Na volta foi a mesma coisa. E eu escutei uma crítica que fizeram a mim, um amigo comum ao Governador Carlos Brandão, eu ainda tenho amigos comuns a ele. E o amigo fica aqui, acolá, eu acho que conversa com o amigo de lá e daqui a pouco conversa comigo, ele disse: “Mas, deputado, você foi muito injusto com o Governador Carlos Brandão”. Porque o voo dele para Brasília não devia ser computado nesta conta. Porque o governador faz esse voo quase todas as semanas porque ele não reside na capital do Maranhão, ele não reside em São Luís. A residência oficial do governador é no Palácio dos Leões, mas a residência do senhor Carlos Brandão é em Brasília. Eu confesso que tenho dificuldade de acreditar que isso é verdade, porque nossa Constituição do Estado do Maranhão diz no artigo 62, o governador residirá na capital do Estado. É do Estado do Maranhão, ele governa o Maranhão. Como pode o governador estar governando o nosso estado morando em Brasília? Eu contestei, digo, eu incluí esse custo porque para mim não é normal que um governador toda semana se desloque para Brasília num voo fretado do estado porque ele reside na capital federal, reside em Brasília. Então eu acho que primeiro eu acertei ao incluir esse custo na farra de Paris. Está tudo devidamente explicado na petição inicial. Tem muitos curiosos. Ficam contestando. Deputado inventou gasto. Não, está lá até nos centavos. Está os centavos, tem planilha. A planilha indica o nome do servidor. Como eu disse, eu estou evitando divulgar essa planilha, porque eu acho que tem servidores aqui que nem queriam estar lá. Ou ao chegarem em Paris, descobriram que a agenda oficial era só no dia 3, devem ter ficado constrangidos, como é que o povo do Maranhão, que precisa de tanta coisa do Governo do Estado, está bancando a minha estadia aqui em Paris, nesse luxo todo. Isso é incompatível com a nossa realidade, traduzindo no Maranhão Livre da Fome, só essa viagem custou a inclusão atrasada, Deputada Helena Duailibe, de cinco mil famílias no programa Maranhão Livre da Fome. E é por isso que o governador pendurou os cartões do Maranhão Livre da Fome no pescoço do sobrinho. O povo só pode matar a fome se o sobrinho do governador puder ir entregar o cartão, pessoalmente. E o programa que a Lei tá em vigor desde março, tem gente que ainda não foi inserida agora em agosto, abril, maio, junho, julho, agosto. Tem pessoas que já estão há cinco meses aguardando o cartão do Maranhão Livre da Fome e quando receberem, vão receber só dali a diante. O que eu acho injusto, inclusive, é objeto de um Projeto de Lei de minha autoria aqui nesta Casa, cuja urgência foi recusada. Quando era para aprovar o aumento do imposto, era urgente. E eu me posicionando contra, eu estava contra o programa Maranhão Livre da Fome. Quando eu apresento um Projeto para pagar todos os beneficiários do programa desde o primeiro dia, aí a base do governo vota contra, porque o Palácio dos Leões não deixa. Aquelas pessoas que estão ali aguardando, como disse a Deputada Helena, foi uma construção de um programa belíssimo. Mas só é perfeito se casar com a pré-candidatura do sobrinho do governador, a Palácio dos Leões, quem tiver com fome que aguarde. Aguarde o sobrinho do governador chegar na sua cidade com o cartão, e o dinheiro que deveria estar indo para este programa está bancando a farra de Paris. O dinheiro que deveria estar indo para o Maranhão Livre da Fome está bancando mansão em Imperatriz reformada, plenamente reformada. Felizardo do proprietário da mansão de Imperatriz, que vai ganhar uma mansão nova, de luxo, porque o governador obviamente não pode pisar no mesmo chão que o maranhense pisa. O dinheiro que deveria estar indo para este programa está financiando o voo em helicóptero de luxo, helicóptero de R$ 40 milhões de reais por dois anos e meio. É apenas alugado. Eu vi algumas pessoas na imprensa, talvez por desinformação, dizer que foi para a compra de um helicóptero, porque acho que, quando o sujeito olha o valor do contrato, R$ 40 milhões de reais, não acredita que R$ 40 milhões de reais é apenas para alugar o helicóptero. E eu trouxe para a tribuna da Casa, dava para comprar quatro helicópteros idênticos, Deputado Júlio Mendonça, com esse valor, da mesma marca, do mesmo tipo. E digo mais, cinco anos mais novo. A gente sabe que helicópteros zero, poucos têm capacidade de comprar. Geralmente, o helicóptero circula muitos e muitos anos e é vendido por helicóptero usado. Inclusive, o Deputado Fernando destacou que outro dia o governador disse: “Vou botar um helicóptero novinho no CTA.” O helicóptero tinha 10 anos. Mas é essa a crítica que eu faço. Crítica que, infelizmente, às vezes não reverbera para a sociedade, porque, como eu disse, tem um gabinete do ódio montado pelos coronéis do Maranhão, pelos novos coronéis do Maranhão, que disparam todos os dias os releases, distorcendo tudo o que dizemos aqui da tribuna e evitando que esses fatos cheguem ao conhecimento do povo. Mas o povo está acordando, o povo está vendo o que o Governador Carlos Brandão está fazendo com o Maranhão. O povo está sentindo na pele o tributo alto sem que haja o retorno em políticas públicas corretas. Um governador que passou 3 anos e 3 meses para descobrir qual era merenda escolar que o seu governo, o Governo Carlos Brandão servia para as crianças, Deputado Fernando. O governador não mora no Maranhão, assim me disseram, vamos apurar. O governador reside em Brasília. É impossível, meu querido líder do governo, que ele descobrisse qual era a merenda escolar, porque ele vem aqui, cumpre as agendas políticas, faz a pré-campanha do sobrinho e aí volta para casa, volta para Brasília. É impossível alguém governar o Maranhão de Brasília, mas a resposta talvez esteja no que disse o Deputado Othelino Neto, ele delegou o governo para o irmão e para a cunhada, e aí por isso mesmo que nós estamos nessa situação. Infelizmente, o Maranhão parou e, quando eu fui para a campanha pedir voto para o Governador Carlos Brandão na época, eu queria que o Maranhão não parasse, mas não só parou como retrocedeu, infelizmente. Muito obrigado, Presidente.