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Pequeno Expediente Dr. Yglésio

19 de março de 2025

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Transcrição

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) – Bom dia a todos, senhoras e senhores. Olha, eu fiquei muito satisfeito com pronunciamento da Deputada Mical hoje aqui, porque conseguiu resumir bem, Mical, o que está acontecendo em relação ao país. E, quando as pessoas fulanizam a discussão de direitos, de prerrogativas, de proteção a liberdades, o resultado a gente sabe qual que é. É, obviamente, o fortalecimento das instituições inquisidoras, que hoje não tem instituição de justiça no Brasil. Hoje não tem! Justiça no Brasil está condenada, está condenada ao pensamento dos Ministro do STF. Eu fico pensando: as pessoas, às vezes, falam que os Ministros do STF deveriam ter mandatos temporários. Imagina se a miscelânea jurisprudencial do país, ela já é tão grande com cargos vitalícios, imagina se de 8 em 8 anos nós trocássemos esse pessoal como se trocássemos fraldas. Cada um, a todo tempo, faria mudanças em jurisprudência e a segurança jurídica do país iria por água abaixo. Vítima de insegurança no país, o exemplo hoje que nós temos é o Eduardo Bolsonaro. Olha só, ele foi obrigado, por força das circunstâncias, por conta da perseguição do PT, processual, que encontra morada dentro do Supremo Tribunal Federal, com Alexandre de Moraes, com Flávio Dino, com Barroso, esses três especificamente, que são os perseguidores realmente do Tribunal. E fizeram ameaças em relação ao confisco do passaporte do mesmo. Veja só! Não tinha prazo, Deputado Cascaria, a PGR já tinha ultrapassado o prazo para se manifestar em relação à apreensão do passaporte. Instado a se pronunciar sobre essa demora, o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, disse que ele tinha coisas mais importantes para tratar do que um passaporte, do que um despacho sobre um passaporte. Não bastasse a manifestação de Eduardo Bolsonaro via redes sociais – que mobilizou, que se tornou um dos trending topics do Twitter, do X –, Paulo Gonet, uma hora depois, coloca o parecer, dizendo, impugnando pela não recepção da peça, do pedido do PT. Dizendo “não, não somos favoráveis à apreensão do passaporte”. Ato contínuo, Alexandre de Moraes, na velocidade da luz, tremenda repercussão negativa dos fatos, impugnou também pela improcedência da ação do PT. A pergunta que eu faço é: por que que demorou tanto? Por que que esperaram o Eduardo Bolsonaro dizer que ia ficar nos Estados Unidos por medo de ter o seu direito de ir e vir, apenas por falar? O PT acusa, na peça, que Eduardo foi para os Estados Unidos conspirar contra o Brasil. Gente, Elisiane Gama, outro dia, estava em Washington, ano passado, da mesma forma, falando lá contra a questão do Bolsonaro, denunciando Bolsonaro nos Estados Unidos, e isso não causou nenhum constrangimento a ninguém. São esses dois pesos e duas medidas que nos fazem estranhar o desejo, o desiderato sem fim, interminável, da esquerda, de tentar criminalizar opinião. Tempos sombrios, nós vivemos, tempos sombrios de leituras seletivas. Lula disse recentemente, Bráulio, que queria extirpar os opositores. Em uma Democracia não se extirpa o pensamento diferente, se extirpa é assassino, que eles fomentam, que eles dizem que ladrão rouba celular para tomar uma cervejinha., isso que eles fazem. Então, eles vão na contramão do que é correto, do que é justo, do que é necessário na sociedade. Pergunta a uma pessoa que mora em uma capital hoje dos estados brasileiros quantas pessoas se sentem seguras na rua. Provavelmente, aí uma ou duas capitais, você vai ouvir uma resposta positiva, infelizmente. Pesos e medidas diferentes em relação à depredação. Quando o MST quebrou os ministérios todos, não tem nenhum preso, quando teve quebra-quebra, no 8 de janeiro, tem gente condenada a 17 anos. Isso deveria servir para dar um basta nisso, porque não tem ligação entre quem está preso e quem está sendo acusado de coordenar o movimento, porque não teve uma coordenação central ao movimento. Então, aqui, para finalizar, fazer um desagravo necessário aqui, Deputado, ao ex-Presidente José Sarney, que, ontem, foi homenageado, no Congresso, Deputado Arnaldo, em relação à importância dele na condução no processo democrático. É óbvio que o Sarney não foi um político perfeito, ao contrário, economicamente, a condução do País, o momento do país foi um momento extremamente difícil. Nós vínhamos de um milagre econômico da ditadura que, depois mostrou uma recessão gigantesca, e no ato da redemocratização, quando se viu que os militares não tinham mais condições de fazer a condução econômica do País, porque quem dita ou não uma crise, uma substituição de um Governo Central, assumiu o Sarney, claro, e sucedendo ao Tancredo, que foi vitimado, por um erro médico, àquela época, infelizmente, pelo já falecido e grande médico Henrique Valter Pinotti.

O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO DAVI BRANDÃO – Libero para concluir, Deputado.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Eu tive a tristeza, ontem, de toda forma, mas é inegável o papel que o Sarney teve em jamais perseguir adversários, em ser uma pessoa aberta ao diálogo, todos os tempos, que apanhou de opositores 40 anos, aqui no Maranhão, e nunca os respondeu, pouquíssimas as vezes se viu o Sarney processar alguém em Justiça, por matéria de opinião, diferentemente, de quando os comunistas governaram o Estado. Agora, pasmem V.Exas., o seu Márcio Jerry, ontem, de maneira inoportuna, e acho que, hoje, aqui, teve Deputado também alinhado a ele tentando desmerecer a participação do Sarney, na questão da Transição Democrática do País, veio dizer que o Sarney não teve importância, colocando aí, subliminarmente, como um traidor da Democracia. É estranho! Eu não ouvi um pio do senhor Márcio Jerry Saraiva Barroso, quando o Flávio Dino de Castro e Costa, nascido em 21 de abril de 1968, 30 de abril, desculpe, nascido em 30 de abril de 1968 que até já disse, nasceu na data que o Hitler morreu, só que o Hitler morreu em 45, no 30 de abril também, eu nunca vi seu Márcio Jerry reclamando do Sarney, na época em que o Flávio precisou ser colocado como titular da Academia Maranhense de Letras. E o pior, quando Sarney conseguiu um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze votos para o Flávio Dino ser aprovado na sabatina do Senado, porque, sem o Sarney, Flávio Dino nunca seria Ministro do STF e não estaria configurada essa configuração autoritária que hoje o Supremo Tribunal Federal tem cada vez mais forte.