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Pequeno Expediente Dr. Yglésio
09 de outubro de 2025
Transcrição
O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) – Bom dia a todos. Subo à tribuna para reforçar uma pauta hoje que o Deputado Carlos Lula trouxe e que também me chamou muita atenção, em relação a essa cidadã que foi vista hoje, ontem na verdade, essa cidadã que foi vista ontem. O microfone está ruim? Obrigado, Deputado Wellington. Muito bem. Obrigado, Deputado Fred. Agora sim. É porque ele não é multidirecional, esse microfone. Reclamação aqui, viu, Presidente? Pedir só a reposição do meu tempo, por gentileza, tendo em vista que o microfone me prejudicou.
A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE – Repõe o tempo do Deputado, por favor.
O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Então, subo à tribuna para me somar ao Deputado Carlos Lula, que trouxe esse ponto importante em relação a esse vandalismo no centro histórico. A grande questão é, não foi a única, não foi a primeira, não será a última. E nós precisamos, para além da questão legislativa, tratar da ação estrutural hoje. E quem que precisaria fazer essa ação estrutural? A gente precisaria que a Prefeitura de São Luís, junto com o Governo do Estado, mantivesse ali um sistema adequado de vídeo monitoramento. Eu tentei identificar a cidadã que fez isso, mas a resolução da filmagem, muito ruim. Se tivéssemos câmeras com definição alta, da mesma forma que existem algumas da SSP, da mesma forma que existem na cidade de São Luís câmeras que têm a capacidade de bater a foto até de quem está dentro do carro a 300 metros de distância, quando é para multar o cidadão, a gente gostaria que tivesse esses mesmos equipamentos para ajudar na identificação de quem depreda um centro histórico. Engraçado que, além de tudo, a cidadã que escreveu tinha escrito ao lado também, antes da pichação final, ela colocou “socialismo” ali, estilizado. Então, a gente já vê mais ou menos de quem é o eleitorado que faz isso aí na cidade de São Luís. Pichação, essas bandidagens, infelizmente. Mas, para além disso, é imperioso também que a gente entenda que o centro histórico, muitos anos atrás, foi tentado, dentro dele, no seu âmago, a questão de um programa chamado Nosso Centro – programa que foi criado no governo passado do Flávio Dino, na época que o Rubens Júnior era Secretário da Secid, e que fizeram um “auê”, que aquilo ali ia revitalizar o centro. Quem estava aqui lembra, não que aquilo ali ia ser a solução para o centro histórico, e não avançou, não resolveu absolutamente nada. E por que que não resolveu nada? Porque ele não atua da forma correta. O centro histórico precisa de mobilidade. Quando a gente pensa em mobilidade, tem que falar da prefeitura. O centro histórico precisa de conservação. O que foi oferecido foi isenção tributária por um período, para fazer a compensação. Mas um casarão daqueles, quando a gente vai reformar, custa milhões e milhões de reais. A Casa do Estudante, por exemplo, do Maranhão completamente destruída. Eu levei ao Governo do Estado, não tiveram interesse, levei para a Equatorial, consideraram que era muito caro em termos de lei e incentivo, tive dificuldade até de achar um arquiteto para querer se dispor a resolver, porque essa parte de restauração é muito específica. Então, assim, nós não vamos conseguir mudar isso apenas com ações aqui no Parlamento, nós precisamos sensibilizar o Executivo e, assim, a parceria entre prefeitura e Governo do Estado, se fizer cada um sozinho, não vai resolver, porque hoje, por exemplo – ah, a prefeitura disse que colocou uma ronda no Centro Histórico, mas só vai às três vias principais, continua na “Cracolândia”, o Centro Histórico de São Luís hoje é na Cracolândia. Então, assim, para mim, o menor problema que tem no Centro Histórico hoje é a pichação e o maior é a droga, Deputado Wellington, lá dentro. É tranquilamente possível, se Vossa Excelência desejar descobrir onde é que se vende crack lá dentro, colocar