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Grande Expediente Othelino Neto

14 de novembro de 2024

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Transcrição

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO (sem revisão do orador) – Senhora Presidente, Senhores Deputados, Senhoras Deputadas, hoje venho ao Grande Expediente, tentarei nem ocupar o tempo todo, para fazer algumas observações e inicialmente agradecer aos 42 deputados pelo momento de ontem, que foi um momento muito rico para a Assembleia Legislativa. Agradeço aos 20 colegas que votaram em mim, eu sou o vigésimo primeiro e agradeço também aos outros vinte um que não votaram, porque, ontem, aqui, nós demos uma demonstração de maturidade política, e qual é uma das grandes lições que ficam, que deve ficar, é que aquela fala do governador Carlos Brandão, que ele gostava de dizer que tinha o apoio incondicional dos quarenta e dois deputados, ela caiu definitivamente por terra, depois de um tempo ele disse que ele tinha só quarenta e porque, obviamente, ele me excluiu dessa lista. Ontem, vinte um deputados, e aqui a imensa maioria da base do governo disse: epa, para com isso, essa relação não está boa, foi um recado silencioso para que o Poder Executivo reconheça este poder como poder constituído, e que aqui tem quarenta e dois parlamentares, que foram escolhidos pelo povo do Maranhão. O que ficou daqui ontem é que o governador, Senhoras e Senhores, o governador do Estado caiu por terra aquela história de que ele é o grande agregador, agora, se vê um governador frágil, um governador que recebeu a resposta silenciosa, desses deputados. Quero concordar com um trecho da fala do deputado Yglésio, os vinte um votos que a presidente Iracema teve, são méritos dela. O relacionamento dela com os colegas, que legitimamente decidiram votar nela. Então, está muito claro para o Maranhão que essa relação entre o Executivo e os deputados é uma relação artificial, é uma relação de uma via só, é uma relação onde o Poder Executivo pensa que ele manda nos deputados e quando não sai a coisa do jeito que eles querem, eles querem aplicar a punição. Eu acordei hoje, escutando história de que um familiar, um parente próximo do governador disse: não tem jeito, agora, a gente vai descobrir quem são traidores, traidores de quê? Aqui cada deputado tem direito de votar em quem quiser. Se tivesse humildade, sabe o que iam fazer, deputado Yglésio? Iam fazer uma autocrítica, iam perceber onde estão errando, iam perceber se nós tivemos essa resposta é porque nós não estamos tratando bem os deputados que estão aprovando tudo que o governo manda para esta Casa. Mas é um governo arrogante. E aí eu faço um parêntese para registrar a condução do deputado Arnaldo, eu disse isso, ontem, enfatizo ontem, o equilíbrio o cuidado. Muito embora eu registre também o constrangimento de não ter podido ter acesso ao Presidente da Sessão, ontem, quando foi interrompida a Sessão, por quase 2 horas e não pelos 15 minutos regimentais. Mas eu não vou ocupar muito hoje com esta fala, hoje é mais uma reflexão, para que nós possamos entender que nós, ontem, nós demos um recado para o Maranhão. Ontem, eu recebi centenas de mensagens e os senhores receberam também. E alguns diziam: “Othelino, parabéns pela vitória!”. Eu, quando vi a mensagem, pensei: “o que eu vou responder?” Aí fiquei refletindo, deputado Júlio – que também foi vitorioso ontem, embora não tenha sido eleito –, eu me sinto absolutamente vitorioso, porque eu fui homenageado com o voto de 20 colegas. Olha que honra! Olha que honra é isso, para um deputado que, até outro dia, diziam: “fala sozinho”, e veículos de comunicação diziam: “vai ter o voto dele e do deputado Fernando Braide”, a quem agradeço pelo voto. E só vou nominar o deputado Fernando Braide, porque foi o único que publicizou o voto, senão não o faria, em respeito à regra. Então, deputada Ana, eu não direi, porque o voto é secreto, V. Exa. sabe disso. E V. Exa. pode se dar ao trabalho de pesquisar e entregar a lista para a presidente Iracema, se esse for o seu papel.

A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE – Não tenho interesse, deputado.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO – Sei disso, presidente, sei disso. Então, avanço nesta fala para dizer que ontem foi um dia muito rico. De ontem, ficam muitas lições. E quero registrar que a movimentação dos colegas, dos assessores, ela é absolutamente legítima. A deputada Iracema ontem, candidata à reeleição, reuniu os dela, é normal. Eu conversar com os colegas com quem conversei, nós tratarmos as estratégias, tentarmos buscar mais um voto, mas o que não me pareceu razoável foi ver o senhor Marcos Brandão, irmão do governador, entrando neste plenário, indo para reunião, constrangendo deputados. Sabe por quê? Ele não foi eleito deputado estadual. Isso não está certo. Ninguém pode chegar para um deputado estadual, pegar pelo braço, apontar um dedo e dizer: “tu estás traindo”, porque aqui ninguém trai quando vota. Todo o mundo tem o direito de votar em quem quiser, e o senhor Marcos Brandão, que eu trato com o respeito que trato qualquer cidadão, mas dele não tenho nenhum medo, como não tenho de ninguém. Vir aqui para dentro, assim como outros secretários de estado, para tentar constranger deputados, isso não é certo. Mas a minha fala hoje não é uma fala de indignação, é uma fala de alegria, é uma fala de quem tem a consciência da importância do que ocorreu ontem. Não foram 2 votos, deputado Fernando, que nós até brincamos ontem, logo no início da apuração. Eu tive 1 voto e depois apareceu o segundo. Eu estava sentado lá na minha bancada, o deputado Fernando estava sentado aqui, e eu disse: “Pronto, deputado Fernando, acabou, já foram os dois”. E faço essa brincadeira para dizer que estou muito grato, fico muito orgulhoso. Continuarei fazendo meu trabalho de oposição, uma oposição respeitosa e uma oposição com a coragem que todo parlamentar deve ter, porque o que se sabe hoje é que o governo do Maranhão, ele não está bem com o povo, ele não está bem com a política e ele não está bem com mais ninguém que não seja com o núcleo familiar e mais uns poucos que estão ali ajudando a destruir o legado que Flávio Dino deixou como governador do Maranhão. No mais, agradeço a atenção dos colegas deputados.