Transcrição

O SENHOR DEPUTADO RODRIGO LAGO (sem revisão do orador) – Senhores Deputados, Senhoras Deputadas, imprensa, povo do Maranhão. Confesso que nem estava animado, Deputado Antônio Pereira, a vir à Tribuna tratar da verdadeira traição do Governador Carlos Brandão com o povo do Maranhão. Mas ouvindo aqui vários discursos, inclusive um de V. Exa., Deputado Antônio Pereira, o aparte de V.Exa., o aparte da Deputada Ana do Gás, que acabou de sair do Plenário, eu acho que era necessário vir à tribuna da Casa para dizer algumas verdades. Se fala aqui de acordos políticos e para mim isso nunca me animou, porque acho que nós exercemos um mandato público, mas nós não somos parte de uma tal classe política ou não deveríamos ser, porque entendo que este Parlamento é composto por representantes da sociedade. E no momento em que nós enquanto exercentes deste mandato público concedido pelo povo do Maranhão, entendemos que fazemos parte de uma classe política, nós estamos nos excluindo do povo, como se aqui houvesse distinções entre o povo e os seus representantes. E no momento em que nós nos afastamos do povo, nós nos afastamos dos verdadeiros compromissos que assumimos quando tomamos posse de um mandato de deputado estadual, que é exatamente de respeitar e cumprir a Constituição e as leis do país. E para que serve o Estado? Serve para atender o povo. Eu vi aqui, ainda há pouco, o discurso do Deputado Florêncio dizer que esse clima é ruim para o povo. De fato, é, mas o que é pior para o povo não é o clima entre os chamados políticos, mas sim o descompromisso do Governo Carlos Brandão com o povo do Maranhão. E eu posso aqui citar qualquer área. A educação do Maranhão está abandonada, grita por socorro, escolas caindo, desabando na cabeça dos alunos, professores sem receber remuneração, recurso extra do Fundef sendo desviado para pagar a empreiteira da família do Governador Carlos Brandão. Eu faço novamente o desafio. O Maranhão inteiro sabe que a Vigas pertence ao Marcus Brandão. Colinas inteira sabe disso, a Secretaria de Infraestrutura do Maranhão, todos os servidores sabem disso. Agora, colocaram três servidores, dois do protocolo e um da informática, são réus no processo penal, apenas para salvar a pele do irmão do Governador Carlos Brandão. É um absurdo o que está acontecendo no Maranhão. A segurança pública abandonada. Todos os dias agora a gente assiste assalto, morte, facções tomando conta de cidades no Maranhão, cidades que até outro dia eram pacatas, que não se tinha registro de homicídios. Hoje, a cidade é dominada por uma facção, a cidade vizinha é de outra, e volta e meia tem conflitos, bairros da nossa capital infelizmente já tomados por facções. E a segurança pública do governo não reage, porque a prioridade não é a segurança, a prioridade não é a educação, a prioridade não é a saúde, a prioridade não é a infraestrutura, a prioridade é eleger o sobrinho do Governador Carlos Brandão para o governo, para manter os negócios familiares do Governo do Estado com o grupo Brandão. Estou dizendo alguma mentira? Ninguém mais se espanta quando se diz isso. É fato público e notório. Tomaram de assalto o cofre público do Maranhão, hoje só serve para sustentar o luxo da família do Governador Carlos Brandão. A agricultura familiar, Deputado Júlio Mendonça, abandonada. O lindo Programa Procaf, que foi iniciado lá com o Deputado Adelmo, quando ainda era Secretário de Agricultura Familiar, depois continuado por V. Exa., Deputado Júlio Mendonça, e depois também por mim, como Secretário de Agricultura Familiar, infelizmente foi inviabilizado. Eu acho que, nesses três anos e meio do Governo Carlos Brandão, teve dois editais talvez do Procaf. Era regra ter um edital por ano, nos dois últimos anos foram lançados dois editais do Procaf, e acabou o programa de compra da agricultura familiar. O único programa que funciona é o “mais imposto”. O governador bate no peito e se orgulha, o Maranhão agora é o segundo Estado em solidez fiscal. Vamos traduzir, o Estado do Maranhão é o Estado que mais cobra imposto no Brasil, é o primeiro, é o líder no ranking. Os leões