uma pessoa para comprar e facilmente vai achar, até porque o usuário de crack fica naquela redondeza, naquela vizinhança. Então, fica o nosso apelo. Não adianta a gente achar que vamos prender uma meliante dessa, que provavelmente é eleitora de Lula, vamos prender uma cidadã dessa, vão soltar, não vai ficar presa, porque não pode colocar bandido na cadeia, principalmente hoje em dia, acho que até quem expõe, é arriscado o Deputado Lula pegar até um processo, do jeito que o primeiro grau está hoje em dia. Outro dia, a aluna com 18 anos de idade estava fazendo sexo dentro de uma turma, uma imagem borrada, ela me processou para tirar a imagem, e a juíza deu no primeiro grau. Ou seja, ela, com 18 anos, Deputado Fred, cometendo crime tipificado no 233 do Código Penal, ainda vem, a ofendida ainda é ela, sendo que já tinha viralizado em várias páginas, já havia inclusive sido alvo de uma matéria na TV Difusora, mas aqui o culpado sou eu. Imaginem, é aquele tipo de coisa, querem tirar dinheiro de Deputado, porque acham que está sobrando, não está, não, e nem vai tirar, pode ter certeza. Finalizando, eu não poderia deixar, porque normalmente eu subo aqui sempre para criticar, e hoje eu subo para falar uma coisa positiva. A SSP hoje, na pessoa do nosso secretário Maurício Martins, fez uma operação hoje, que eu até mandei para ele os parabéns, que me agradou demais. Eu digo: “Secretário, que operação satisfatória é essa”. Cumpriram 130 mandados de prisão, hoje, tanto no Maranhão, 30…
A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE – Conclua, Deputado.
O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Então, foram 130 mandados de prisão cumpridos, mais de 100 agentes em campo, uma operação, megaoperação da Polícia Civil, 30 municípios do Maranhão, seis estados do Brasil, mediante mecanismos de cooperação. Então, combate à exploração sexual, abuso sexual de crianças e devedores de pensão alimentícia, que termina sendo uma forma de violência patrimonial, psicológica também contra os filhos, que nada têm a ver com as omissões dos seus pais. Então, de parabéns a Secretaria de Segurança Pública, a Polícia Civil do Maranhão, a Polícia Militar, mostrando que, se dermos as condições para essas cooperações, o trabalho vai ser bem executado e precisa ser bem executado. Nós não podemos permitir que continue sendo feito o que está agora. De 15 anos para cá, o Maranhão está começando a se transformar no Ceará. Anteontem, teve um toque de recolher, na verdade, um toque de recolher não, expulsaram um bairro inteiro, o pessoal de um bairro inteiro no Ceará, a facção. Transformou dentro da Cidade de Fortaleza, Deputado Aluízio, num bairro fantasma. E aqui não se enganem, se continuar deste jeito, sem combate ao poderio das facções, crime organizado, de fato, que existe aqui, se não forem para cima disso, dentro de cinco anos, não vai demorar mais do que isso, nós vamos ter as mesmas cenas do Estado do Ceará aqui. Ali no Jomar Moraes, que, infelizmente, cheio de facções dominando aquela população que foi para lá, infelizmente, esses Minha Casa Minha Vida, que eles fazem uma propaganda danada na hora de inaugurar aquilo ali, quando não tem a organização, de fato, de escola, de abastecimento de água, de infraestrutura de saúde e termina que as comunidades vão sendo cada vez mais dominadas por crime organizado. Que desde a internet da casa do cidadão, à água do poço, porque, acreditem em vocês, às vezes, não tem nem água, faz a comunidade o poço, não é suficiente, alguém vai lá, clandestinamente, cava um poço, começa a cobrar aluguel da população, até o pão que a pessoa come, às vezes, hoje, é fornecido pelo crime organizado. E se não tiver uma ação estruturante, coordenada, não pesada, isso vai deixar aqui as nossas cidades do Maranhão cada vez mais abandonadas. Bacuri, recentemente, teve uma facção que fez toque de recolher lá; no outro dia, a polícia foi resolver, mas o nível de ousadia está crescendo, Deputado Ricardo Rios, especialmente, na Baixada do Maranhão.