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Pequeno Expediente Dr. Yglésio
08 de agosto de 2024
Transcrição
O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) – Bom dia a todos, Senhoras e Senhores, nesse momento, está acontecendo a tentativa de votação na Câmara de São Luís, sobre o caso do Vereador Domingos Paz. Estranhamente, num momento tão importante para a Casa, até alguns instantes só havia 19 pessoas, dentro do plenário, com o registro de votação. Cabe lembrar que é necessária para que a votação, a cassação seja confirmada, 21 votos registrados em painel. Portanto, se abrir, foi encerrado? É acaba, a minha assessoria acabou de informar que não fizeram a votação, por ausência de quórum, ou seja, ao que parece a questão da votação está sendo empurrada. E o sentimento de corporativismo parece que tomou conta da Casa e vai deixar vítimas, mais uma vez, com o sentimento de injustiçamento. Em defesa de quê? De que um político deve ser intocável, e nenhum de nós aqui tem o direito de ser intocável, principalmente quando estamos cometendo crimes contra pessoas que chegam a violar suas intimidades, suas vidas, seus corpos, suas dignidades. Mas, enquanto aqui estiver, vou subir à tribuna sempre para tratar dessas questões, mas a sinalização que a Câmara, hoje, no primeiro dia da tentativa de votação, Presidente Paulo Vítor, é péssima para a sociedade. E apesar do respeito que tenho a todos os vereadores e a autonomia do Parlamento ludovicense, nós não podemos deixar de nos manifestar, porque isso é um assunto que diz respeito a todos os brasileiros. Não apenas aos maranhenses e não apenas às pessoas que vivem aqui em São Luís e que são representados pelos atuais vereadores. Não poderia deixar de fazer uma transcrição, na íntegra aqui, felizmente, os aplicativos hoje ajudam bastante. Ontem, o Prefeito Eduardo Braide fez o óbvio rompimento do silêncio, dias depois, e, claro, assim como eu transcrevi aqui, ele fez uma montagem com um celular, colocando aquele aplicativo do BIGVU, que aparece a leitura e que leu do prompter. E aqui eu vou fazer a leitura da do mesmo jeito e com a mesma entonação do prefeito. “Algumas pessoas me perguntam por que ainda não falei nada sobre o assunto do carro até agora. Primeira coisa, eu falei: enviei nota para todos os veículos de comunicação que me pediram, mas, em algum desses veículos de comunicação, essa nota não foi lida”. Mentira: a Rede Globo entrou em contato, o Jornal Nacional, com que temos divergências, mas o Jornal Nacional sempre manda a busca por posicionamentos. Isso aqui está de acordo com o que eu falei. Ele vai se manifestar dias depois de amarrar os pontos da história. Mas vamos continuar: “Segunda coisa, estou falando aqui há pouco mais de uma semana do fato por uma única razão: o que eu sabia sobre esse caso era o mesmo que todos sabiam…” Mentira. Demitiu o Maquilas no outro dia, assessor dele. Como é que ele está sabendo apenas o da polícia se o Maquilas foi depor e ficou em silêncio com o Guilherme Bucho? Então mentiu de novo. “… O que estava sendo noticiado pela imprensa, mas uma coisa eu tenho conhecimento e lamento e diz respeito a um dos carros que aparecem nas imagens.” Aqui o marqueteiro e cientista político que escreveu isso aqui para ele levar o discurso para o momento do clímax da vitimização e, claro, que afetivamente vai atacar o emocional das pessoas. “Diz respeito a um dos carros que aparecem nas imagens e que envolve o nome da minha mãe, que faleceu há mais de 10 anos após lutar contra um câncer.” Quem profanou aqui a mãe dele? A imprensa? Ninguém falou nada. Eles que deixaram aberto o flanco para um carro que foi utilizado em uma evidente manobra de transporte de altos valores em espécie de origem indeterminada com o carro da mãe. Se tem alguém vilipendiando o legado da Antônia Braide é a família Braide. Qual deles tem que se explicar? Continuando aqui, Presidente, só peço aqui para concluir.
O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO WELLINGTON DO CURSO – Dois minutos, Deputado Yglésio.
