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Pequeno Expediente Carlos Lula

10 de julho de 2024

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Transcrição

O SENHOR DEPUTADO CARLOS LULA (sem revisão do orador) – Exmo. Sr. Presidente, Senhores Deputados, Senhoras Deputadas, meu amigo Deputado Adelmo, Deputado Vinícius, sejam bem-vindos a esta Casa, mais uma vez, Deputado Vinícius Louro. Eu subo esta tribuna, Sr. Presidente, para fazer uma fala breve, mas necessária, acerca de uma fala desnecessária que aconteceu na sessão de ontem, uma fala agressiva e que não faz sentido a este parlamento, Deputado Miltinho. O Deputado Dr. Yglésio tem uma conduta que até me é estranha. Ele gosta de trazer alguns debates quando os parlamentares não estão mais no plenário ou, quando se inicia um debate para o qual ele eventualmente trouxe algum argumento, ele sai. Parece que não gosta de debater frente a frente com as pessoas. E, no dia de ontem, o Deputado Dr. Yglésio teria chamado para o ringue o Deputado Rodrigo Lago e eu. Então, vamos lá. Sem querer parecer ser arrogante, mas, antes de ser deputado, meu amigo Miltinho, eu também sou professor, inclusive professor de Direito Constitucional. Então, quero dizer, assim, para o Dr. Yglésio, quais são as funções de um deputado, quais são as funções do parlamentar. Um parlamentar propõe lei, meu Presidente Arnaldo Melo, um deputado fiscaliza, fiscaliza o Poder Executivo, faz essa parte de pesos e contrapesos, de freios, perdão, e contrapesos, fiscaliza e a tripartição dos Poderes se faz exatamente nisso, porque são três Poderes que, na verdade, são um só. Um exerce o controle sobre o outro, ao mesmo tempo que o controle do outro é exercido sobre um. Esse é o sentido da gente ter esse modelo de formação, de formatação do Poder Legislativo que existe na Constituição. Isso é simples, eu sei que o Deputado Dr. Yglésio sabe, até porque, recentemente, ele se formou em Direito. E, mais do que isso, ele já tem tempo de casa, não é função do Parlamento, não é função do Parlamento, ficar estabelecendo o ringue de luta entre parlamentar, muito menos fazer ringue de telecatch, Deputado Davi é mais novo, ele não conhece, mas existia uma luta que passava, aos sábados, na Manchete, de telecatch, era luta de faz de conta. Essa luta foi remasterizada, aqui no Maranhão, existe inclusive, o soco no ar, deputado dá o soco, a um metro de distância, e o outro cai e rebola lá para o outro lado. Isso não é função do Parlamento, desculpa, não é função do Parlamento. Deputado Yglésio falava de inveja, eu não tenho inveja, deputado, eu tenho vergonha; vergonha da sua postura, enquanto parlamentar, vergonha do custo, que é essa Casa. Era para gente estar debatendo aqui projeto, proposição, como encontrar caminhos para os problemas históricos que o Maranhão enfrenta na saúde, na educação, na pobreza. E aí vem aqui para o púlpito da Casa ficar com esse tipo de conversinha. Essa Casa custa mais de R$ 1 milhão, por mês, para o contribuinte maranhense. É para gente trabalhar e trabalhar muito. Não é para estar fazendo marcando briguinha de faz de conta. Então, quero dizer, Deputado Yglésio, que eu só tenho a lamentar; lamentar a postura de Vossa Excelência, lamentar que achar que debates políticos que a gente, eventualmente, possa fazer se resolvam no ringue, porque não se resolve. Eu faço convite também, convite que a gente possa debater o Maranhão, que a gente possa mostrar trabalho para sociedade e que a gente possa, juntos, com nossas contradições, com nossas divergências, que são naturais, que são naturais, e até necessárias, eu diria, que a gente possa construir resultados de políticas públicas que, efetivamente, mudem a vida da população. Mas isso não se faz num ringue de luta livre, ainda mais uma luta de faz de conta. Eram essas palavras, Senhor Presidente.