do Palácio, um é para meter a mão no bolso do contribuinte, e o outro infelizmente é para assustar o povo do Maranhão, é para chantagear políticos, é para ameaçar, inclusive aliados, como o ato de covardia feito agora pelo seu Marcus Brandão com o Secretário Rubens Pereira. “Ah, mas o governo não está nisso.” Ora, e quem é o Marcus Brandão, Deputado Leandro Bello? É quem manda no governo. Ou eu estou mentindo? Pegue os discursos dos aliados, a Deputada Mical disse outro dia aqui que quem libera recursos financeiros na cultura é a Senhora Audreia Noleto. Estou mentindo? A imprensa está aqui. O Presidente da Câmara de Vereadores de São Luís, vereador Paulo Vitor, outro dia, disse que recebeu ou foi recebido em audiência pelo Sr. Marcus Brandão e pela Sra. Audreia Noleto para decidir como será a eleição da Câmara de São Luís. Ele é empresário ou ele é secretário de Estado? Porque o Ministro Alexandre de Moraes mandou ele ser exonerado do governo, mas ele é quem decide. Manifestações de vereadores em várias câmaras municipais do Maranhão reconhecendo Marcus Brandão como secretário do governo. Ele é quem manda. Ou é ele ou a mulher dele, ou a esposa dele, a Sra. Audreia Noleto. Enquanto isso, todas as políticas públicas abandonadas. Na sua querida Timon, Deputado Leandro, agora na MA-040, três pontes foram retirados da estrada. A obra não tem planejamento algum. Eu vi uma cena lamentável, Deputado Antônio Pereira, pessoas subindo em uma escada para continuar a sua caminhada na estrada, pessoas subindo de escada, Deputado Leandro Bello, não sei se Vossa Excelência já viu essas imagens, mas são lamentáveis. Escolas de onde os alunos são retirados de sala de aula. Tem escola assim em Imperatriz, tem escola assim em Açailândia, teve escola na minha querida São Domingos do Maranhão. Os alunos foram retirados de sala de aula por uma reforma, que deveria ter durado três, quatro, cinco meses no máximo, e dura três anos. Alunos são retirados de sala de aula e não voltam. Mas recurso financeiro tem. E muito. Lembrando que o Maranhão é o segundo Estado com maior solidez fiscal, é o primeiro estado na arrecadação e é o que mais cobra imposto do contribuinte, é o maior ICMS do Brasil isolado. O Brandão é líder isolado em cobrar imposto. Tem muito dinheiro, mas para onde é que está indo esse dinheiro? Está indo para a farra de parente, está indo para a farra das caminhonetes. Fez uma medida provisória em que era urgente entregar caminhonete para as Câmaras de Vereadores, mas não é urgente salvar os alunos que estão fora de sala de aula, não é urgente pagar salário de professor, não é urgente terminar as obras que o governo começa e não termina, asfalto sonrisal, como da Estrada do Afoga, que eu mesmo vi, como eu recebi imagens agora da Estrada do Santana, que vai para São João Batista, Deputado Júlio Mendonça, e que está derretendo, porque não tem base, não é uma obra bem feita, porque o único interesse do governo Carlos Brandão é desviar recurso público para financiar o grupo Brandão. A estrada que presta, que está sendo feita no Maranhão, é a estrada que liga a fazenda do governador, lá em Mirador, de Mirador a São Domingos do Azeitão, a chamada Transbrandão. Lá é uma obra de qualidade. Eu queria convidar o Deputado Júlio a ir lá para pedir ao governo que faça uma estrada igual àquela lá na nossa querida Baixada, porque nenhuma das estradas que o governo faz na Baixada presta, parece que é preconceito do governador com o povo querido da Baixada Maranhense. A MA-014 abandonada, completamente abandonada. O trecho que está bom, Deputado Júlio, é o trecho que foi feito pelo Dnit, mas a parte que o Estado deveria fazer não faz. Traição, Deputado Antônio Pereira, com o povo do Maranhão, é aquele governante que é eleito pelo povo, chegou ao Palácio e foi ouvir os fantasmas do Palácio dizendo que ele era o cara que podia tudo na vida. O poder subiu à cabeça do Sr. Carlos Brandão, e ele terceirizou, veja só, o Governo do Estado ao irmão e à sua cunhada. Esta é a maior traição que o Governo Carlos Brandão entregou ao povo do Maranhão, lamentavelmente. Muito obrigado.