O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – “Esse carro, que está em nome da minha mãe, é um veículo de uso do meu irmão Antônio Carlos…” Aqui a gente vê já a que ponto chega a situação. “Com o qual já não falo e nem tenho nenhum tipo de relacionamento há quase três anos.” Vamos colocar aqui que sejam dois anos e 10 meses, ou seja, Antônio Carlos Braide participou ativamente da gestão por maneiras alheias à estrutura de cargos por 10 meses, Deputado Wellington. “Não vou permitir que o nome da minha mãe seja manchado.” Volta para o argumento emocional. Ninguém está manchando o nome da dona Antônia Braide. Até onde eu sei, era uma pessoa excepcional, uma grande mulher, que passou momentos de dificuldades na família e, infelizmente, teve uma doença que é tão devastadora. Mas o nome dela quem está manchando são os filhos, e não a sociedade. Então, não venha, prefeito, tentar, numa manobra emocional, virar o assunto, para se vitimizar, porque essa técnica todo mundo já conhece. É o papinho de sempre. Sobre o meu nome: quem não deve, não teme. Aqui, elementos, obviamente, neurolinguísticos de dupla negação: não, não. O cérebro não absorve, então é: quem deve, teme. A partícula “não” as pessoas não absorvem. Se disser para o menino: “não faz isso”, ele vai lá e faz. Então, aqui, ele se denuncia. Pois sei que nada tenho a ver com esse episódio. Que a polícia aprofunde as investigações; em caso de qualquer irregularidade, puna os culpados, doa a quem doer. Ou seja, ofereceu os braços para não perder o tronco. Ofereceu o irmão. E aí um recorte histórico.
O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO WELLINGTON DO CURSO – Libera o microfone do Deputado Yglésio, por gentileza.
O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – E aqui um recorte histórico: o Clio vermelho é a nova Elba do caso PC Farias, em 1992. Era uma Elba, derrubou um presidente, virou um Clio. Volto a dizer sobre o rompimento, como funcionava: mais de 10 meses na prefeitura, se estava trabalhando com irmão 10 meses, por que rompeu? Eu só conheço um motivo que faz irmão romper com irmão quando um é prefeito e o outro não é, como Collor rompeu com Pedro Collor, pela interferência de Fernando nas TVs de Pedro Collor, rompimento só por isso. Finalizando, Presidente. E eu pergunto aqui por que demitiu Makilas um dia depois, se Makilas não falou nada à polícia, tudo que ele soube foi pela imprensa? Qual negócio justifica um médico, autoproclamado médico, estar vinculado com as pessoas, que o carro que buscou a pessoa que deixou o dinheiro no Clio com um milhão, cento e três, novecentos e cinquenta reais, em notas de R$200, R$100, R$50 e R$ 20, todo esse dinheiro fora do banco de transações. Qual o negócio que um médico tem? Quanto é que ganha um médico? Porque médico tem que emitir nota, em geral. Sobre a nota que ele diz não ter sido lida pelos veículos, o blog do Gilberto Leda mostrou que mandou um pedido de esclarecimentos antes de publicar, ficou no vácuo; a Globo, mesma coisa. Então, ele mentiu, mentiu, mentiu e mentiu, esperou para soltar esse texto ensaiado. E vale lembrar, rememorar dois casos importantes aqui, onde as pessoas que diziam “pode investigar doa a quem doer, que os culpados sejam punidos”. O primeiro: Ana Carolina Jatobá e Alessandro Nardoni, ligaram para a polícia e colaboraram com as investigações. Lembre: ligaram para a polícia e colaboraram com as investigações.
O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO WELLINGTON DO CURSO – Conclua, Deputado Yglésio.
O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Segundo caso: O.J. Simpson. Matou a mulher, claramente, a história mostrou que ele matou a mulher. Mas também foi ele que chamou o 191 nos Estados Unidos. Então, essa história de vir com o texto ensaiado na frente de teleprompter, Braide, dizer que vai investigar doa a quem doer, cuidado, meu amigo, para você não ser desmoralizado ao final, porque as investigações da SEIC estão sendo conduzidas, da maneira mais técnica possível. Vão achar de onde saiu esse dinheiro, vão achar quem estava naquele carro dirigindo. E se eu fosse apostar, eu apostaria que o motorista se chama Antônio Carlos Braide. Agora, imagina, quem sacrifica o irmão para se salvar, o caráter de uma pessoa como essa. Muito obrigado.